Presidente da Anvisa vê problemas na entrega de insumos para vacinas
O presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária ( Anvisa ), Antonio Barra Torres, confirmou nesta terça-feira, 11, à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid , que há dificuldades no recebimento de insumos para produção das vacinas contra covid-19 no Brasil. Ele não comentou, no entanto, se os problemas estão relacionados a falas do presidente Jair Bolsonaro em relação a países produtores, como a China.
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O relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), perguntou se há problemas com ‘medicamentos, vacinas, insumos, equipamentos ou outros produtos de origem chinesa submetidos à Anvisa’, ao que Barra Torres respondeu que ‘sim’, sem citar os motivos. Ele afirmou que há ‘problemas pontuais’ de demora de entrega de IFA para Coronavac e para AstraZeneca , que também recebe insumos vindos da China.
‘De fato, durante o transcurso da pandemia, observamos essas dificuldades. Momentos em que o IFA demora um pouco mais a chegar ou chega um pouco depois, e vem realmente desses dois países [China e Índia]. O impacto deles na produção de medicamentos, praticamente no mundo todo, é imenso’
Antonio Barra Torres, presidente da Anvisa
O presidente da Anvisa, entretanto, não associa as dificuldades na aquisição de insumos às falas de Bolsonaro ou de pessoas próximas a ele. ‘Não tenho informação do nexo causal’, respondeu, quando perguntado se os problemas foram criados por declarações do presidente, de seus filhos ou do ex-chanceler Ernesto Araújo.
Calheiros citou a situação mais recente, quando o presidente insinuou que os chineses teriam fabricado o vírus como arma para uma guerra química. ‘A declaração mais recente é da semana passada e já causou obstáculos ao envio de insumos para a produção da vacina do Instituto Butantan, o que interrompeu a produção do nosso principal imunizante’, apontou o relator.
Barra Torres também negou que existam dados que sugiram que os produtos de origem chinesa submetidos à avaliação da Anvisa recebem proporcionalmente mais avaliações negativas do que produtos oriundos de outros países. ‘Não procede. Não existem dados que demonstrem isso’, garantiu.
Fonte: Mundo e Negócio