Anvisa estuda flexibilizar rastreabilidade de medicamentos
Sob pressão da indústria farmacêutica, a Anvisa avalia uma possível mudança nos prazos ou na lista de produtos inserida na rastreabilidade de medicamentos. A medida entra em vigor em abril de 2022, mas o setor precisa iniciar a adequação dos seus processos até dezembro deste ano. As informações são da Folha de S.Paulo.
Segundo a reportagem, o setor estaria cobrando da Anvisa prazos escalonados, o que poderia estender a implementação completa para depois de 2024. As alegações incluem possíveis custos do processo em meio a alta do dólar, dificuldade em obter fornecedores de máquinas para instalação dos códigos e risco de paralisar a produção para adequar as embalagens, diminuindo a oferta de remédios.
Apesar de não haver consenso na diretoria da agência, Marcus Miranda defende que o prazo inicial valha apenas para 10% dos medicamentos. Para os demais, o prazo passaria ser escalonado nos anos seguintes. A ideia seria iniciar a rastreabilidade com medicamentos de controle especial e antimicrobianos, no período de 2022 a 2024. Outra sugestão é a revisão anual da lista para inclusão gradual de outras categorias.
Para piorar a situação, duas diretoras pediram vista do processo e Miranda deixou a agência com entrada de novos diretores —regras da Anvisa, porém, preveem manter o voto do anterior nesses casos.
O que pensam as entidades?
Telma Salles, presidente executiva da PróGenéricos
“Queremos discutir porque surgiram várias preocupações, como um impacto na produtividade. Tem software e maquinário que precisa adquirir, e estamos ainda enfrentando uma pandemia”. A entidade defende prazos divididos ou a restrição da norma a medicamentos que necessitam de maior controle
Fernando Marcussi, gerente regulatório da Alanac
Em reunião da agência, entidade citou a possibilidade de aumento do custo de alguns remédios de R$ 0,11 a R$ 0,15
Nelson Mussolini, presidente executivo do Sindusfarma
“No nosso entendimento, o prazo só começaria a correr após todas as normas”
Sergio Mena Barreto, CEO da Abrafarma
A entidade compartilha da opinião do Sindusfarma e menciona a pandemia. “Estamos falando de 80 mil estabelecimentos que terão de comprar equipamentos de leitura. Se eu for fazer um pedido hoje, não vou ter fornecedor para entregar”
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico
Cadastre-se para receber os conteúdos também no WhatsApp e no Telegram
Jornalismo de qualidade e independente
O Panorama Farmacêutico tem o compromisso de disseminar notícias de relevância e credibilidade. Nossos conteúdos são abertos a todos mediante um cadastro gratuito, porque entendemos que a atualização de conhecimentos é uma necessidade de todos os profissionais ligados ao setor. Praticamos um jornalismo independente e nossas receitas são originárias, única e exclusivamente, do apoio dos anunciantes e parceiros. Obrigado por nos prestigiar!