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Criadas na epidemia de peste bubônica, instituições viram referência no combate a Covid-19

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Em 1900, o Brasil viveu uma sucessão de surtos de peste bubônica, algo que se repetiria pelos cinco anos seguintes. A necessidade de dar uma resposta a essa crise fez com que o governo brasileiro instituísse dois laboratórios para a produção de vacina e soro contra a doença. Era o surgimento do Instituto Soroterápico Municipal, no Rio de Janeiro, que viria se tornar a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e do Instituto Serumtherápico, que viraria o Butantan. Passados 120 anos, as duas instituições estão na linha de frente do combate a um novo inimigo, a Covid-19.

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— A fundação surge há 120 anos, junto com o Butantan, a partir de uma crise sanitária. A demanda naquele momento era responder à situação, mas houve ainda a visão de um futuro por Oswaldo Cruz. Ele reuniu um grupo de pesquisadores para também reforçar a capacidade da ciência dali para frente — afirma Nísia Trindade, presidente da Fiocruz.

Em São Paulo, foi o médico Vital Brazil que chefiou a produção de vacinas contra a peste na fazenda Butantan, terreno ocupado pelo Instituto Serumtherápico.

— O Butantan nasceu de uma epidemia. Desde então, tem enfrentado várias outras. A última foi de H1N1. Não somos só um local de produção de vacina, somos também um centro de pesquisa — afirma Dimas Covas, presidente da instituição.

Referência em soros

O historiador Gabriel Torres, especialista em História das Ciências, explica que a mudança no perfil da entidade paulista foi gradativa.

— O que era para ser um instituto para responder uma determinada demanda acabou sendo ampliado. Em 1917, passou por uma reformulação grande e ganhou áreas de atuação. Virou um espaço de referência na produção de soro, principalmente de cobras. Nesse período, chegou a ser capa da “Time”. Na década de 1970, novamente ao mesmo tempo que a Fiocruz, foi preciso reforçar a presença de pesquisadores num momento de perseguição – afirma.

Os anos 1970 ficaram marcados por uma crise nas instituições que transbordava as questões de saúde. Foi quando o governo militar perseguiu e afastou dez cientistas da Fiocruz. O historiador Daniel Elian, autor de “O massacre de Manguinhos”, afirma que a cassação foi motivada pela visão deles a respeito da saúde pública. O grupo integrava uma ala de pesquisadores que defendia o emprego da ciência em prol do desenvolvimento nacional, o que era visto como politização pelos generais no poder.

— O impacto para a instituição e para a ciência brasileira foi enorme. À época, os dez cientistas afastados representavam cerca de 10% dos quadros. Eram pesquisadores sêniores, que lideravam equipes de jovens — afirma Elian.

Divisor de águas

As crises, aponta Nísia, evidenciaram que a função dessas instituições está além de governos. Para ela, a atual situação da pandemia no país deve fortalecer a pesquisa científica.

— A questão do negacionismo da ciência e, infelizmente, a Covid-19 têm ressaltado a necessidade de evidências e pesquisas cientificas. Podemos dizer que as crises trazem aprendizado e uma delas é que aproximamos todas as nossas capacidades científicas com o sistema de saúde – afirma.

Atualmente, as instituições estão empenhadas em viabilizar vacinas contra o vírus SARS-CoV-2. O Butantan está na última fase de testes para a versão da farmacêutica chinesa Sinovac. Já a Fiocruz vai produzir a da Universidade de Oxford, em parceria com o laboratório AstraZeneca.

Fonte: Yahoo Brasil

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