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Com inflação alta, economistas já falam em Selic acima de 7% em 2021

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Pouco antes de a pandemia sair da China para o mundo e atingir também o Brasil, no início de 2020, a economia do país vivia um feito inédito: em fevereiro, o Banco Central baixava a Selic, a taxa básica de juros, para 4,25% pela primeira vez na história.

O choque da pandemia, a partir daquele mês, levou a mais uma leva de cortes extraordinários agressivos e a Selic chegou a passar uma temporada inimaginável nos 2%.

O percentual foi atingido depois de dois anos de um ciclo longo de redução que permitiu o antigo dono dos juros mais altos do mundo chegar a taxas finalmente comparáveis a níveis internacionais. Em 2016, a Selic estava acima de 14% e, até o início dos anos 2000, passava dos 20%.

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Os anos de juros tão altos ficaram para trás, mas a temporada de juros muito baixos também. Com choques de preços que fizeram a inflação subir e se espalhar rápido na pandemia, o Banco Central já voltou a subir a Selic no começo deste ano, e a taxa abandonou os 2% a que chegou e foi para os 4,25% em que está hoje. E não vai parar por aí.

Como a inflação ainda preocupa, os economistas já refazem as contas e os últimos dias registraram uma avalanche de revisões: o consenso de bancos, consultorias e casas de análise é que os juros devem subir bem mais e bem mais rápido do que se estava imaginando.

A gota d’água mais recente foi a divulgação na sexta-feira (28) do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), prévia da inflação de julho, que subiu 0,7%, acumulou 8,6% em 12 meses e foi o maior resultado para o mês em 17 anos.

Maiores juros em 4 anos

Muitos já falam na Selic passando dos 7% ainda em 2021 e voltando para cima dos 8% em 2022. Se confirmados, já são números bem mais altos do que os 4,25% em que o coronavírus encontrou a Selic quando chegou ao Brasil e os maiores níveis em quatro anos, desde 2017.

O ritmo também deve acelerar: se, até aqui, o BC vinha reajustando a taxa com aumentos de 0,75 ponto, que já é bastante, nas próximas revisões o reajuste já deve ser de 1 ponto. O reajuste mínimo é de 0,25 ponto para menos ou para mais.

A principal consequência de juros mais altos é que eles implicam em um freio ao crescimento econômico, o que pode tirar um pouco da força com que o país vem engatando sua recuperação.

Por outro lado, são o principal mecanismo para fazer com que os preços parem de subir tanto, além de também ajudar a aliviar a cotação do dólar, que pode voltar a ver o horizonte dos R$ 4 nos próximos meses conforme os juros sobem e mais capital estrangeiro volta a aplicar da renda fixa brasileira.

O Comitê de Política Monetária (Copom), colegiado do Banco Central responsável pela Selic, se encontra na próxima quarta-feira (4) para decidir a nova taxa de juros. Uma alta de 1 ponto elevaria a Selic de seus 4,25% atuais para 5,25% a partir da semana que vem.

Inflação alta e espalhada

‘A inflação divulgada na sexta surpreendeu a todos não só porque veio alta, mas também pelos detalhes’, diz o economista-chefe do banco BNP Paribas no Brasil, Gustavo Arruda.

‘Às vezes há uma surpresa inflacionária, mas é possível identificar o principal componente responsável, como energia elétrica ou passagens aéreas. Não foi o caso. A inflação está subindo de maneira generalizada.’

Como a perspectiva é de que a abertura da economia, a movimentação das pessoas e o consumo só se ampliem mais daqui para frente, a pressão sobre os preços será de ainda mais altas, o que, de acordo com Arruda, torna o ajuste mais agressivo dos juros inevitável.

O BNP revisou suas projeções nesta semana e fala tanto em inflação quanto em juros mais altos até o fim de 2021: o IPCA deve chegar a dezembro em 7% e a Selic a 7,5%. As projeções anteriores eram de 6,5% para ambos. Em 2022, os juros seguem subindo até estacionar nos 8,5%, de acordo com o banco.

A LCA Consultores é outra que refez as projeções nesta semana e que também já fala na Selic a 7,5% ainda em 2021. Para o banco Barclays, que também revisou os números para cima, a taxa chega a esse patamar no primeiro trimestre de 2022.

‘Os resultados recentes da inflação tornaram a superar as projeções, apontando relevante aceleração das principais medidas de tendência inflacionária’, escreveram os analistas da LCA em relatório. ‘A maior persistência da inflação doméstica tornou preponderante a hipótese de que o Banco Central intensificará o ritmo de elevação da Selic no curto prazo.’

Fonte: CNN Online (Brasil)

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