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Funed desenvolve soro contra o coronavírus a partir de anticorpos de cavalos

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A Fundação Ezequiel Dias (Funed), laboratório público de Minas Gerais, está trabalhando no desenvolvimento de um soro contra o coronavírus. Nesta semana, pesquisadores da instituição iniciaram a etapa de injeção do vírus inativado em cavalos para incentivar a produção de anticorpos pelos animais. Se os resultados forem positivos, lotes-pilotos com 5.000 ampolas serão produzidos até janeiro do próximo ano, para a realização de testes clínicos em humanos. A ideia é que o soro seja utilizado em pacientes internados com quadro sugestivo de agravamento da Covid-19.

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“Estamos produzindo o antígeno, ou seja, inativando o vírus Sars-CoV-2, em laboratório de nível alto de segurança. Com esse vírus inativado, passamos para a etapa de imunização dos cavalos, que vão produzir anticorpos”, explica o chefe do laboratório de biotecnologia e saúde da Funed e coordenador da pesquisa para o desenvolvimento do soro anti-covid-19, Sérgio Caldas.

Segundo ele, para que os cavalos produzam anticorpos, é necessário repetir o processo de imunização algumas vezes, o que deve levar cerca de um mês e meio — a princípio, cinco cavalos estão participando dos estudos.

A fase seguinte, de avaliação do potencial neutralizante dos anticorpos, também é feita em laboratório, onde é possível manipular o vírus vivo com segurança. “Nós fazemos ensaios em placas. Infectamos células, comparando o vírus que foi tratado com o anticorpo com o vírus sem tratamento, e avaliamos o potencial de neutralizar esse vírus. Temos grande expectativa de que essa imunização que iniciamos nesta semana gere anticorpos neutralizantes”, afirma Caldas.

A Funed recebeu R$ 213 mil para as etapas de desenvolvimento do produto e testes de imunização, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). Se os resultados forem como o esperado, começa a produção dos lotes-pilotos, com investimento do governo do Estado.

A aplicação em humanos, nos testes clínicos, só pode ser iniciada após autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) — para essa fase, a Funed está buscando parcerias e novas fontes de recursos. A instituição já tem o parque industrial necessário para produção em grande escala.

Ainda não há previsão para o início da utilização do soro em hospitais, mas a ideia é que o produto, de administração intravenosa, seja aplicado em pacientes com quadro sugestivo de agravamento, a partir de prescrição médica. “É uma imunização passiva. O cavalo produz os anticorpos, e a gente entrega os anticorpos prontos para ajudar o indivíduo a combater o vírus. Esses anticorpos se ligam ao vírus impedindo que eles invadam as células, já neutralizam imediatamente a carga viral”, explica Caldas.

A Funed já possui uma cadeia para o desenvolvimento e produção de soros antipeçonhentos, antitoxinas e antivirais, em atendimento ao Sistema Único de Saúde (SUS) em Minas Gerais e no Brasil.

No país, outros laboratórios também estão trabalhando no desenvolvimento de soros contra o coronavírus. É o caso, por exemplo, do Instituto Butantan, em São Paulo.

Fonte: O Tempo Contagem

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