RESUMO DA

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O novo Conselho Diretor do Sindusfarma para o triênio 2025-2027 foi empossado oficialmente na última segunda-feira, dia 17, em evento com a presença de mais de 140 executivos da indústria farmacêutica. O encontro também marcou a apresentação da nova sede da entidade e a assinatura de um acordo de cooperação técnica com a Anvisa. Além do presidente Rômison Mota, a autarquia foi representada no evento pelos diretores Daniel Carvalho e Danitza Passamai Rojas Buvinich, a diretora adjunta Suzana Yumi Fujimoto e o gerente-geral Marcus Aurélio Miranda de Araújo.

A nova diretoria do Sindusfarma é composta por 12 executivos de laboratórios nacionais e internacionais, com Cleiton de Castro Marques, CEO da Biolab, como presidente. Em seu discurso de posse, ele destacou a necessidade de o Brasil investir em inovação na indústria farmacêutica para além da exportação de commodities. Para isso, defende mudanças na precificação de medicamentos e na regulamentação do setor. Marques também enfatizou a importância da harmonização regulatória e da cooperação internacional, citando o reconhecimento da Anvisa pelo acordo do PIC/S. Outra prioridade do Sindusfarma será o reajuste dos valores de referência do programa Farmácia Popular.

O ex-presidente Omilton Visconde Junior, CEO da Cellera Farma, encerrou seu mandato destacando desafios ainda a serem enfrentados, como a flexibilização do controle de preços e o financiamento de novas terapias. Ele reforçou a importância da liberdade de preços para o crescimento da indústria farmacêutica no Brasil. O Sindusfarma, fundado há 92 anos, reúne 610 empresas que representam 95% do mercado de medicamentos no país. Recentemente, a entidade inaugurou sua nova sede na Vila Olímpia, um edifício moderno e sustentável, projetado para atender melhor às empresas associadas.

O varejo farmacêutico cresceu 12,7% em 2024, alcançando um faturamento recorde de R$ 220,9 bilhões, segundo a IQVIA. No entanto, o crescimento foi desigual: grandes redes e farmácias associadas impulsionaram o setor, enquanto pequenos e médios estabelecimentos enfrentaram desaceleração. O market share das grandes redes, representadas pela Abrafarma, aumentou três pontos percentuais desde 2022, atingindo 47% da receita e crescendo 16% em relação a 2023. Em contraste, as farmácias independentes tiveram um crescimento modesto de 6%, reduzindo sua participação para 17% do faturamento. A diferença de receita entre as líderes do setor e os pequenos estabelecimentos aumentou de R$ 43 bilhões para R$ 66 bilhões em dois anos, reforçando a consolidação do setor.

O faturamento do varejo farmacêutico reflete a resiliência do setor, segundo Alberto Serrentino, CEO da Varese Retail. Diferente dos bens duráveis, o segmento cresce mesmo em cenários adversos, impulsionado pelo envelhecimento da população, maior preocupação com saúde e expansão dos serviços farmacêuticos. O IBGE aponta um crescimento real de 15% no setor em 2024, favorecido por melhores condições de crédito, menor endividamento e aumento da renda. No entanto, previsões para 2025 indicam desaceleração, com um crescimento real estimado em 2,4%, impactado por juros altos, menor gasto público e redução da geração de empregos. Apesar do ritmo menor, o setor continuará em expansão, com grandes redes dominando mercados urbanos e redes associativistas ganhando força em cidades menores. Em 2024, as grandes redes responderam por 64,1% das vendas em metrópoles e 55,9% em cidades grandes, enquanto farmácias independentes e a Febrafar lideraram em municípios menores, representando juntos cerca de 61,6% do faturamento.

Segundo estimativas de instituições financeiras, o reajuste de medicamentos deve ficar entre 2,5% a 5%, a depender da competitividade do remédio. A média prevista é de 3,8%. As informações são do Valor Econômico. Assinam a previsão bancos como BTG, Citi, Godman Sachs, Itaú BBA e XP. Caso seja confirmada, a taxa para o aumento atingirá duas marcas preocupantes para o mercado farmacêutico.

O Ministério da Fazenda anunciou que o Fator Y, que influencia o reajuste de preços dos medicamentos, ficou em zero. Esse resultado inesperado impactou as previsões do setor, que projetava um aumento de 4% nos preços. O reajuste dos medicamentos é calculado com base na fórmula IPCA – Fator X + Fator Y + Fator Z. Com o Fator X positivo (2,459%) e o Y zerado, o aumento ocorrerá em três níveis: 5% para medicamentos de alta competitividade (genéricos), 3,8% para média competitividade e 2,5% para baixa competitividade. O reajuste abaixo do esperado pode afetar farmácias de capital aberto, reduzindo ganhos normalmente registrados no segundo trimestre. Indústrias e distribuidoras também podem ser impactadas, pois mantêm contratos vinculados ao índice CMED. Em janeiro, análises já apontavam um possível reajuste inferior à inflação, sendo o menor repasse desde 2018.