Donos de farmácia em Minas morrem de Covid-19 e família alega negligência

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Donos da Drogaria Americana há 31 anos em Barão de Cocais, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), o casal Renato Drummond Dal Bello, 60 anos, e Conceição Aparecida Evangelista Dal Bello, 56, morreram na semana passada em decorrência de complicações da COVID-19. Em meio à dor da perda, os filhos alegam que os pais deveriam ter sido vacinados contra a doença e aponta negligência da Secretaria Municipal de Saúde de Barão de Cocais.

A prefeitura diz que quando este grupo prioritário começou a ser atendido, donos da Drogaria Americana já estavam infectados.

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/04/07/desmonte-compromete-acesso-de-mais-de-30-milhoes-ao-farmacia-popular/ 

O casal era muito conhecido na cidade por serem envolvidos em causas sociais e atividades empresariais. Renato faleceu na última quinta-feira (1/4), em um hospital de Betim.

A esposa, Conceição, morreu três dias antes, na segunda-feira (29/3), no mesmo hospital. Segundo a filha, Priscila Dal Bello, a morte talvez pudesse ter sido evitada caso seus pais tivessem tomado a vacina em tempo hábil.

Ela alega que a Drogaria Americana estava dentro dos requisitos do Plano Nacional de Imunização (PNI) e tinha realizado o cadastro.

A vacinação de funcionários de farmácias em Barão de Cocais começou em fevereiro de 2021, mas somente em dois funcionários da FarMelhor, por serem os responsáveis por realizarem testes da COVID-19. As demais drogarias começaram a ser chamadas em 16 de março.

Em número de vacinados, a primeira farmácia com a imunização em ampla escala foi a Drogaria Raissa, que teve cinco funcionários contemplados, sendo dois farmacêuticos, um gerente e dois atendentes. A consulta do CNPJ consta como sócios da Drogaria Raissa Domingos Sávio dos Santos, Gilda Maria dos Santos Andrade Ferreira e Doroteia Lourdes Santos, todos parentes do prefeito de Barão de Cocais, Décio dos Santos. Domingos Sávio e Dorotéia Lourdes são irmãos do prefeito e Gilda Maria, a mãe.

‘A Secretaria de Saúde de Barão de Cocais não entrou em contato com a gente em nenhum momento. Nós ficamos aguardando o chamado para que meus pais pudessem se vacinar. O que sabemos é que a vacina tinha chegado e que o Plano Nacional de Imunização contemplava a classe dos meus pais. O profissional que está na linha de frente com pacientes infectados, como é o caso de farmacêuticos, deveria ser um dos primeiros a ser vacinado. Nosso cadastro estava feito’, contou Priscila Dal Bello. ‘Eu fui atrás e solicitei, mas somente na semana passada a Vigilância entrou em contato conosco e meus pais já estavam em estado grave no hospital, vindo a falecer na mesma semana. Não sabemos por que não chamaram a gente antes, já que outra drogaria foi vacinada. Faltou bom senso. É um direito nosso e não está sendo feito às claras’, se indignou Priscila.

A família citou, ainda, que funcionários de clínicas odontológicas, que só podem funcionar de forma emergencial, sem atendimento de massa atualmente, foi o grupo que mais foi vacinado na cidade. O prefeito é dentista e em 25 de fevereiro todos os 13 colaboradores de sua Policlínica Croi – Centro de Reabilitação Oral Integrado – foram vacinados, entre dentistas, auxiliares de consultório e serviços gerais, conforme prevê o PNI.

Prefeitura diz que seguiu protocolo de exigência do CNES atualizadoPor nota, a Prefeitura de Barão de Cocais esclarece que ‘para que a vacinação de funcionários da rede privada de saúde possa ocorrer, incluindo farmácias, é necessário que os estabelecimentos possuam o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) devidamente atualizado, conforme Nota Técnica do Ministério da Saúde. No caso de farmacêuticos, a inclusão desse grupo à listagem prioritária ocorreu somente em 12 de março, por meio do Ofício Circular 57/2021 da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. Neste momento, o Sr. Renato Dal Bello já estaria acometido pela doença, impossibilitando a sua vacinação. Abaixo, compartilhamos o cronograma de vacinação de farmácias, a partir do Ofício Circular e seguindo a obrigatoriedade do CNES atualizado.

12 de fevereiro – Drogaria FarMelhor (vacinação de funcionários que realizavam testes para Covid-19, já amparados na listagem prioritária antes do Ofício Circular)

16 de março – início da vacinação da Drogaria Raissa (CNES já se encontrava atualizado)

30 de março – Drogaria FarMelhor (demais funcionários)

30 de março – Drogaria São João

30 de março – final da vacinação da Drogaria Raissa

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Com a exceção do Sr. Renato Drummond Dal Bello, que já se encontrava acometido pela COVID-19, demais funcionários da sua drogaria não possuíam ainda a atualização do Cadastro. A documentação do estabelecimento do Sr. Renato foi encaminhada à Secretaria Municipal de Saúde somente na última quinta-feira (1/4) com a solicitação de cadastro de 13 funcionários’, explica a nota.

Fonte: MSN Brasil

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