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Como evitar a lombalgia no retorno às atividades físicas?

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O retorno aos exercícios após um período de inatividade durante a pandemia não está sendo fácil para muita gente. Uma das principais queixas nos consultórios de ortopedistas desde que atividades físicas ao ar livre e em academias foram liberadas é a de dor nas costas, especialmente na região lombar inferior, a chamada lombalgia. Já a lombociatalgia é a dor lombar que se irradia para uma ou ambas as nádegas e/ou para as pernas na distribuição do nervo ciático. Pode ser aguda, com duração menor que três semanas, subaguda ou crônica, com duração maior que três meses. Essa dor na lombar pode ser ocasionada tanto pela atividade física em excesso quanto pela má postura somada ao sedentarismo. Especialistas explicam e dão dicas de prevenção e tratamento.

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– Com a pandemia, as pessoas ficaram muito inativas. No começo, a maioria não fazia nem workout (exercício). O core (conjunto de músculos que sustentam o tronco e o mantêm estável), que fortalece a parte inferior da coluna vertebral, ficou enfraquecido. Isso tudo gera uma instabilidade, principalmente para a lombar. Quando você tem uma perda dessa hipertonia (força muscular), você perde estabilidade e gera sobrecarga. E isso também gera movimentos assimétricos e compensatórios, que é quando você começa a ter probabilidade maior de lesão – explica o médico ortopedista e traumatologista Gustavo Caldeira, que trabalha no departamento médico do futebol profissional do Flamengo.

Causas da lombalgia

  • Torções musculares, ocasionadas por sobrecarga excessiva. Ou seja, exercícios numa intensidade que o corpo não suporta após um período de inatividade. Um problema comum no momento, quando pessoas voltaram a se exercitar após a flexibilização das regras de distanciamento social na pandemia, mas tentaram retomar com a mesma intensidade de antes;
  • Má posição para sentar, se deitar, se abaixar no chão ou carregar algum objeto pesado;
  • Inflamação, infecção, hérnia de disco, escorregamento de vértebra, artrose (processo degenerativo de uma articulação);
  • Problemas emocionais.

 

Caldeira, que também é médico do esporte e cirurgião do joelho, conta que com a reabertura de consultórios, com a flexibilização do isolamento social, houve um boom de pacientes relatando lombalgia. E, segundo ele, a principal causa é a falta de capacidade muscular para fazer o treino que as pessoas estavam fazendo.

– Todo mundo quer fazer o mesmo nível de atividade que fazia antes da pandemia, porém com capacidade menor, e é isso que gera lesão. De que forma isso acontece: primeiro que você faz uma dor crônica. E a dor crônica gera assimetrias que o organismo vai tentar compensar. Ou seja, se você tem uma dor lombar mais para a direita, seu corpo compensa com a esquerda. E isso aumenta a probabilidade de uma lesão muscular – detalha o médico.

A pior consequência de uma lombalgia, quando não tratada, é que as dores piores se tornem crônicas e virem uma hérnia de disco. Mas não se desespere: existe prevenção e tratamento.

– Se eu estou em uma fase sintomática (fase 1), o primeiro tratamento é melhorar a dor, com medicamento analgésico, fisioterapia e repouso. Depois começa a fase (2) de recondicionamento, força em abdômen e musculatura paravertebral. Na fase 3, o paciente começa a retornar ao condicionamento que ele tinha pré-lesão – enumera Caldeira.

Para o médico, o trabalho do Core é importantíssimo para a prevenção, pois proporciona estabilidade, principalmente, para a coluna.

Prevenção

Fisioterapeuta com especialização em esporte e exercício pelo HCFM-USP, Renan de Araújo Calori, adiciona uma possível causa da lombalgia:

– Aumentou o número de pessoas que apresentam dor lombar muito pelo imobilismo; como, por exemplo, ficar horas sentado em home office, sem atividade física – relata o fisioterapeuta, explicando que é preciso entender que esse paciente vai voltar ao esporte com menos estabilidade, o que já favorece a dor lombar.

Ao retomar as atividades físicas, o fisioterapeuta indica iniciar com:

  1. Exercícios de fortalecimento do core;
  2. Aquecimento pré-atividade;
  3. Retorno gradativo ao esporte – parâmetro: cansaço e dor;
  4. Acompanhamento por profissional de Educação Física;
  5. Se necessário, em caso de dor, acompanhamento médico e de fisioterapeuta.

– A prancha isométrica, a ponte e a prancha lateral, por exemplo, são treinos fundamentais do core. Com isso, é preciso fazer um exercício respiratório, manter uma boa pressão do tronco junto com boa respiração. Pode fazer isso no aquecimento antes da prática esportiva. Se você aquece bem o corpo, aumenta a temperatura e a corrente sanguínea, e isso já diminui a chance de se machucar. Por fim, reforço que é preciso fazer um retorno gradativo às atividades, progredindo com calma. Nada de querer voltar para a mesma intensidade que fazia antes – detalha Calori.

Tratamento

  • Medicar;
  • Corrigir a dor com exercícios isométricos (fisioterapia);
  • Reeducar o movimento;
  • Retomar atividades aos poucos.

 

Para Calori, é possível controlar a dor diminuindo a atividade, sem precisar interrompê-la. Mas se persistirem os sintomas, é necessário procurar um médico antes de se automedicar. A medicação mais comum, no início, é tratamento com analgésico e bolsa de água quente, por 10 a 15 minutos, para aliviar a coluna. Quando necessário o afastamento das atividades físicas, é preciso um repouso de quatro a seis semanas em média. Mas cada caso é um caso, destaca o fisioterapeuta, lembrando que o acompanhamento médico individualizado é fundamental para que não haja consequências mais graves.

Fonte: Eu Atleta

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2020/10/01/pouso-alegre-ganha-empreendimento-industrial-para-atender-o-setor-farmaceutico/

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