Ícone do site Panorama Farmacêutico

Anvisa vai rediscutir uso dos cigarros eletrônicos

Os produtos de potencial risco reduzido (PPRR), os chamados cigarros eletrônicos ou vaporizadores, são autorizados e comercializados em vários países do exterior, porém, são expressamente proibidos no Brasil desde 2009.

Apesar disso, esses produtos já ganharam as ruas do país e podem ser vistos facilmente sendo consumido em ambientes diversos. Por esse motivo, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) viu a necessidade de rediscutir sua possível liberação em uma audiência pública, que acontece no dia 8 de agosto. Uma decisão definitiva só deve sair no mês de dezembro.

O assunto tem tanta importância, que foi um dos temas do XVII Simpósio Latino-americano de Cromatografia e Técnicas Relacionadas (Colacro), que acontece na Universidade Tiradentes (Unit) e vai até a próxima sexta-feira, 19.

Na oportunidade, a empresa Souza Cruz, que comercializa o produto, explicou sobre a temática e o benefício que produzirá na vida das pessoas. Trata-se de uma estratégia de redução de danos para fumantes.

Além disso, a proibição da Anvisa baseava-se na alegação de falta de estudos científicos que garantissem a segurança do consumidor. Hoje, 10 anos depois, a realidade mostrada é completamente diferente e a introdução de novas tecnologias demonstram um impacto mínimo na vida de quem utiliza o cigarro eletrônico.

“Eles são produtos onde o fenômeno da combustão não está presente. Isto significa dizer que a queima de tabaco não acontece. E como não acontece essa queima, a geração de substâncias indesejáveis não está presente. Com isso, a gente chega a uma redução de risco nesses produtos da ordem de 95%”, explica Analucia Saraiva, gerente de assuntos científicos da Souza Cruz.

A gerente explica ainda a importância do debate em eventos como o Colacro, além da necessidade de evidenciar resultados através da ciência.
“A gente viu nessa palestra a necessidade de trazer a ciência para o debate, porque é científico, é tangível, pode ser medido em laboratório e a academia tem o dever de trazer esse debate para a discussão. O regulador da Anvisa disse que quer discutir as evidências científicas. Hoje, há evidência científica, principalmente da Europa, que é um modelo regulatório diferente do americano”, evidencia Analucia.

Para a coordenadora do evento, a professora Elisa Bastos Caramão, a discussão engrandece o meio acadêmico.

“Eu acho importantíssimo um evento desse acontecer nessa época que a gente está tendo tantas restrições à pesquisa, tanta balbúrdia sendo comentada e a gente fazendo um trabalho que mostra praxidade para o estado, para o país, e que nós estamos trabalhando arduamente. Eu entendo que essa situação dos cigarros eletrônicos é uma situação que existe na sociedade. É muito interessante comentar que a discussão foi feita pela academia. Eu acho que a Anvisa tem um trabalho imenso nessa linha”, ressalta Elisa.

A expectativa é de que o assunto seja amplamente discutido e que, ao final, sejam analisados todos os aspectos evidenciados através de pesquisas para que, apenas em dezembro, se tenha uma decisão definitiva sobre a temática.

Fonte: Jornal da Cidade

Leia também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2019/06/25/san-francisco-nos-eua-pretende-banir-cigarros-eletronicos/

Sair da versão mobile