O Conselho de Biossimilares, divisão da Associação de Medicamentos Acessíveis dos Estados Unidos, divulgou um artigo técnico no qual revela que táticas de descontos anticompetitivas, juntamente com falhas de políticas e incentivos inadequados, sufocaram a adoção de remédios dessa categoria nos Estados Unidos. O fato resultou em quase US$ 2,2 bilhões de gastos desnecessários para o sistema de saúde e para os pacientes norte-americanos desde 2015.
A entidade também assinalou que o atraso no lançamento de biossimilares devido a problemas de patentes custou, em quatro anos, surpreendentes US$ 7,6 bilhões ao sistema de saúde norte-americano. “Se os fabricantes podem matar a viabilidade de fabricação de concorrentes mais baratos, não haverá potencial para investimentos futuros em biossimilares”, comenta Christine Simmon, diretora executiva do Conselho de Biossimilares e vice-presidente sênior de alianças estratégicas e de políticas da associação.
Os remédios biossimiliares figuram entre as apostas mais inovadoras da indústria farmacêutica. O faturamento global do segmento saltou de US$ 1,3 bilhão para US$ 8,3 bilhões em cinco anos. Porém, a América Latina praticamente não figura nas estatísticas, ao esbarrar em uma elevada distinção de regulações por país e na carência de compartilhamento de informações científicas.
No Brasil, apenas 4% da quantidade de remédios distribuídos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é formada por medicamentos biológicos, de onde se derivam os biossimilares. Assim como em outros mercados regionais como o México, a compra ainda é muito concentrada no sistema público, o que dificulta o aumento das possibilidades de acesso.
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico
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