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Abandonar segunda dose pode criar ambiente propício para variantes resistentes às vacinas

No Amazonas, quase 70 mil pessoas estão atrasadas para a segunda dose da vacina, segundo o ministério da Saúde; Átila Iamarino diz Manaus tem ‘receita para criar mais variantes’ por conta de faltosos.

As quase 70 mil pessoas que não tomaram a segunda dose da vacina contra a Covid-19 no Amazonas podem estar criando um ambiente propício para o surgimento de uma nova variante do coronavírus que possa ser resistente às vacinas. A conclusão é do biólogo, pesquisador e doutor em virologia Átila Iamarino, uma das principais referências na divulgação científica relativa à Covid-19 no País.

A análise foi feita no Twitter, após o questionamento de um seguidor sobre as pessoas que não estavam indo tomar a segunda dose. ” As pessoas entendem a necessidade de se vacinar, mas falta a noção completa. E Manaus, com 31% de abandono da segunda dose, tem a receita para criar mais variantes. Mas dessa vez, resistentes à vacina”, alertou o pesquisador.

Os 31% de abandono vacinal citados por Átila foram divulgados no sábado, em uma reportagem da Folha de S. Paulo, que coloca o Amazonas na liderança desse triste ranking no País. Nesta terça-feira, o Ministério da Saúde divulgou a quantidade de pessoas, em números absolutos, que não foram tomar a segunda dose. No Amazonas, são 69.932 pessoas – sendo 26 que devem tomar a segunda dose da Astrazeneca e o restante da Coronavac.

“Quem toma só uma dose pode desenvolver imunidade parcial. O que não seria suficiente para proteger a pessoa do vírus. Mas pode ser suficiente para selecionar linhagens virais que escapam dessa imunidade”, afirmou Átila, também no Twitter. Em números absolutos, o Amazonas é o sétimo Estado com a maior quantidade de pessoas com a segunda dose em atraso. Quem lidera é São Paulo (343.925), seguido da Bahia (148.877), Rio de Janeiro (143.015), Rio Grande do Sul (123.514), Minas Gerais (89.122) e Paraná (71.857).

Os estados com menos doses em atraso são Amapá (5.741), Tocantins (6.033), Acre (6.191), Alagoas (7.625) e Roraima (8.555). A maioria absoluta dos atrasos está em doses da vacina CoronaVac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. No total, 1.514.340 doses do imunizante estão em atraso, sendo 287 da Oxford/AstraZeneca, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Fonte: Jornal A Crítica – AM

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