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BC vê Selic próxima de limite arriscado

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O Banco Central (BC) afirmou que a Selic está próxima de um limite a partir do qual poderia provocar instabilidade nos preços de ativos e, sobre a porta aberta para eventuais cortes nos juros básicos à frente, indicou que precisará de maior clareza sobre a atividade econômica e sobre a inflação prospectiva, sendo que essas reduções podem ser “temporalmente espaçadas”.

“Os juros baixos sem precedentes podem comprometer o desempenho de alguns mercados e setores econômicos, com potencial impacto sobre a intermediação financeira”, disse o BC em ata do Comitê de Política Monetária (Copom) publicada ontem.

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“Ao analisar o sistema financeiro de forma ampla, considerando as suas diversas indústrias, mercados, produtos e serviços financeiros, o Comitê refletiu que um ambiente com juros baixos sem precedentes pode gerar aumento da volatilidade de preços de ativos e afetar, sem o devido tempo necessário de transição para um novo ambiente, o bom funcionamento e a dinâmica do sistema financeiro e do mercado de capitais”, acrescentou a ata.

Na semana passada, o BC cortou a Selic em 0,25 ponto, a nova mínima histórica de 2% ao ano, e manteve a possibilidade de novos ajustes na taxa de juros no futuro, embora tenha pontuado que, se vierem, eles ocorrerão com “gradualismo adicional” e dependerão da situação das contas públicas.

Ao mesmo tempo, o BC expressou, também no comunicado, que não antevê altas nos juros básicos a menos que as expectativas e projeções para a inflação fiquem suficientemente próximas das metas no seu horizonte relevante para a política monetária, que inclui 2021 e, em menor grau, o ano de 2022.

Na ata, o BC reconheceu o uso de prescrição futura (forward guidance) nesse sentido, assinalando que esta “seria a estratégia de implementação de política que atualmente apresenta a melhor relação custo benefício”.

Sobre sua opção, o BC explicou que, para adequar a prescrição futura ao dinamismo dos limites impostos por questões prudenciais, o Copom ponderou que a intenção de política colocada deveria ser assimétrica. Atingidas as condições indicadas, portanto, a Selic não seria elevada, mas poderia ser diminuída.

Em uma frente, o BC vai levar em conta as expectativas de inflação, bem como as projeções de inflação em seu cenário básico para o horizonte relevante de política monetária, que inclui em menor grau o ano de 2022. Na ata, o BC destacou que essas informações serão consideradas conjuntamente. Caso estejam suficientemente próximas das metas de inflação, indicarão “o fim da intenção” de diminuição dos juros.

De outro lado, o BC deixou claro que considerou necessário condicionar essa eventual redução a dois outros fatores: manutenção do regime fiscal e ancoragem das expectativas de inflação de longo prazo.

Em uma provável menção à manutenção do teto de gastos como âncora da trajetória para as contas públicas, o BC afirmou na ata que a ruptura do regime fiscal “implicaria alterações significativas para a taxa de juros estrutural da economia”.

Já quanto à desancoragem das expectativas para o IPCA no longo prazo, o BC pontuou que isso indicaria que os custos derivados do estímulo monetário estariam se sobrepondo a seus benefícios.

Inflação – Por ora, o BC repetiu na ata os cálculos para a inflação que já tinha divulgado na semana passada. No cenário híbrido – que considera a Selic extraída da pesquisa Focus e taxa de câmbio constante a R$ 5,20 -, enxerga IPCA de 1,9% neste ano e 3,0% em 2021, abaixo dos níveis vistos em junho em 2% e 3,2% respectivamente. Para 2022, a perspectiva é de um IPCA de 3,4%.

Na prática, as projeções do BC estão distantes da meta para este ano e o próximo, para os quais os alvos oficialmente perseguidos pelo governo são de um IPCA de 4% e 3,75%, respectivamente. Para 2022, a conta está bem próxima da meta de inflação de 3,5%. Nos três casos, as metas têm margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos.

Na pesquisa Focus mais recente, o mercado estimou inflação de 1,63% este ano, 3% em 2021 e 3,5% em 2022. (Reuters)

País observa retomada parcial na economia

Brasília – Dados recentes sugerem uma recuperação parcial da economia brasileira, afirmou o Banco Central (BC) ontem, apontando que, se de um lado, os programas de auxílio do governo impulsionaram o consumo de bens duráveis e o investimento, o setor de serviços segue afetado negativamente pela crise com o coronavírus e deve continuar apresentando maior ociosidade que os demais.

“Várias atividades do setor de serviços, sobretudo aquelas mais diretamente afetadas pelo distanciamento social, permanecem bastante deprimidas”, disse o BC na ata do Comitê de Política Monetária (Copom).

“A pandemia deve continuar a ter efeitos heterogêneos sobre os setores econômicos. Dada a natureza do choque, o setor de serviços deve continuar a apresentar maior ociosidade que os demais”, destacou o BC em outro trecho do documento.

Na visão da autoridade monetária, a pouca previsibilidade associada à evolução da pandemia e a necessária redução dos auxílios emergenciais a partir do final deste ano elevam as incertezas sobre a velocidade de retomada da atividade econômica.

Tudo isso pode implicar “um cenário doméstico caracterizado por uma retomada ainda mais gradual da economia”, pontuou o BC.

Em maio, o volume do setor de serviços caiu 0,9% frente a abril e 19,5% na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados mais recentes do IBGE sobre o setor. Enquanto isso, indústria e vendas no varejo já mostraram recuperação em maio sobre o mês anterior, com altas de 7% e 13,9%, respectivamente, ainda que na comparação anual tenham caído 21,9% e 7,2%.

Pela natureza da crise, o BC frisou ainda que as pressões desinflacionárias por conta da diminuição da demanda com a crise podem ter duração maior que em recessões anteriores.

O BC projetou em junho uma queda de 6,4% para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil neste ano, mas desde então vinha ressaltando que o viés era de melhora para esse número. A nova estimativa do BC para o PIB sairá em setembro. O Ministério da Economia, por sua vez, prevê uma retração de 4,7% para a economia neste ano.

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2020/08/11/previsao-do-ipca-para-2020-segue-em-163-no-focus-do-bc/ 

Sobre a economia internacional, o BC ponderou ontem que a forte retomada no consumo de bens não é acompanhada no setor de serviços, razão pela qual avaliou haver sinais promissores de recuperação, mas que se mostra incompleta.

“A principal restrição a uma recuperação plena nas principais economias é a própria evolução da pandemia, sendo a possibilidade de uma segunda onda o principal risco nas economias centrais”, disse o BC. (Reuters)

Fonte:  Diário do Comércio

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