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Conheça os jovens sucessores em empresas familiares

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© Fornecido por BPP Publicações e Participações Eireli (Forbes Brasil) Joyce CuryDa esquerda para a direita: Luiz Felipe Paiva, diretor de Relacionamento com Clientes Brasil da B3; Pedro Bartelle, CEO; André de Camargo Bartelle, vice-presidente do conselho; e Pedro Grendene Bartelle, presidente do conselho da Vulcabras Azaleia[/caption]

Companhias poderosas como Magazine Luiza, Vulcabras Azaleia, MRV, Grupo SEB, Óticas Diniz e Pague Menos são hoje comandadas por uma fornada de jovens sucessores que conquistaram o respeito do mercado – inclusive o acionário, do qual algumas delas fazem parte, pela presença em bolsa.

“O que impressiona é a habilidade das empresas de família — tradicionalmente vistas como pequenos empreendimentos — de criar valor significativo”, diz Thomas Zellweger, do Centro de Negócios Familiares da Universidade de St. Gallen, na Suíça, que comandou um estudo que elencou as 500 maiores companhias familiares do mundo por receita. A lista incluiu 15 brasileiras.

Especialistas estimam que cerca de 80% das empresas no Brasil tenham controle ou gerência com um ou mais grupos familiares. O grande desafio delas é a perpetuação: menos de 30% das empresas familiares conseguem passar o negócio para a geração seguinte. “Os números não são favoráveis”, observa o consultor Domingos Ricca, especializado no tema. “Os problemas maiores são relativos a conflitos entre parentes, e muitas vezes as desavenças são oriundas de brigas pelo poder.”

Por isso, a sucessão familiar é um tema tão desafiador. Para conduzi-la com êxito, as setas apontam todas para a mesma direção: a qualificação dos herdeiros. “Quanto mais cedo o sucessor começar sua preparação, mais apto para atuar na função de gestor ele estará.”

Pague Menos

Ser filho do dono não é garantia de estabilidade na empresa da família, qualquer que seja o cargo. Foi o que aprendeu muito jovem o atual diretor-presidente do grupo cearense Pague Menos, Mário Henrique Alves de Queirós, 39 anos, desde 2016 ocupando o principal posto da terceira maior rede de farmácias do Brasil.

Aos 18 anos, Mário Henrique trabalhava na PAX Corretora, também da família, quando fez uma aposta malsucedida em uma operação de derivativos, que causou um prejuízo de 30 vezes seu salário. “Meu pai [Francisco Deusmar de Queirós] me demitiu e me mandou trabalhar no centro de distribuição da Pague Menos, carregando caixa na cabeça. Aprendi a lição”, lembra.

O presidente da rede Pague Menos gosta de recontar a história para ilustrar como o pai ajudou a modelar os filhos para sucedê-lo à frente do grupo que criou em 1981. Atualmente, todos os quatro filhos de Deusmar atuam em altos cargos: além de Mário Henrique na presidência, o irmão Carlos Henrique, 42, é vice-presidente de expansão e novos negócios, e as irmãs Patriciana, 41, e Rosilândia, 46, são, respectivamente, vice-presidente comercial e diretora de gerenciamento de categorias. Há ainda uma prima, Aline Alves, 35 anos. Ela é filha de Josué Ubiranilson Alves, cunhado de Deusmar e sócio-fundador do grupo.

Todos eles costumavam acompanhar o pai no trabalho ainda crianças, sobretudo nas férias. “Ele sempre nos motivou a participar daquilo que era o seu sonho. Por isso, nos fazia viver o ambiente da empresa desde a infância. Dizia que era preciso conhecer para se apaixonar”, relata Patriciana.

Os herdeiros rodaram por várias posições dentro da empresa – as mulheres começaram pelo atendimento no balcão das farmácias e os homens, pelo centro de distribuição. “Meu pai colocava a gente para carregar caminhão, limpar banheiro, o que precisasse fazer”, diz Carlos Henrique.

Os filhos admitem que as comparações com o pai são constantes – principalmente de funcionários mais antigos. “Foi um desafio fugir delas. No início, lidei com várias: ‘Seu pai não agiria assim’ ou “No tempo do seu pai os resultados eram outros’”, recorda Mário Henrique. Outro teste veio com o ingresso do fundo norte-americano General Atlantic, que comprou 17% da empresa no fim de 2015. O fundo contratou uma empresa para avaliar a atuação dos irmãos. Foram todos validados. “Foi ótimo, porque nos deu transparência”, avalia Patriciana.

Os irmãos estão focados agora na perpetuação e no aprimoramento da empresa – cada um na sua área. “O Deusmar continua na companhia e já avisou que não sairá antes dos 90 anos. Mas gradativamente fui aplicando meu estilo de gestão, mais analítico, focando em resultados através de indicadores e métricas para assim poder avaliar melhor o desempenho de cada colaborador”, diz o presidente.

Um dos caminhos à frente da Pague Menos pode ser o IPO (lançamento de ações em bolsa), que já foi cogitado no passado. Para tanto, a experiência de Mário Henrique com mercado financeiro é um grande trampolim.

Fortaleza (CE)
1981
22,1 mil
R$ 6,3 bilhões

Fonte: MSN

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