Se a CES 2020, um enorme evento de tecnologia de consumo realizado em Las Vegas, teve um tema consistentemente presente em seu salão, foi o fato de que toda empresa é, atualmente, uma empresa de tecnologia.
Entre os inúmeros modelos de televisões, notebooks e drones, havia um número surpreendente de companhias que estão longe de se encaixar na indústria de tecnologia tradicional.
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Elas incluem a Procter & Gamble, que mostrou seus três conceitos do CharminGo Lab, incluindo um penico portátil premium, com headset de realidade virtual, e a Delta Airlines, que discutiu um futuro onde o Wi-Fi a bordo será gratuito, além da possibilidade da empresa buscar sua bagagem na sua casa, em vez de você levá-la ao aeroporto.
Pronto para responder à pergunta de por que a Delta estava na CES 2020, o CEO Ed Bastian começou sua palestra com uma declaração, dizendo: “Para responder a esta pergunta, você precisa voltar mais de um século no tempo, quando a inovação tecnológica mudou nossas vidas com a magia dos voos motorizados. Estamos aqui hoje porque ainda acreditamos que a dádiva de voar é a maior inovação”.
A John Deere também estava presente exibindo o R4038, seu pulverizador motorizado.
“Uma das razões importantes pelas quais a Deere está presente na CES 2020 é para identificar e promover tecnologias atuais e potenciais novas tecnologias no âmbito da agricultura, que irão melhorar a produtividade, a lucratividade e a sustentabilidade,” disse a empresa em uma declaração sobre o novo pulverizador.
Este é exatamente o tipo de anúncio que confunde o limite entre uma empresa tradicional, como uma fabricante de equipamentos agrícolas, e a indústria de tecnologia.
“Nós temos empresas que você não classificaria como empresas de tecnologia,” disse o vice-presidente de assuntos políticos e da indústria da Consumer Technology Association, Tiffany Moore, ao Yahoo Finance.
Chips e conectividade em todo lugar
Não há dúvida de que a tecnologia já permeia virtualmente toda a indústria comercial e de consumo. No entanto, neste ano a CES serviu como a codificação desta noção, com escovas de dente, vasos sanitários, chuveiros, micro-ondas, persianas, tratores-reboque e alimentos surgindo com assistentes de voz, recursos de direção e alto-falantes, todos fazendo sua estreia na feira.
“A questão é: ‘Como você cria aquela experiência melhor?’ O objetivo da tecnologia é oferecer estas experiências para os consumidores,” disse Moore.
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Certamente é impressionante ver objetos do dia a dia entrando na categoria de “tecnologia”, mas para Rebecca Slaughter, da Federal Trade Commission, agência independente do governo americano, isso também leva a questões sobre como as companhias por trás destes dispositivos são reguladas, como empresas de tecnologia ou algo completamente diferente.
Também existe a possibilidade de que estas novas empresas de tecnologia e seus produtos sejam vítimas de hackers ou cibercriminosos que possam ter acesso às informações dos usuários. Afinal, adicionar chips e conectividade a um dispositivo, o torna instantaneamente vulnerável a pessoas maliciosas.
“Eu acho que esta é uma questão muito importante. Estou feliz pela discussão sobre este assunto, pois enquanto caminho pelo salão de expositores, fico impressionada com todas as inovações e desenvolvimentos que vejo, mas também vejo muitos riscos,” disse Slaughter ao Yahoo Finance durante uma entrevista na CES 2020.
É claro que algumas empresas presentes na feira podem ser melhores descritas como empresas de tecnologia adjacente, ainda mais do que a Delta ou a Procter & Gamble. A Impossible Foods, por exemplo – a empresa, que produz carne vegetal, estreou dois novos produtos na CES 2020: uma alternativa à carne de porco moída e uma alternativa à linguiça de porco.
Fonte: Yahoo
