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Brasil é indicado para participar de campanha global de combate ao câncer

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Levantamento inédito lançado em abril de 2018, realizado pelo Observatório de Oncologia, em parceria com Conselho Federal de Medicina, que analisou dados do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), indica que câncer é a principal causa de morte em 10% das cidades brasileiras. O Rio Grande do Sul abriga o maior número de municípios em que este cenário é registrado. No território gaúcho, o índice é de 33,6%, enquanto a média no restante do País é de 16,6%.

Como podemos oferecer de forma mais eficaz o tratamento do câncer de forma mais justa, sustentável e de qualidade nas cidades? Essa é a questão principal por trás de uma iniciativa liderada pela União para o Controle Internacional do Câncer (UICC), o C/Can 2025 City Cancer Challenge, um desafio que visa ampliar o acesso a cuidados e tratamentos de qualidade do câncer em cidades com mais de 1 milhão de habitantes em todo o mundo.

No Brasil, Porto Alegre/RS concorre para participar da iniciativa global, por meio da união entre a Prefeitura e a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (FEMAMA), com o apoio do Hospital Moinhos de Vento. Lançado em janeiro de 2017, o C/Can 2025 é uma iniciativa multissetorial que apoia as cidades para assumir a liderança no planejamento e implementação de soluções da cadeia de atenção de câncer, com o objetivo de aumentar o número de pessoas com acesso a tratamento oncológico de qualidade em cidades.

Em todo o Brasil, estima-se que sejam registrados cerca de 417 mil novos casos de câncer em 2018 – 54.800 deles só no Rio Grande do Sul (INCA). Diante deste cenário, a capital gaúcha foi pré-selecionada para ingressar no C/Can 2025: City Cancer Challenge como uma “Challenge City”. Em sua carta de inscrição, Porto Alegre compartilhou dados a respeito de políticas públicas, registros da doença, capacidade de radioterapia, disponibilidade de quimioterapia, acesso aos serviços de cuidados paliativos e medicamentos para alívio da dor, além de exemplos dos resultados provenientes de parcerias entre a Prefeitura e a FEMAMA.

O documento da candidatura destaca também a triagem para neoplasias de mama, de cólon e reto e de colo de útero na atenção primária. “De acordo com o protocolo municipal, mulheres entre 50 e 69 anos devem fazer mamografias anualmente, com o objetivo de cobrir 80% da população-alvo e reduzir a mortalidade por câncer de mama em 20%. Na última revisão, essa cobertura atingiu 74% da população”, informa um trecho do documento.
Nos dias 23 e 24 de abril, a cidade recebe uma comitiva internacional da UICC para dar seguimento ao processo de seleção para participação no projeto.

Dra. Maira Caleffi, presidente da FEMAMA e representante da sociedade civil no processo de candidatura, afirma que a participação do Brasil nessa iniciativa será um passo fundamental para que pacientes oncológicos tenham acesso ao tratamento do câncer e seus cuidados. “Porto Alegre poderá servir como modelo para algo que pode e deve ser incorporado nacionalmente e, assim, melhorar a assistência em saúde a essa população. Por meio da candidatura e eventual participação, esperamos desenvolver novas formas de trabalhar em parceria por um cenário mais promissor de enfrentamento do câncer”.

As cidades participantes do C/Can 2025 City Cancer Challenge assumem uma série de compromissos, tais como fomentar a parceria entre setor privado, agências da ONU, organizações multilaterais e instituições financeiras, sociedade civil, pacientes e cuidadores, adotando e implantando reformas necessárias à assistência; incorporar elementos-chave de um pacote básico de intervenções contra o câncer; e manter abordagem participativa para a tomada de decisões no processo de planejamento para combate da doença. Quatro municípios já fazem parte da C/Can 2025: Assunção, no Paraguai; Cali, na Colômbia; Kumasi, em Gana; e Yangon, em Myanmar.
“Se conseguirmos integrar Porto Alegre ao C/Can 2025 City Challenge, daremos um grande passo para qualificar toda a cadeia assistencial de combate ao câncer, que, infelizmente, será a primeira causa de morte em nossa cidade em poucos anos”, finaliza o Secretário Municipal de Saúde, Erno Harzheim.

 FEMAMA é pioneira

Essa não é a primeira vez que a FEMAMA está à frente de iniciativas que buscam a ampliação do acesso a políticas públicas de enfrentamento do câncer no Brasil. Atuando intensamente pelo processo de incorporação de tratamento para câncer de mama metastático no Sistema Único de Saúde, a instituição realizou uma série de ações e debates e esteve presente desde o incentivo à participação da população em consultas públicas sobre o trastuzumabe e o pertuzumabe, até a cobrança junto às Secretarias de Saúde e o Ministério da Saúde para que a disponibilidade dos medicamentos seja efetivada.

Além disso, recentemente a FEMAMA lançou um Documento Orientador para criação de políticas públicas de combate ao câncer, aliando o setor público ao terceiro setor, que propõe caminhos para ampliar o acesso ao atendimento qualificado e ao tratamento ágil e assertivo.

“Nossa atuação é pautada por medidas que possam contribuir para que mulheres com câncer de mama tenham o direito de viver mais e melhor. Por isso, vemos com otimismo o potencial ingresso de Porto Alegre na C/Can 2025: com uma iniciativa internacional, podemos baixar o índice de mortalidade por câncer no estado gaúcho e desenvolver um modelo de trabalho para o Brasil”, pontua Caleffi.

Para mais informações sobre o C/Can 2025: City Cancer Challenge: https://www.uicc.org/what-we-do/convening/ccan-2025-city-cancer-challenge

Sobre a FEMAMA
A Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama é uma organização sem fins econômicos que trabalha para reduzir os índices de mortalidade por câncer de mama em todo o Brasil, influenciando políticas públicas para defender direitos de pacientes, ao lado de 73 ONGs de apoio a pacientes associadas em todo o país. A FEMAMA foi a primeira instituição a trazer o Outubro Rosa de forma organizada para o Brasil, em 2008, com ações em diversas cidades, em parceria com ONGs associadas.

Fonte: Revista Hosp

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