Membros da Sociedade Argentina de Pediatria (SAP) se disseram surpresos com a decisão tomada pelo governo de vacinar crianças de três a 11 anos de idade contra a Covid-19 com o imunizante chinês Sinopharm. O anúncio foi feito na sexta-feira (1) pela ministra da Saúde da Argentina, Carla Vizzotti, depois que a agência reguladora local deu o aval para o uso pediátrico da vacina.
O presidente da SAP, Omar Tabacco, afirmou que a expectativa
da organização é ter acesso o mais rápido possível às evidências científicas
que balizaram a decisão da Administração Nacional de Medicamentos, Alimentos e
Tecnologia Médica (Anmat) – o equivalente argentino da Anvisa – de liberar o
uso emergencial da vacina da Sinopharm.
‘Ainda não dispomos dos resultados desses ensaios clínicos. No
meu entendimento, parece que a decisão se baseou em informações divulgadas pela
Sinopharm, mas como esses dados ainda não foram apresentados à Comissão
Nacional de Imunização, ainda não tivemos acesso’, explicou o médico.
‘Fomos pegos de surpresa. Não fomos previamente informados
nem consultados. Sabemos que a Sinopharm está sendo aplicada em crianças
pequenas na China e em outros países do sudeste asiático. Sabemos que há dados
publicados de pesquisas na fase 1 e na fase 2, mas ainda não há nenhuma
publicação com dados sólidos sobre a fase 3, e é isto que estamos esperando’,
declarou a médica infectologista e membro da SAP Elizabeth Patricia Bogdanowicz.
A SAP publicou em seu perfil em uma rede social um comunicado no qual defende a vacinação de crianças menores de 12 anos, desde que seja feita com vacinas seguras, como uma ferramenta de proteção para a própria saúde das crianças, por serem indivíduos vulneráveis. A organização também reforça a importância da vacina na diminuição da circulação viral e como fator de garantia da presença das crianças nas escolas.
Fonte: NotíciasBH