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Famílias gastam com saúde 35,9% a mais do que o governo

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Em 2015, despesas dos cidadãos cresceram mais que as do Estado, indica IBGE.

RIO – No primeiro ano da recessão, os gastos das famílias brasileiras com saúde cresceram mais do que as despesas do governo no setor. Segundo dados divulgados nesta quarta-feira pelo IBGE, cada cidadão desembolsou, em média, R$ 1.538,79 por remédios e serviços médicos privados em 2015, uma alta de 9,1% em relação a 2014, sem descontar a inflação. Enquanto isso, o consumo per capita da União com os mesmos itens ficou em R$ 1.131,94, avanço de 6,6%. Esse descasamento fez aumentar um desequilíbrio histórico: proporcionalmente, as famílias gastam 35,9% a mais que o Estado pelo acesso a saúde.

As informações são conta-satélite de saúde, um complemento aos dados do Produto Interno Bruto (PIB). No total, as despesas de famílias e governo com itens como remédios, consultas médicas e materiais como próteses foram estimadas em R$ 546 bilhões, sendo R$ 231 bilhões referentes aos gastos do governo e R$ 315 bilhões, aos do governo.

O montante representa 9,1% do PIB. Em 2014, esses gastos representavam uma fatia de 8,7% do total da economia. Parte desse aumento da participação da saúde no consumo está relacionada à queda de 3,5% da economia em 2015. Mas também mostra que, de alguma forma, houve uma tentativa de preservar as despesas com saúde, mesmo na crise. Como as variações não incluem a inflação, a alta também reflete aumento de preços no período.

O descasamento entre gastos per capita do governo e das famílias é observado desde que o IBGE começou a divulgar a pesquisa. Na série histórica atualizada, de 2010 a 2015, a diferença entre as duas contas nunca ficou abaixo de 20%. A discrepância de 35,9% apurada em 2015 é a maior da série histórica. O IBGE destaca, no entanto, que parte das despesas do governo com saúde, como construção e compra de equipamentos, não são computadas no levantamento, porque são consideradas investimento. A conta dos gastos das famílias engloba as despesas de instituições sem fins lucrativos a serviço das famílias, como asilos e clínicas de desintoxicação — na prática, parte da saúde privada.

Com o aumento dos gastos das famílias, as despesas das famílias também ficaram mais pesadas no orçamento doméstico. Em 2015, representaram 8,2% do consumo das famílias, mais que os 7,8% registrados no ano anterior. Em 2010, primeiro ano da série, pesavam 7,3% no bolso do brasileiro. A participação desses gastos nas contas do governo ficou praticamente estável na passagem de 2014 a 2015, avançando de 19,5% para 19,6%.

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Fonte: O Globo

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