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Cosméticos veganos, orgânicos, naturais e cruelty free: qual a diferença?

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Foi noticiado, no início desta semana, que a venda de produtos e cosméticos testados em animais no estado da Califórnia, nos Estados Unidos, será proibida por lei a partir de janeiro de 2020. O documento, sancionado pelo governador Jerry Brown, coloca o estado como o primeiro do país a adotar a medida a favor dos bichinhos.

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Apesar de no Brasil a nossa realidade ser bem diferente, há cada vez mais pessoas interessadas em consumir produtos de beleza “eco-friendly” ou que, de alguma forma, não causem tanto impacto no meio ambiente:

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“É um conceito superatual que vem ganhando mais e mais adeptos a cada dia. O ser humano, através do uso de produtos naturais, se reconecta com seus valores de família, bem-estar e equilíbrio”, diz Rita Borges, coordenadora do curso de estética e cosmética do Centro Universitário Celso Lisboa. Entre as categorias mais conhecidas do nicho da beleza sustentável, estão os cosméticos orgânicos, naturais, veganos, cruelty free e, ainda, os biodinâmicos.

Mas será que você sabe explicar as diferenças entre cada uma dessas nomenclaturas? Não? Pois saiba que, para sanar as suas dúvidas e ajudá-la a mudar seus hábitos de consumo – pelo menos no ramo da beauté -, consultamos, além de RitaEdvaldo Higino de Lima, professor do curso de farmácia também atuante na Celso Lisboa, que ensinam a seguir o que cada nominho desses implica.

Orgânicos

Se configuram como orgânicos os produtos e cosméticos que possuem produção sustentável, sem agredir o meio ambiente. Isto é, são produzidos com substâncias naturais, além de estarem livres do uso de agrotóxicos e fertilizantes químicos em seus processos.

Naturais

Já os naturais, apesar de se parecerem muito com os orgânicos, possuem algumas diferenças expressivas. Eles são produzidos, como o nome já adianta, com o uso de substâncias encontradas na natureza, com atividade biológica ou farmacológica (as matérias primas naturais), e sem utilizar agrotóxicos, fertilizantes e outros aditivos químicos em seus processos.

Existem siglas feitas especialmente para indicar se um produto é natural ou orgânico, muitas vezes encontradas nos rótulos e embalagens. Procure por “IBD” ou “ECOCERT”, certificadoras que verificam quais tipos de ingredientes são usados em cada produtinho, e ainda ajudam a nortear os princípios dessas categorias.

“Só produtos analisados e que não integram certos tipos de matérias-primas proibidas que recebem os selos”, completa Rita.

Veganos

Se uma pessoa é adepta da filosofia vegana, isso significa que ela não consome nenhum alimento ou investe em produtos de origem animal. Logo, quando falamos sobre cosméticos e produtinhos de beleza veganos, estamos descrevendo aqueles que não possuem nenhum derivado de origem animal em seu processo de fabricação.

Por exemplo, se um cosmético conta com ingredientes como mel, cera de abelha ou gelatina em sua composição, ele não é vegano – apesar de possuir matérias-primas naturais na fórmula. Produtos veganos, inclusive, podem ser também sintéticos – o que, de uma diferente maneira, também pode ser prejudicial ao meio ambiente.

Cruelty free

O selo “cruelty free” que, em inglês, significa “livre de crueldade”, assegura que não houve a realização de testes em animais para validar a fórmula do produto em questão – e poupar os bichinhos do sofrimento. Dizeres como “não testado em animais”, para produções nacionais, também garantem a validade do selo, muitas vezes acompanhado da figura de um coelho saltando (símbolo da organização Leaping Bunny).

Entretanto, por mais contraditório (e errado) que isso possa parecer, um produto ou cosmético cruelty free não é, necessariamente, vegano. Ele pode não possuir derivados de origem animal em sua fórmula e, ainda assim, ser testado no animal antes de ser comercializado. Portanto, mais uma vez, é melhor ficar atenta aos rótulos, considerando produtos que tenham ambas as características, ou seja, sejam veganos e cruelty free ao mesmo tempo.

Biodinâmicos

Apesar de pouco conhecida, a categoria dos produtos biodinâmicos vem ganhando cada vez mais força e notoriedade no mercado da beleza. De maneira geral, os biodinâmicos são cosméticos “produzidos a partir de uma mescla de conhecimentos de química natural, geologia e astronomia, e também excluem o uso de produtos químicos artificiais na produção de seus ativos”, explica Edvaldo.

Essses conhecimentos de geologia e astronomia envolvem, por exemplo, estudos como o das estações do ano (e seus impactos na colheita) e das fases da lua, bem como análises de ciclos naturais das plantas e proposta que também tem pegada orgânica. No mínimo, interessante.

Como saber se um produto eco-friendly é, de fato, confiável?

Como já dissemos acima, a melhor maneira de identificar essas especificações dos produtos ecologicamente corretos – lembrando que uma não está, necessariamente, ligada à outra – é através da informação: observando com atenção os selos e certificações estampados rótulos e embalagens, além dos ingredientes contidos nas fórmulas.

Vale, também, fazer uma consulta no site da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), para confirmar se o produto ou a empresa em questão foram adequadamente registrados de acordo com as características eco-friendly.

Porém, aqui no Brasil o buraco é mais embaixo e muitas das questões regulatórias na indústria da beleza ainda precisam ser revistas e reformuladas, inclusive no âmbito das leis. De acordo com a legislação brasileira, atualmente nenhuma empresa é obrigada a fazer essas certificações.

Para Edvaldo, o mercado nacional precisa de definições mais claras sobre cada tipo de produto, de maneira que os rótulos também possuam formatações mais específicas, assim como aconteceu, há alguns anos, com os medicamentos genéricos:

“É necessária uma revisão do arcabouço legal brasileiro que rege esses produtos, visando a facilitar tal identificação e a definição de padrões mínimos legais para se considerar um produto cruelty-free, vegano, orgânico, natural ou biodinâmico. Eventualmente você pode encontrar produtos aptos para veganos, por exemplo, que não contenham nenhum selo”, diz ao MdeMulher.

De olho nas embalagens

Para consumir de maneira mais consciente é válido, além de prestar atenção na composição dos produtos e cosméticos, observar também de que são feitas as embalagens que os abrigam – não adianta nada se preocupar apenas com o conteúdo do frasco, e vice-versa:

“Esse raciocínio não está apenas no dano que pode ser provocado após a utilização do cliente, mas também na produção. Não se pode sujar o meio ambiente para produzir um produto menos poluente. Isso é um contrassenso”, opina Edvaldo.

Portanto, aposte em produtos que possuam embalagens recicláveis, com proposta biodegradável e produzidas com o mínimo possível de substâncias consideradas poluentes. Matérias primas naturais e alternativas, plástico com garantia de menor eliminação de CO2 no meio ambiente, além de frascos feitos com materiais reciclados são mais do que bem-vindos, já que revelam uma preocupação das empresas e marcas sobre a utilização de recursos naturais com maior responsabilidade.

Fonte: Revista O Estilo de Vida

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