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Fiemg lidera doações de 1.700 respiradores a Minas Gerais

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O presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, conta que a entidade doou mais respiradores do que qualquer Estado comprou; e que o Brasil receberá 50 milhões de doses da Covaxx, com investimento de R$ 15 milhões de indústrias mineiras. A seguir, a entrevista na íntegra à Rádio Super 91,7 FM e ao jornal O TEMPO.

O setor econômico e produtivo está apoiando o lockdown, como os industriais mineiros reagem a esse momento? A grande maioria dos empresários não apoia o lockdown. Entendem que ele tem um efeito muito pequeno porque nas indústrias não há entrada de pessoas externas a não ser as pessoas do processo produtivo e pesquisas nossas mostram que os funcionários se sentem mais seguros dentro da indústria com todos os protocolos segurança da Covid-19 do que em casa porque em casa o convívio e a exposição acabam sendo maior e também ninguém consegue ficar preso dentro de casa ininterruptamente por vários dias. É claro que a pandemia merece atenção de todos nós. Estamos preocupados, consternados com a situação mas, eventualmente, no clamor da hora algumas atitudes que são tomadas são atitudes, muitas vezes, fruto da falta de preparo. Nós já estamos com um ano de pandemia e o volume de leitos efetivamente abertos por todo o país foi muito pequeno. Até aqui o governo do Estado de Minas Gerais conseguiu dobrar os leitos de CTI, já tem um caso um pouquinho fora da curva. Mas acredito que os governos deveriam ter se preparado melhor para esse processo e quando eu falo governos eu estou envolvendo todos: município, governos estaduais e até mesmo governo federal. e nesse momento quem paga a conta é a própria sociedade nós estamos aí com crianças há 1 ano sem aula, nós estamos com milhares de empresas numa situação muito difícil e consequentemente milhões de desempregados que o emprego vem junto com a empresa, se a empresa acaba, o emprego acaba. Então nós entendemos que o lockdown de uma maneira generalizada ele não é a medida adequada. Você pode ter um lockdown seletivo, por exemplo, essa atitude de limitar a circulação a partir de determinado horário da noite faz sentido porque nessas aglomerações: nas festas, nos encontros, nos jantares que efetivamente você tem maior chance de ter contágio. Vários países do mundo não adotaram esse lockdown extremamente restritivo justamente por entender que o impacto econômico e de saúde é enorme porque tem saúde mental das pessoas, tem outras doenças que as pessoas eventualmente deixam de tratar ou que vão gerar por não ter dinheiro por não ter emprego por não ter renda do que efetivamente o resultado com relação a eliminação do contágio da Covid-19. Uma medida muito mais efetiva seria por exemplo aumentar o número de ônibus nas regiões metropolitanas e infelizmente a maioria dos prefeitos reduziu o número de ônibus então se aglomera dentro do ônibus. Aqui em Belo Horizonte hoje você vai ver: tem menos carro na rua, olha para os ônibus, estão todos lotados.

A Fiemg apoia o manifesto feito por mais de 500 pessoas e instituições endereçado ao governo Jair Bolsonaro? Esse manifesto classifica a situação econômica e social do Brasil como desoladora. Esse é o retrato da realidade, que planos a Fiemg tem para avançar? Esse manifesto, pelo que eu entendi, é endereçado ao Presidente da República, ao presidente do Congresso ao presidente da Câmara dos Deputados e ao presidente do Supremo Tribunal Federal. Alguns dos conceitos que estão no manifesto nós concordamos. A gente não concorda quando a gente entende que há um viés político no manifesto. Nesse ponto a Fiemg diverge porque claramente a Fiemg não adota lados políticos. Existe um viés político ao ler o manifesto, fica claro, e, no nosso entendimento, não é essa a solução da crise. A solução da crise passa pela união do Brasil que em parte está escrito aqui no manifesto. Nessa parte nós concordamos totalmente e também concordamos que passa pela vacinação tanto é que a Fiemg vem apoiando seja o gesto vacinal aqui em Minas Gerais, onde nós estamos trabalhando com o Unidos Pela Vacina ou seja para o desenvolvimento da vacina que nós estamos trabalhando por desenvolvimento de uma vacina de uma empresa norte-americana que destinará 50 milhões de doses para o Brasil assim que aprovado.

Qual é essa vacina? Chama-se Covaxx. Mas não é do consórcio Covax. É da empresa Covaxx, americana. Nós entendemos que as medidas econômicas pelo governo federal foram exemplares, no primeiro ano, tanto é que tivemos o terceiro melhor desempenho entre as grandes economias do mundo, apesar de ter sido negativo de 4% ele foi melhor à exceção de China que teve crescimento e Estados Unidos que teve um decréscimo de apenas 3%. Todas as outras grandes nações do mundo tiveram um decréscimo da economia maior do que do Brasil. O número de desempregados também no Brasil foi significativamente menor do que nos outros países muito em função da Medida Provisória 936 que manteve muitas empresas através da redução de jornada e da suspensão de jornada. No que tange as medidas econômicas nós entendemos que o houve muito acerto no conjunto de medidas propostas pelo governo federal e pelo Ministério da Economia. No que tange as medidas de saúde aí somos críticos a todos: governos federal, estaduais e municipais que poderiam ter implementado uma ação maior. Agora também infelizmente ninguém poderia aguardar uma segunda onda com essa intensidade, não havia essa previsão, havia previsão de uma segunda onda mas menos intensa que a primeira.

