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Fiz exame de papanicolau e gostaria entender resultado…

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Significa que você tem uma infecção vaginal por um fungo, a Candida Albicans, e principalmente que não foram encontradas alterações celulares sugestivas de lesões precursoras de câncer. A busca por lesões pré-malignas é o objetivo principal da realização desse exame.

O exame Papanicolau, também conhecido por colpocitologia oncótica cervical ou esfregaço cervicovaginal, é o principal exame para diagnóstico de lesões precursoras de câncer do colo do útero, ou seja, ele mostra se há presença de alterações celulares que podem originar um tumor maligno no colo do útero ou mostra eventualmente a presença do tumor ainda num estágio inicial.

Por isso, o Papanicolau, é considerado um exame de rastreamento de câncer do colo do útero, devido a possibilidade de descobrir lesões pré-neoplásicas, ou seja, lesões que antecedem o câncer, que quando devidamente tratadas impedem a evolução para o câncer.

Eventualmente, ele pode mostrar também outras alterações secundárias como a presença de fungos ou bactérias, como a Candida Albicans ou a Gardnerella Vaginalis, causadores de infecções e inflamações vaginais.

Atualmente também é comum que o material colhido durante a realização do papanicolau também sirva para a pesquisa do HPV (Papilomavírus Humano) no meio cervicovaginal.

Como é feito o exame do Papanicolau?

O exame de Papanicolau é feito através da coleta de uma pequena quantidade de secreção presente no orifício do colo do útero e em sua volta, também pode ser colhido conteúdo do fundo vaginal.

Para tanto, o médico utiliza um espéculo para abertura das paredes vaginais e assim conseguir visualizar o colo do útero, quando devidamente visualizado é então realizada a coleta dessa secreção cervicovaginal através de uma pequena espátula, que é passada envolta do orifício externo do colo do útero e uma pequena escovinha que é introduzida neste orificio para coleta das células presentes.

A amostra colhida é colocada ou em um recipiente líquido, ou em uma placa de vidro e encaminhada ao laboratório para avaliação e análise.

Como entender o resultado do Papanicolau?

No laudo do papanicolau estão presentes vários tópicos, cada um traz informações importantes para a sua correta interpretação.

Tipo da amostra

Neste campo está descrito em qual meio foi colocada a amostra de secreção colhida do colo do útero, se em meio líquido ou em uma lâmina de vidro (meio convencional).

Avaliação pré-analítica

Este é um tópico que pode ou não estar presente no laudo do Papanicolau, ele indica se houve algum problema com a amostra colhida, como a quebra da lâmina, ausência ou problemas na identificação da lâmina, entre outras alterações que inviabilizam a leitura do resultado.

Adequabilidade da amostra

Em alguns casos é possível que a amostra colhida apresente contaminações que impedem a correta análise do material cervical, como presença de sangue, pouco material presente, excesso de células sobrepostas que dificultam a leitura técnica.

Quando alguma dessas condições está presente tem-se que a amostra é insatisfatória e nessa situação é necessário repetir o exame. O mais comum é a amostra preencher todos os critérios de análise, nesse caso vem descrito nesse campo amostra “satisfatória”.

Representação da amostra (epitélio representado na amostra)

Aqui está descrito quais tipos de células estão presentes na amostra colhida, é comum está descrito epitélio escamoso, glandular ou metaplásico.

Diagnóstico descritivo

É a parte mais importante da descrição do exame colpocitológico, onde são descritas as alterações celulares sugestivas de malignidade ou é destacada a normalidade do exame. É possível ter três grupos de resultados: Dentro dos limites da normalidade, Alterações celulares benignas e atipias.

DENTRO DOS LIMITES DA NORMALIDADE

Este é o resultado de quando o exame é perfeitamente normal, sem nenhuma alteração seja benigna ou maligna.

ALTERAÇÕES CELULARES BENIGNAS (ATIVAS OU REPARATIVAS)

Nestes resultados estão descritas alterações que podem ocorrer e não se relacionam a lesões neoplásicas. Podem estar presentes alterações inflamatória decorrentes de agressões externas, uso de Diu, reações alérgicas, exposição a radiação ou mesmo decorrente da atrofia epitelial secundária a menopausa.

