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Crise hídrica e variante Delta ameaçam retomada econômica, apontam especialistas

Um estudo inédito feito por pesquisadores brasileiros destaca dois fatores que podem ameaçar a economia brasileira ao longo dos próximos meses: a crise hídrica e a variante Delta do novo coronavírus. O levantamento detalha três possíveis cenários econômicos no país para o segundo semestre deste ano e os primeiros seis meses de 2022. A pesquisa foi divulgada nesta sexta-feira (03) por especialistas econômicos da Fundação Getúlio Vargas (FGV) com a consultoria IDados.

A primeira projeção mostra um cenário ‘pessimista’, no qual a economia do Brasil sofrerá com problemas energéticos proveniente da escassez hídrica e uma disseminação acentuada da variante Delta da Covid-19. Nesse contexto, os pesquisadores acreditam que o país deve fechar o ano com um crescimento de 3,4%, mas pode retroceder 0,4% no primeiro semestre de 2022, caso os problemas sejam acentuados.

“Alguns fatores de risco podem comprometer a continuidade dessa retomada do mercado de trabalho nos próximos meses. Entre os fatores de risco, estão: o quadro de racionamento energético, que poderá promover níveis de inflação e de juros ainda mais elevados,  gerando um nível de atividade e emprego mais fraco para o final de 2021 e no ano de 2022. E as ameaças de uma terceira onda de Covid-19 em meio ao avanço da variante Delta pelo país, o que gera maior incerteza dos agentes econômicos, dados os riscos de adoção de novas medidas de restrições sanitárias”, destaca um trecho da pesquisa.

Já a projeção moderada aponta para um processo de normalização do mercado de trabalho ainda no final de 2021, com o avanço da vacinação contra o novo coronavírus. Segundo o estudo, a hipótese vislumbra o “retorno das pessoas à População Economicamente Ativa (PEA) a partir do quarto trimestre do ano”, acarretando num crescimento de 5,2% no indicador econômico em 2021. Para o primeiro semestre de 2022, os pesquisadores acreditam em uma alta de 2%.

Por fim, a projeção otimista leva em consideração um crescimento “expressivo” dos setores de serviço e comércio, gerado por um consumo “exacerbado” das famílias brasileiras. Com essa expectativa, os especialistas preveem uma alta de 5,9% na economia ainda este ano, somado com um crescimento de 4,2% nos primeiros seis meses de 2022.

O professor de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Joelson Sampaio concorda que uma nova onda de Covid-19 pode ameaçar a recuperação econômica, mas entende que a crise hídrica é o principal problema para a economia brasileira.

“A crise energética é a pior ameaça para o Brasil atualmente. Nós avançamos na vacinação contra o novo coronavírus. A nova onda da doença traz uma ameaça, mas o problema mais relevante para o país é crise hídrica. A recuperação econômica pode sofrer impactos negativos com a escassez de energia com uma restrição da atividade econômica”, afirma.

Fonte: CNN

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