Corticoide – O uso prolongado dos corticoides pode obrigar o paciente a ter alguns cuidados específicos. Tanto durante o tratamento, já que eles podem apresentar efeitos colaterais, quanto no momento de realizar o “desmame” do medicamento.
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O que são corticoides?
Corticoide é o nome dado a um grupo de hormônios produzido pelas glândulas suprarrenais do corpo humano. Porém, esses hormônios também podem ser produzidos sinteticamente, dando origem a um tipo de medicamento.
Esses medicamentos são muito conhecidos no meio da Oncologia devido aos benefícios que podem trazer para o tratamento. Isso acontece por dois motivos:
1º – Os corticoides possuem ação anti-inflamatória, por isso podem atacar algumas células cancerosas que são estimuladas por processos inflamatórios.
2º – Outro efeito dos corticoides é o imunossupressor. Ou seja, eles minimizam os mecanismos de defesa, servindo de tratamento para cânceres originados das células do sistema imunológico. Por exemplo: leucemia, linfoma e mieloma múltiplo.
Efeitos colaterais do corticoide
Por não ser uma terapia-alvo, o tratamento com corticoides acaba atingindo não só as células doentes, mas também as saudáveis. Dessa forma, é possível que os famosos efeitos colaterais se desenvolvam.
Os mais conhecidos, nesse caso, são: cansaço, aumento dos níveis de açúcar no sangue, diminuição das defesas do corpo, agitação, insônia e, principalmente, inchaço.
O Dr. Rodrigo Santucci, diretor médico do Instituto Hemomed de Oncologia e Hematologia, aponta que esse inchaço acontece porque o corticoide ajuda a reter líquido e sódio. Porém, esse inchaço no uso prolongado do medicamento tem outros motivos.
“O uso prolongado pode aumentar a ansiedade e, consequentemente, o aumento da dieta. Isso pode levar o paciente a ganhar peso, por isso a dificuldade de desinchar após o término do tratamento”, diz o Dr. Santucci.
Além desse cuidado, quem fez uso do corticoide por um longo tempo precisa ter algumas cautelas no término do tratamento.
Como fazer o desmame de corticoides?
O Dr. Santucci explica que em certos casos não se deve interromper o uso de modo abrupto. “Se o corticoide foi consumido em dose alta por mais de 5 dias, é preciso retirá-lo aos poucos. Pois assim, evitamos que o corpo do paciente sinta falta da cortisona”, diz ele.
Entretanto, o medicamento pode demorar até 30 dias para sair totalmente do corpo após a última dose. Sendo que quanto mais longo foi o tratamento, mais vai demorar para que os efeitos colaterais desapareçam. Ou seja, um paciente cujo tratamento demorou um ano pode apresentar efeitos colaterais por mais tempo que quem fez o tratamento durante seis meses.
Para a questão do inchaço, o Dr. Santucci conta que tomar um diurético pode ajudar. Porém, isso nunca deve ser feito sem a supervisão e recomendação do médico.
Tanto durante o tratamento, quanto depois, recomenda-se uma dieta hipocalórica e hipossódica, isto é, diminuir massas, frituras, doces, álcool e sal. Além de realizar um controle da glicemia e do potássio.
Após finalizado o tratamento, o Dr. Santucci sugere que a pessoa faça “exercícios aeróbicos quatro vezes por semana, durante 45 minutos”.
Quanto a questão da queda da defesa do corpo, o tempo para que ela retorne ao normal varia de paciente para paciente.
“A pessoa deve checar por meio de exames de sangue mais aprofundados como a imunidade está. Por exemplo, pela dosagem de CD4 e as imunoglobulinas pode ser feita essa checagem!”, afirma Dr. Santucci.
Fonte: Revista Abrale
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