ATIPIAS

As atipias são alterações nas células do colo uterino que requerem uma melhor avaliação, a depender do caso o médico pode solicitar a repetição do exame em alguns meses ou encaminhar para a realização de uma colposcopia, de modo a conseguir ver melhor quais alterações celulares estão presentes e se de fato são sugestivas da presença de um tumor.

Células atípicas de resultado indeterminado

As atipias de resultado indeterminado podem corresponder a dois grandes grupos:

  • Atipias possivelmente não neoplásicas ou células escamosas atípicas de significado indeterminado (ASCUS): indicam alterações celulares que possivelmentenão correspondem a alterações pré-neoplásicas, muitas vezes essas alterações são revertidas espontaneamente com o tempo, por isso, a conduta do médico nesse caso geralmente é repetir o exame de papanicolau em seis meses.
  • Atipia que não pode excluir lesão intraepitelial de alto grau (ASCH): nessa situação há um risco dessa atipia ser decorrente de uma lesão pré-maligna, não é possível descartar essa hipótese, por isso, após esse resultado está indicado a realização de uma colposcopia e eventualmente uma biópsia para esclarecer melhor o resultado.

Atipias em células escamosas

As atipias em células escamosas quando são descritas como lesão intraepitelial de baixo ou alto grau.

  • Lesão intraepitelial de baixo grau, antigamente também era chamada de Neoplasia intraepitelial de baixo grau ou NIC 1: São lesões pré-malignas, mas com baixo risco de tornarem-se câncer, costumam ser reversíveis. Geralmente os médicos optam por repetir o exame em 6 meses ou 1 ano.
  • Lesão intraepitelial de alto grau, antigamente eram denominadas de neoplasia intraepitelial de alto Grau 2 ou 3 (NIC 2 ou 3): esse resultado mostra que as alterações celulares já se estendem para uma camada maior do epitélio do colo uterino, portanto há maior risco desse tipo de lesão pré-maligna originar um câncer. Nessa situação a mulher deve realizar a colposcopia e biópsia. Em alguns casos, pode estar indicado realização de procedimentos de retirada do epitélio acometido, como a conização ou cauterização do colo uterino.
  • Lesão intraepitelial de alto grau, não podendo excluir microinvasão: este é um tipo de lesão pré-maligna de grande risco para o desenvolvimento de câncer, é necessário realização de biópsia uterina e tratamento.
  • Carcinoma epidermoide invasor: é o câncer de colo uterino propriamente dito, após o resultado é importante realização de biópsia e tratamento.

Microbiologia

Por fim, existe um último campo no laudo do papanicolau que mostra as bactérias presentes na vagina e caracterizadas pelo exame. Os resultados mais frequentes são:

  • Lactobacilus: são as bactérias da flora normal vaginal, esse é um resultado perfeitamente normal.
  • Candida sp: este fungo também é encontrado normalmente na vagina, no entanto, quando em grande quantidade pode provocar a candidíase, que causa sintomas como coceira e corrimento branco.
  • Bacilos supracitoplasmáticos (sugestivos de Gardnerella /Mobiluncus): são bactérias que também podem estar presentes normalmente na vagina, quando em grande quantidade podem ocasionar sintomas de vaginose como corrimento e mau cheiro.
  • Trichomonas vaginalis: é uma bactéria causadora da tricomoníase uma infecção vaginal que requer tratamento, portanto, quando essa bactérias vem descrita no papanicolau é necessário realizar o seu tratamento.

É válido ressaltar que o resultado de todo e qualquer exame sempre deve ser interpretado com o apoio do médico que o solicitou, que irá avaliar não apenas o resultado descrito no exame, mas também possíveis sintomas presentes e o contexto individual de cada mulher.

Converse com o seu médico sobre a realização do exame de papanicolau e o seu resultado, pois cada caso precisa ser analisado individualmente.

Fonte: Portal Médico Responde

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