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A psoríase e o seu coração: você vê apenas a camada superficial do problema

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A psoríase e o seu coração: você vê apenas a camada superficial do problema

Como disfarçar?  A pele, agredida pelo corpo, parece perder toda a sua humanidade. Vermelha, cascuda, tomada por escamas grandes e brancas, nem parece feita do mesmo tecido do resto da gente. Escancara o problema, é a própria dor deixando marcas. Mas o que se vê — o bastante para fazer mais de 90% dos pacientes terem experimentado a repulsa— é somente a superfície do problema. A psoríase é bem mais do que isso.

Faz uns dez anos, ela deixou de ser encarada apenas como doença cutânea que, nos casos severos — cerca de 30% —, era capaz de atingir dolorosamente as articulações. “O paciente costuma chegar pela porta do dermatologista, mas uma das primeiras coisas que esse especialista precisa checar é o estado das juntas. Se nada for feito, elas poderão ser destruídas”, diz a professora Cacilda da Silva Souza, coordenadora do Ambulatório de Psoríase do Hospital das Clinicas da Faculdade de Ribeirão Preto (USP). Ela lidera um estudo, publicado no final do ano passado, que levanta uma questão na linha ovo e galinha: será que as pessoas que têm obesidade ou diabetes são mais sujeitas à psoríase? Ou será que a psoríase viria primeiro e deixaria suas vítimas mais sujeitas a males que fazem, no final das contas, o coração pagar o pago?

Segundo a médica, a  pele descasca inteira como uma reação aos ataques de citocinas inflamatórias, moléculas que despencam em suas células feito mísseis em função de um sistema imunológico completamente destrambelhado. Sim, tem vários genes por trás do sistema imune sem noção.

E, no caso, se a pele desfolha é porque ao pé da letra ela não cabe em si. Faz o que pode, suas células se reproduzem à toa, na tentativa vã de formar uma capa de proteção. Então se amontoam, deixam tudo espesso, até que se soltam no empurra-empurra por espaço. Pode acontecer nas palmas das mãos, enchendo de dor o mínimo gesto. Se acomete as plantas dos pés, às vezes o sujeito mal consegue andar. Mas pode aparecer em qualquer canto. As lesões são comuns, ainda, em joelhos, cotovelos, nuca, unhas, couro cabeludo…

Hoje, no entanto, se sabe que a pele se descamando  pode apenas refletir a situação de um tecido que está longe dos olhos, mas — perdão — perto do coração. Eu me refiro ao endotélio, a parede interna dos vasos sanguíneos. Quando há a doença, ele pena também.

Fonte: UOL

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