O sonho da gravidez é presente em várias mulheres, mas não naquelas que convivem com a tocofobia. Esse é o nome dado ao medo excessivo de engravidar e do parto. Em suma, ele funciona da mesma maneira que as demais fobias, como a de aranhas, palhaços e altura.
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Especialistas classificam a tocofobia como o pânico de engravidar e não somente uma vontade de postergar uma gestação. Para a pessoa que encara esse medo, a gravidez está ligada pensamentos negativos referentes as dores e incômodos comuns nesse período.
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Em alguns casos, o simples fato de imaginar uma gestação ou o parto já pode gerar uma crise de ansiedade na mulher que sofre com a tocofobia. É importante ressaltar que nem todas as pacientes que sofrem com esse medo excessivo não querem ser mães, muitas acabam evitando uma gravidez e buscando outras maneiras de realizar o sonho, como a adoção, por exemplo.
Esse transtorno, além de pouco conhecido pela população, ele também demorou para ser reconhecido pela comunidade médica. Após a análise de 26 casos de tocofobia e a seguinte publicação do estudo no British Journal of Psychiatry em janeiro de 2000 levou ao reconhecimento da fobia. Nesse texto iremos explicar mais sobre esse tema.
O que pode causar?
A tocofobia pode ser dividida em duas: a tocofobia primária e a tocofobia secundária. No primeiro caso, a mulher nunca engravidou, tornando mais difícil o diagnóstico. No segundo, é quando o medo excessivo é apresentado após uma gestação.
Dentre os traumas que podem gerar a fobia primária estão eventos intrauterinos (antes do nascimento da pessoa acometida), como violência obstetrícia em seu nascimento, choques emocionais sofridos pela mãe durante a gestão; e também relatos negativos sobre a gestação feitos por terceiros e a cobrança da sociedade.
Já entre os motivos que podem causar a tocofobia secundária estão:
- Aborto
- Erro médico
- Parto prematuro
- Violência obstetrícia
Tocofobia tem sintomas?
A tocofobia é considerada um transtorno de ansiedade. Como tal, apresenta os seguintes sintomas:
- Afastamento social
- Alterações no sono e apetite
- Choro constante
- Crise de pânico
- Depressão
- Descontrole emocional ao tocar no assunto ou durante a gestação
- Oscilação intensa de humor
- Pesadelos
- Repulsa a figuras que lembrem bebês ou crianças
- Sentimento de culpa
- Sudorese
- Taquicardia
- Vômitos excessivos
Tem tratamento?
Para se tratar a tocofobia é importante entender o gatilho por trás desse medo excessivo. Com esse intuito, a psicoterapia pode ser de grande auxilio. O tratamento para a fobia deve ser acompanhado por profissional.
A partir das conclusões do profissional da saúde, um tratamento medicamentoso pode ser usado também, em casos mais graves. Seguindo as indicações, a tocofobia é completamente contornável.
Principalmente durante a gravidez, o tratamento da tocofobia é imprescindível. Isso porque, caso o quadro não receba a atenção necessária, a futura mamãe pode evoluir para uma depressão grave e até mesmo para uma psicose puerperal, que é quando, após dar à luz, a paciente começa a apresentar delírios e alucinações capazes de levar a sentimentos de agonia, medo e raiva, colando mãe e bebê em risco.
Todo medo de gravidez é tocofobia?
Não. É importante ressaltar que o medo durante a gravidez, principalmente durante o terceiro trimestre, é normal, não caracterizando tocofobia. Nesse período em específico, é comum o receio aumentar, devido a proximidade do parto.
A tocofobia só será caracterizada caso esse medo se torne um pavor irracional.
Tocofobia x Covid-19
Mais de duas mil mulheres de Pernambuco foram entrevistadas para uma pesquisa realizada pela Universidade do Texas. Nesse estudo, foi constatado que mais de 28% delas perderam o desejo de ficar grávida após o início da pandemia da Covid-19.
Especialistas apontam que essa incerteza quanto ao futuro, seja por uma pandemia, guerras ou catástrofes, sempre tem um efeito direto na natalidade.
Esse mesmo estudo também mostrou que esse medo é maior do que em outras epidemias. Durante o surto do zika vírus, 76,1% das entrevistadas disseram que uma gravidez deveria ser evitada, já com o novo coronavírus, 79,9% disseram evitar a gravidez.
Homens podem apresentar tocofobia?
Sim. Embora o índice de incidência seja bem menor, os homens também podem desenvolver quadros de tocofobia. Assim como nas mulheres, o indicado é o tratamento por meio da psicoterapia, para que possa se identificar os gatilhos e traumas por trás do medo e desfrutar a paternidade.
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico
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