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Anvisa autoriza retomada dos testes da CoronaVac, após críticas à suspensão da pesquisa

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária autorizou, nesta quarta-feira (11), a retomada dos testes da vacina anti-Covid, CoronaVac: uma parceria do Instituto Butantan, de São Paulo, com a farmacêutica chinesa Sinovac.

Foram 38 horas entre o momento em que a Anvisa suspendeu as pesquisas da CoronaVac, na noite de segunda-feira, e a autorização para retomar os testes da vacina, depois de uma reunião na manhã desta quarta. Tempo que gerou críticas, cobranças e repercussões além do Brasil.

Na terça (10), o Comitê Internacional Independente informou que não via motivos para suspender os testes. O laboratório chinês Sinovac e o Instituto Butantan, que coordena a pesquisa no Brasil, declararam que o “evento adverso grave”, a morte de um dos voluntários dos testes, citado pela Anvisa, nada tinha a ver com a CoronaVac. A Comissão Nacional de Ética em Pesquisa, ligada ao Conselho Nacional de Saúde, que acompanha os testes da vacina no Brasil, também considerou que não havia razões para a suspensão.

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Em nota, a Anvisa explicou a decisão de autorizar a volta dos testes. Falou em “princípio da transparência”. Disse que, “após avaliar os novos dados apresentados pelo patrocinador depois da suspensão do estudo, entende que tem subsídios suficientes para permitir a retomada da vacinação”. E que segue “acompanhando a investigação do desfecho do caso para que seja definida a possível relação de causalidade entre o evento adverso grave inesperado e a vacina”.

O gerente de medicamentos reforçou que a agência considera que tomou a decisão correta.

“A situação da comoção e do acompanhamento, mas para nós que somos técnicos da agência reguladora, que estamos acostumados a avaliar estudos clínicos há muito tempo e sabemos que, durante a análise dos estudos, é normal interromper um estudo clinico para investigar se realmente tem causalidade, como aconteceu com outras vacinas, como acontece rotineiramente com qualquer estudo clínico”, disse Gustavo Mendes, gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa.

Depois de 20 dias afastado com Covid, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, voltou nesta quarta ao trabalho presencial. E se recusou a falar sobre a polêmica em torno da CoronaVac.

A presidente do Instituto Questão de Ciência, Natália Pasternak, em entrevista à GloboNews, lamentou a suspensão dos testes, mesmo que por apenas dois dias.

“Como a gente percebe, todos esses esclarecimentos apareceram e, em 24 horas, a Anvisa libera os testes para serem retomados. Não dava para ter esperado 12 horas até a primeira reunião com o Butantan antes de soltar um comunicado para a imprensa, um comunicado que também saiu incompleto?”, disse Natália Pasternak, microbiologista da Universidade de São Paulo.

O Instituto Butantan informou que vai retomar nesta quinta (12) os testes com os voluntários. Segundo a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, só no Brasil foram vacinados mais de dez mil dos 13 mil voluntários programados para tomar a CoronaVac. E, na China, mais de 50 mil pessoas tomaram a vacina e nenhuma delas apresentou reação adversa grave. A CoronaVac também está sendo testada na Turquia e na Indonésia.

“Cada dia que nós atrasamos no desenvolvimento dessa vacina significa muitas vidas. Centenas de vidas que poderão estar sendo poupadas aí, quando a vacina estiver disponível. Nós estamos à disposição sim, estamos à disposição do Congresso, estamos à disposição do Senado, da própria Anvisa e da sociedade de uma forma geral para fornecer aí com transparência total o que for necessário”, defendeu Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan.

Fonte: G1

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