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Dólar opera sem direção clara ante real com Ucrânia e agenda cheia no radar

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SÃO PAULO (Reuters) – O dólar oscilava sem direção clara frente ao real nesta segunda-feira, com a guerra na Ucrânia ainda sem sinal de cessar-fogo, enquanto investidores se preparavam para uma semana recheada de divulgações domésticas e discursos de autoridades do Federal Reserve.

Às 9:49 (de Brasília), o dólar à vista recuava 0,07%, a 5,0135 reais na venda. A divisa mudou de sinal várias vezes ao longo das primeiras negociações, indo de 5,0295 reais na máxima (+0,25%) para 5,0060 reais na mínima do dia (-0,16%).

Na B3, às 9:49 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,31%, a 5,0295 reais.

A moeda norte-americana também tinha pouca alteração no exterior, com seu índice frente a uma cesta de rivais fortes em alta de 0,09%, depois de ter chegado a cair mais cedo.

O apetite dos investidores por risco parecia moderado nesta segunda-feira, à medida que o conflito entre Rússia e Ucrânia se arrastava, próximo de completar um mês de duração. O Kremlin disse que as negociações de paz com Kiev ainda não haviam feito progresso significativo.

Ao mesmo tempo, especialistas do mercado chamavam a atenção para a agenda carregada de eventos importantes no exterior, com destaque para falas de autoridades do banco central norte-americana, incluindo do chair Jerome Powell.

‘O receio de que um aperto monetário agressivo por parte do Fed, que deve priorizar o combate à inflação, resulte em uma forte desaceleração da atividade econômica segue entre os principais pontos de cautela da parte dos investidores’, comentou em nota Victor Beyruti, economista da Guide.

‘O investidor vai avaliar novos discursos (de Powell)?de modo a calibrar expectativas com relação a uma possível aceleração do ritmo de alta dos juros.’

No Brasil, também havia expectativa pela divulgação da ata da última reunião do Copom, na terça-feira, do Relatório Trimestral de Inflação do Banco Central, na quinta, e da leitura de março do IPCA-15, na sexta-feira.

Sua publicação virá depois de o Comitê de Política Monetária do BC ter elevado os juros em 1 ponto percentual na semana passada e indicado aperto da mesma magnitude em seu próximo encontro. Agora, os mercados ficarão atentos a sinalizações sobre o que a autarquia fará depois da reunião de maio.

Nesse contexto, ‘acreditamos que os fluxos (para o mercado de câmbio local) podem continuar no curto prazo à medida que os investidores estrangeiros continuam a olhar favoravelmente para o real como uma moeda de commodity com ‘carry’ alto, e à medida que os exportadores internalizam parte de seus dólares mantidos no exterior’, disseram estrategistas do Citi em relatório desta segunda-feira.

O comentário faz referência a estratégias de ‘carry trade’, que tentam lucrar com a compra de divisas que oferecem retornos elevados. Com a alta sucessiva da taxa Selic ao longo do último ano, ao patamar atual de 11,75%, o ‘carry’ oferecido pela moeda brasileira é atraente para investidores estrangeiros.

O Citi também fez aceno ao patamar elevado de várias commodities -do milho ao petróleo- que dispararam desde a invasão da Ucrânia. Sua valorização tende a aumentar o ingresso de dólares em países exportadores desse tipo de produto.

Até agora em 2022, o dólar acumula baixa de 10% contra o real, deixando a divisa doméstica com o melhor desempenho global no período.

A moeda norte-americana negociada no mercado interbancário fechou a última sessão em queda de 0,40%, a 5,017 reais na venda, menor patamar desde o último dia 9 (5,0124 reais).

Fonte: Isto é Dinheiro Online

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