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Antibiótico: vilão ou mocinho no tratamento de infecções urinárias?

Tomar antibióticos sem uma correta indicação e não completar o tratamento são alguns hábitos que podem agravar o problema e tornar as bactérias mais resistentes

Foto: Pen Waggener on Visualhunt / CC BY

Urinar em pequenas quantidades e várias vezes ao dia, com sensação de ardência e dor em baixo ventre, são alguns dos sintomas relacionados às infecções do trato urinário (ITUs), que acometem 80% das mulheres ao menos uma vez na vida, de acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia de São Paulo (SBUSP). Muitas delas podem, ainda, desenvolver um quadro recorrente do problema, com três ou mais episódios ao ano.

“A bactéria Escherichia coli (E. coli) é a principal causadora de ITUs e, cada vez mais, tem se tornado resistente aos antibióticos”, revela a ginecologista Daniela Gouveia. Em 2017, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu várias espécies de E. coli em uma lista formada por micro-organismos que não são afetados por medicamentos, oferecendo maior risco à saúde.

Algumas bactérias conseguem se adaptar e sobreviver à ação dos antibióticos, tornando-se resistentes, e o tratamento pode se prolongar mais do que deveria, sendo prejudicial ao paciente. No entanto, isso não quer dizer que esses medicamentos devam ser evitados a qualquer custo.

“O perigo reside em ingerir antibiótico por conta própria ou, ainda, não completar o tratamento indicado pelo médico”, diz doutora Daniela. Para ITUs, os antibióticos podem ser necessários, principalmente em casos mais complicados, porém devem ser utilizados apenas com recomendação médica.

Tratamentos alternativos para ITUs

Segundo a ginecologista, a comunidade médica tem buscado tratamentos alternativos a fim de evitar o uso abusivo de antibióticos, visando diminuir a resistência dos micro-organismos aos medicamentos e evitar a perda de lactobacilos vaginais. “Eles ajudam no combate às E. coli, especialmente quando as infecções são recorrentes”, observa.

Para não haver ingestão excessiva de antibióticos, a especialista sugere o uso de extrato de cranberry aliado ao medicamento prescrito. Rica em proantocianidinas do tipo A (PAC-A), a fruta é reconhecida pelas propriedades antiadesivas. “Elas evitam a fixação de bactérias nas paredes do trato urinário, bloqueando sua capacidade de infectar a mucosa urinária e ajudando a prevenir as ITUs recorrentes”, explica.

Há inúmeros produtos saudáveis a base de  extrato de cranberry, como o nutracêutico Cisberry, da Aché Laboratórios. Mas, antes de consumir produtos naturais ou suplementos consulte seu médico.

Fonte: SUPERAÇÃO MÃE

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