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Abertos, mas sem pacientes, hospitais de campanha do Rio viram unidades fantasmas

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Enquanto o ex-secretário estadual de Saúde do Rio Edmar Santos começa a abrir o jogo em delação ao Ministério Público Federal, os hospitais de campanha do Maracanã e São Gonçalo, — que estão justamente no centro das denúncias de corrupção —, se tornaram unidades fantasmas. Sem nenhum paciente, os dois espaços permanecem abertos devido a decisões judiciais. No entanto, a Defensoria Pública do Estado do Rio, argumenta que se hospitais foram criados para atender exclusivamente casos de covid-19, é para eles que a secretaria de Saúde deveria encaminhar os infectados.

—Esses hospitais de campanha não funcionam de portas abertas, não tem como um cidadão chegar lá e ser atendido. Eles só receberão pacientes se o estado encaminhá-los para eles. O que não tem sido feito. E é justamente o que estamos cobrando. Já que se montou essas unidades, o encaminhamento dos doentes com covid-19 desafogaria as outras unidades que já estão em funcionamento para não Covid. Até para ajudar a acelerar as cirurgias eletivas e o tratamento de outras enfermidades — afirma a defensora pública Luíza Maciel, responsável pela ação que pede a permanência do atendimento na unidade de São Gonçalo.

O diretor de comunicação do Sindicato dos Médicos do Rio Janeiro (SinMed-RJ), Carlos Vasconcellos, afirma que a falta de planejamento no combate à pandemia pelo Estado alongou as mortes que seriam evitáveis, pois, apesar de estar-se observando, no momento, que houve redução no número de casos no Estado, esses hospitais, quando foram necessários em abril e maio, quando a porcentagem de Covid-19 na cidade estava em 11% de letalidade, eles não estavam prontos. Além disso, essas unidades que, após a pandemia, poderiam servir de legado para a Saúde, estão operando aquém do que deveriam.

— Hoje, o hospital de campanha virou uma piada de mau gosto e pessoas estão tentando tirar a sua responsabilidade sobre isso. Isso atesta que a estratégia escolhida pelo Estado foi inadequada, já que haveria também a ideia do hospital modular em Nova Iguaçu que seria construído para funcionar na pandemia e que seria permanente. Hoje ninguém mais fala dele — disse Carlos.

Além disso, ainda há dificuldade de se fazer o tratamento adequado em municípios menores que não aparecem nas estatísticas, como as microrregiões do Noroeste, dos Lagos, Serrana e Médio Paraíba, pois, quando o Estado deixou sua responsabilidade de lado, cada município precisou se virar de forma improvisada.

— Isso cabe até um elogio para todos eles, pois se, antes, a preocupação é que fosse ser uma tragédia generalizada, é justamente nessas regiões onde se encontram as menores taxas de letalidade do Estado — completou o diretor.

Estado tenta se explicar

A secretaria de Estado de Saúde (SES) confirma que essas unidades estão abertas, com plantões de 15 pessoas porém, sem ninguém internado: “O que não se revelou necessário em função dos baixos índices de ocupação e por haver vagas disponíveis na rede regular de saúde“.

A nota da SES justifica ainda que não fechou as unidades, porque “há liminares judiciais vigentes que impedem, mas está recorrendo a instâncias superiores com a finalidade de derrubá-las. Profissionais, equipamentos e outros insumos serão aproveitando as estruturas já existentes”.

Até ontem, a SES registrou 194.279 casos confirmados e 14.526 óbitos por covid-19. Há ainda 1.091 mortes em investigação. A capital continua sendo a região com o maior número de contaminados (80.762) e óbitos(8.826). Já o município de São Gonçalo, onde está localizado um dos hospitais de campanha, está em segundo lugar no número de mortes (616).

Ainda de acordo com a SES, até ontem, a taxa de ocupação da rede estadual destinadas à covid-19, estava em 21% em leitos de enfermaria e 57% em leitos de UTI. No total, na rede pública, 91 suspeitos ou confirmados de coronavírus aguardam transferência para leitos de internação, sendo 44 para enfermaria e 47 para UTI, que podem ser regulados para diferentes redes, seja ela municipal, estadual ou federal.

O órgão do justificou que “a fila de espera por leitos ocorre porque, para pacientes com comorbidades, a Central Estadual de Regulação busca vagas que contemplem todas as suas necessidades clínicas, garantindo a assistência especializada a cada caso”.

Delação

A história continua

Enquanto o governador Wilson Witzel briga na justiça para poder fechar os hospitais de campanha, seu ex-secretário Edmar Santos, afastado em maio em meio a suspeitas de irregularidades na aquisição de respiradores, teria admitido em deleção ao MP que havia um esquema de corrupção em contratações da pasta.

Duas unidades mantidas pela Rede D’Or estão abertas

Além dos dois hospitais de campanha do Maracanã e de São Gonçalo, há ainda outras três unidades na cidade do Rio, sendo duas delas — Lagoa-Barra e Parque dos Atletas — administradas pela iniciativa privada, em funcionamento, respectivamente, desde 25 abril e 11 de maio. Segundo a Rede D’Or, desde meados de junho, vem sendo registrada queda na ocupação de leitos:

“Mas reitera que as unidades permanecem mobilizadas para atender a demanda encaminhada pela Secretaria Estadual de Saúde“.

A RioSaúde, responsável pela unidade do Riocentro, na Barra, diz que o hospital segue em funcionamento com 300 leitos ativos:

“Na manhã deste domingo, a unidade mantinha 90 pacientes internados, sendo 59 deles em leitos de UTI”.

Já a prefeitura do Rio afirmou que a rede municipal possui 881 leitos para Covid-19. Deste total, 251 são leitos de UTI: “O número de leitos especializados na rede é maior do que a demanda por internações para tratamento da doença”.

Em toda a rede SUS da Região Metropolitana 1 – que engloba a capital e municípios da Baixada Fluminense – 67 pessoas estão em processo de transferência para leitos de covid-19. Deste total, 26 são para UTI.

Fonte: Yahoo Brasil 

 

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