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Estudo que indicou riscos do uso da cloroquina e da hidroxicloroquina perde valor científico

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Três autores de um estudo sobre o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina no tratamento de Covid-19 pediram retratação publicado na revista médica The Lancet. Na prática, essa pesquisa perde o valor científico.

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Os três médicos concluíram que ”não podem mais garantir a veracidade das fontes primárias de informações do estudo”. Na comunidade científica, a retratação é um mecanismo de correção da literatura para alertar sobre problemas e erros.

A pesquisa era considerada a mais abrangente até hoje sobre o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina em pacientes com o coronavírus; supostamente analisou 96 mil pessoas ao redor do mundo, e concluiu, assim como outros estudos, que o remédio aumenta o risco de arritmia cardíaca e de morte.

Foi a imprensa que revelou as fragilidades do artigo publicado em 22 de maio. O jornal britânico The Guardian percebeu erros básicos. O número de mortos pelo coronavírus na Austrália, por exemplo, não batia com a estatística oficial. Mas o pior não era isso.

A investigação revelou que a pesquisa publicada pela revista britânica usou informações não confiáveis de uma empresa americana desconhecida, sem credibilidade, que contrata até pessoas sem formação em análise de dados ou ciência. O jornal fala que um dos funcionários dessa empresa é escritor de ficção científica. Foi essa nova realidade que mudou tudo.

O site da empresa americana, a Surgisphere, fundada em 2008, fala que eles têm um sistema de análise de dados que ”monitora em tempo real milhões de pacientes em 1.200 hospitais de 46 países”. Mas não há uma transparência sobre a metodologia.

O diretor-executivo da empresa assinou o artigo da Lancet como um dos quatro autores. Todos, menos ele, pediram a retratação nesta quinta (4).

Na semana passada, a Organização Mundial da Saúde tinha decidido suspender as pesquisas com a hidroxicloroquina com base neste estudo da Lancet. Nesta quarta (3), voltou atrás e retomou os testes, mas reforçou que isso é muito diferente de recomendar o uso do medicamento; e afirmou que espera ter respostas definitivas em breve.

No site, a empresa Surgisphere afirma que a pesquisa não foi financiada por nenhuma empresa farmacêutica, doador ou organização política, que seu banco de dados passa por auditorias externas regularmente e apontou que, claramente, o estudo observacional é limitado, que vários outros estudos com a mesma tecnologia chegou a resultados semelhantes.

A revista científica Lancet afirmou que leva extremamente a sério questões de integridade científica e que há muitas questões pendentes sobre a empresa americana Surgisphere e sobre os dados supostamente incluídos no estudo.

Fonte: G1

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2020/06/05/receita-liquida-do-ache-chega-a-r-34-bi-e-cresce-53-com-35-lancamentos/

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