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Dor de cabeça ou enxaqueca? A diferença ajuda a buscar tratamento mais eficaz

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Dores de cabeça, em geral, são sintomas de que algo não está certo. Enxaqueca, não. Quem reclama de enxaqueca está sofrendo de uma doença (síndrome de enxaqueca) que pode ter, entre os sinais mais clássicos, as dores de cabeça.

Na enxaqueca, as dores são acompanhadas de outros sintomas, como náusea e enjoo, insensibilidade à luz, som, cheiros, movimentos e qualquer estímulo externo. Quando esse cenário acontece três vezes em menos de três meses, é preciso buscar um médico para evitar que a doença se transforme em uma versão crônica.

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Isso acontece porque é comum que, diante da dor, o paciente busque por medicamentos analgésicos (comprados sem a necessidade de prescrição médica nas farmácias). Se um comprimido deixa de fazer efeito sozinho, a própria pessoa acaba aumentando a dosagem, ou substituindo por outra medicação mais forte. Sem se dar conta, a enxaqueca passa a ser causada pelos próprios medicamentos.

“A pessoa com enxaqueca crônica sente dores de cabeça quase todos os dias, senão diariamente. Se tomar analgésico em todo episódio de dor, ela desenvolve outra dor de cabeça, por abuso de remédio. Nas situações de enxaqueca crônica os médicos tendem até a contraindicar o uso de analgésicos. No caso da enxaqueca episódica, porém, o paciente deve tomar a medicação indicada pelo médico o mais precocemente possível, e fugir dos estímulos”, explica Paulo Faro, médico neurologista. 

Diagnóstico da enxaqueca

Apresentar três episódios de enxaqueca em poucos meses deve ser o suficiente para que a pessoa busque auxílio médico. O diagnóstico da enxaqueca, porém, espera por pelo menos cinco crises, conforme explica o médico neurologista, Paulo Faro.

“A pessoa precisa ter pelo menos cinco episódios com essas características: o paciente reclama de uma dor latejante, como se um coração estivesse pulsando, geralmente em um dos lados da cabeça. A intensidade é de moderada a forte e vem associada a náusea, vômito, incômodo com a luz e o barulho”, explica o especialista, que é chefe do setor de Cefaleia e Dor Orofacial do Instituto Neurologia de Curitiba (INC).

Sinais de alerta

Fique atento se tiver:

  • Dor de cabeça pulsante, em um lado da cabeça;
  • Enjoo, náusea;
  • Insensibilidade à luz, sons, movimentos ou cheiros;
  • Vômito;
  • Dor de intensidade moderada a forte.

Chocolates, vinho tinto ou queijos: conheça seus gatilhos

Os principais fatores que atuam como gatilhos para a enxaqueca se encaixam em três grandes grupos: alimentos, sono e estresse.

“Bebidas alcoólicas, como vinho, cerveja, queijos e condimentos e chocolates são os mais comuns. Do sono, pessoas que dormem menos ou mais que o habitual, essa alteração pode também levar a uma crise de enxaqueca. E o estresse. Hoje é bem raro quem chega ao consultório médico e não esteja estressado. Esses são os principais fatores que os médicos escutam no dia a dia e que os estudos comprovam”, reforça Paulo Faro, médico neurologista.

Uma vez que a pessoa percebe quais gatilhos influenciam no surgimento dos sintomas da enxaqueca, é de fundamental importância que ela os evite.

“Se é um fator desencadeante, o paciente precisa se abster disso. Do contrário, estará se submetendo a um fator irritativo no cérebro, que sempre vai ficar incomodando, e isso pode fazer com que a doença se agrave cada vez mais”, explica o especialista. 

Associado a isso, medicamentos (quando necessários) e mudanças de hábitos de vida são também recomendados. Exercícios físicos, especialmente os aeróbicos, como corrida, caminhada, natação, três vezes por semana, associados a bons hábitos alimentares e boa higiene do sono todas as noites.Mulheres em maior risco

As alterações hormonais pelas quais as mulheres sofrem mensalmente são os motivos pelos quais elas tendem a ter mais enxaquecas que os homens. Há quem sofra com a doença apenas no período menstrual e, para elas, o tratamento com medicamentos anticoncepcionais tende a ajudar. Mas, se as enxaquecas forem além desse momento, será necessário o tratamento preventivo comum, além das mudanças de hábitos e cuidados com os gatilhos. Com o passar dos anos, e a chegada da menopausa, a tendência é que as enxaquecas também diminuam.

Crianças também podem desenvolver enxaquecas, e os sinais são mais confusos que entre os jovens ou adultos. Conforme explica o especialista Paulo Faro, a partir dos 4 anos de idade é possível que os sinais da doença se manifestem com dores difusas (sem saber explicar muito bem qual ponto da cabeça que dói), além do incômodo com luz, barulho, náusea, que são mais comuns a qualquer faixa etária.

Uma crise típica de enxaqueca em adultos geralmente dura entre 4 a 72 anos. Entre as crianças, dores que perduram por duas horas já são consideradas crises importantes.

Enxaqueca não tem cura, mas tem tratamento

Quem chega ao consultório do neurologista em busca de um medicamento que cure a enxaqueca para sempre, não vai encontrar. Às vezes as recomendações são tão simples que não exigem nem mesmo uma medicação. Mas atualmente há diferentes tratamentos, que podem ajudar na atenuação dos sintomas.

“Para a enxaqueca, não falamos em cura, mas em controle. Dos medicamentos mais clássicos, estão os antidepressivos, anticonvulsionantes, anti-hipertensivos. São medicamentos usados por outras especialidades, mas que têm ação contra a enxaqueca”, explica Paulo Faro, neurologista.

A toxina botulínica também pode ser usada. Ao ser usada na musculatura, a toxina promove o relaxamento do músculo e paralisação. Há também uma ação neuronal, visto que a toxina atua em neurotransmissores específicos, impedindo a propagação dos sintomas.

“Esse não é um tratamento prescrito para qualquer tipo de dor de cabeça. A única aprovação que temos do uso da toxina botulínica é para a enxaqueca crônica”, reforça o especialista.

Recentemente, foi aprovado no Brasil o uso dos anticorpos monoclonais, especificamente o erenumab — primeira medicação criada pensando na prevenção da enxaqueca. Conheça mais sobre esse medicamento.Alternativas

Dos tratamentos alternativos, alguns já trazem evidências concretas em estudos, enquanto outros nem tanto. Vamos aos fatos, conforme explica Paulo Faro, médico neurologista:

Evidências positivas

  • Fitoterápicos;
  • Suplementos vitamínicosAlerta: não adianta comprar um suplemento vitamínico que tenha uma determinada substância, como riboflavina (vitamina do complexo B) ou magnésio, mas em uma dosagem inferior à necessária para o tratamento.
  • Oxigênio. Indicado ao tratamento da crise de cefaleia em salvas, atualmente já tem sido usado também como tratamento de crise de enxaqueca. Conheça um pouco mais sobre esse tratamento.

O que eu faço durante a crise?

Durante uma crise de enxaqueca,

apele para o frio. Use compressas frias na cabeça, que ajudam a reduzir a dor. 

Prefira ainda

ambientes sem luz ou barulho, que tendem a exacerbar os sintomas. 

Faça o uso correto da

medicaçãoindicada pelo médico especialista. 

Evite, se recomendado por médico em caso de enxaqueca crônico, o uso de

analgésicos. 

Fonte: Gazeta do Povo

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