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Bolsa Família teve seu valor máximo em 2014, ano de reeleição da Dilma

No ano da reeleição de Dilma Rousseff (PT), o programa Bolsa Família teve seu valor real mais alto da história (quando se aplica a correção monetária, pelo IPCA). Em 2014, o pagamento médio mensal por família foi de R$ 245. Em 2021, está em R$ 214.

O governo de Jair Bolsonaro anunciou nesta 4ª feira (20.out.2021) aumento de 20% nos valores do programa. Não está claro de quanto será o pagamento médio, nem a fonte dos recursos. Em comum, um padrão se repete: cifras mais altas em anos de reeleição.

Bolsonaro tenta aumentar os valores para um tíquete médio de R$ 400. Em 2019, 1º ano de seu governo, foram pagos em média R$ 233,9 com a implantação do 13º pagamento para as famílias atendidas. No ano seguinte, houve queda nos valores médios para R$ 214,6. Em 2021, está em R$ 214,7.

Sem ‘feel good factor’

Para Daniela Campello, professora de política da FGV e pesquisadora do Wilson Center, o aumento tem 2 problemas:

ganho pequeno – a sensação de bem-estar será ofuscada pela inflação dos alimentos e pela ‘memória’ dos R$ 600 do auxílio emergencial;

alto risco – agentes de mercado acham que poderá haver descontrole fiscal.

Outros fatores influenciam o ‘feel good factor’, diz Campello. Em 2014, o desemprego foi de 4,8%, em média. Hoje, está em 13,7%. Em 2020, o governo passou a corrigir o salário mínimo pela inflação -sem ganho real.

Debandada na Economia

Depois de o ministro da Economia, Paulo Guedes, pedir licença para furar o teto e pagar o aumento no auxílio, 4 secretários da sua equipe pediram exoneração:

Bruno Funchal – secretário especial do Tesouro e Orçamento;

Jeferson Bittencourt – secretário do Tesouro Nacional;

Gildenora Dantas – secretária especial adjunta do Tesouro e Orçamento;

Rafael Araujo – secretário-adjunto do Tesouro Nacional.

A debandada acontece no mesmo dia que o relator da PEC dos Precatórios, Hugo Motta, acatou pedido do governo para mudar a regra fiscal. A manobra ajudará a abrir espaço de R$ 83 bilhões no Orçamento.

Eis o plano do governo, incluído no parecer de Motta:

R$ 39 bilhões – virão com a mudança no cálculo do teto de gastos. Será considerado o IPCA acumulado em 12 meses até dezembro, e não até junho;

R$ 44 bilhões – com parcelamento de dívidas judiciais (precatórios).

Felipe Salto, diretor da Instituição Fiscal Independente, calcula que o rombo na regra do teto de gastos deve ficar próximo de R$ 100 bilhões.

Fonte: Poder 360

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