Qual a sua avaliação sobre a postura do presidente Jair Bolsonaro? É claro que o exemplo poderia ser melhor do que foi determinado, mas a gente vê por parte do Ministério da Saúde algumas ações que não são reconhecidas de maneira geral, por exemplo, a vacinação brasileira é tida como um desastre e não é. Ela está entre as melhores do mundo inclusive em termos de percentual de população para países de grande porte como o Brasil. Acredito que nos próximos dois meses nós vamos ter um grande resultado com relação à vacinação que é senso comum de todos a solução definitiva para a crise da Covid-19. Na minha leitura e interpretação existe um equívoco sim por parte do Presidente em algumas conduções, mas existe também, por outro lado, um grande equívoco de uma maneira generalizada que nós podemos perceber, em todas as ações do governo federal. Infelizmente, muitas das ações positivas não aparecem e sempre há uma ênfase muito grande nas ações negativas. Então eu acho que isso passa uma mensagem de muito negativismo hoje para a sociedade. Na minha leitura a gente deveria estar passando uma mensagem de otimismo. Enquanto estamos, na minha interpretação, há 60 dias aí no máximo da fase crítica da pandemia, ou seja, há um horizonte, há uma saída, não é isso que a gente percebe. É um pânico sendo instalado para as pessoas e isso é extremamente negativo. Claro que as pessoas têm que ser cautelosas, é um momento de se olhar com zelo para suas ações mas não é o momento de todos ficarem reclusos se fecharem que vai gerar um colapso do nosso país. É hora de todos termos disciplina e cautela, utilizar os mecanismos da máscara, do álcool gel, minimizando os contatos mas também nós não podemos parar de viver e ficarmos reféns dessa situação e todos com pânico ou com medo, isso não vai somar.

Detalha mais essa vacina que a Fiemg está ajudando a fazer a pesquisa, qual é o investimento na Covaxx? A gente está coordenando as empresas industriais de Minas Gerais nesse investimento. Serão R$ 30 milhões, o Instituto Dasa, de São Paulo, está entrando com R$ 15 milhões, e as empresas industriais de Minas Gerais entrando com R$ 15 milhões para que haja pesquisa clínica que já está sendo feita e que depois haja aprovação da vacina aqui no Brasil e consequentemente com o envio das doses aqui para o nosso país.

Devemos ter essa vacina ainda neste ano, e para Minas Gerais? A vacina será destinada para o Ministério da Saúde, então ela não vem para Minas Gerais porque todas as vacinas estão sendo concentradas no Ministério da Saúde. Caso ela seja aprovada, a nossa expectativa é que seja no segundo semestre deste ano, com aplicação de aproximadamente 50 milhões de doses que virão para o Brasil. Doses únicas, então, se for necessário é mais um plano B ou plano C para vacinação. O nosso objetivo foi nessa direção de aumentar o número de vacinas à disposição do povo brasileiro. Com esse apoio, conseguimos, das 100 milhões de primeiras doses a serem produzidas por essa empresa no mundo, 50 milhões irão ficar nos Estados Unidos e 50 milhões terão destino no Brasil caso sejam aprovadas pela Anvisa.

Sobre a doação da Fiemg de 100 novos respeiradores ao Estado, como será essa distribuição? Recebemos a ligação do governador Romeu Zema dizendo que iria precisar de mais um apoio e nós prontamente na semana passada tomamos a decisão: compramos, pedimos urgência, e conseguimos entregar os respiradores para o governo de Minas Gerais que estará montando 100 leitos adicionais. Só a Fiemg doou 1.700 respiradores. Como entidade, doamos mais do que qualquer Estado comprou. No caso, felizmente nós doamos para Minas Gerais, então Minas Gerais, além das aquisições do próprio Estado, pode contar com os 1.700 respiradores da Fiemg o que faz o Estado que mais adicionou respiradores a sua capacidade.

E tem mais respirador para ser doado pela Fiemg? À medida que há necessidade a gente vem procurando atender. Só nos últimos 60 dias distribuímos mais de 300 respiradores. Nós já atendemos mais de 300 municípios mineiros com respiradores. Se você fizer uma conta que cada respirador se o doente ficar 15 dias se você colocar a pandemia em tempo médio de 180 dias, nós podemos falar que esses registradores podem ter ajudado a salvar e 18.000 vidas, 20 mil vidas nesse processo. É uma contribuição muito grande das indústrias para o Estado de Minas Gerais. A Fiemg fica feliz por catalisar esse movimento. Lembrando que esses respiradores foram todos os desenvolvidos em Minas Gerais, por mineiros e para mineiros e financiados e doados por mineiros. Então os mineiros estão fazendo a diferença e eu agradeço a toda a comunidade industrial que se engajou, se uniu nesse processo e é uma marca extraordinária. Como te disse nenhum Estado comprou mais respiradores do que nós doamos para Minas Gerais.

Fonte: O Tempo online

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/02/24/respiradores-100-nacionais-sao-produzidos-em-uberaba/

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