Mais de 7 milhões de brasileiros deixaram de ser atendidos pelo programa Farmácia Popular em razão do corte de 15% nos gastos desde 2015. É o que apontou um levantamento da Repórter Brasil junto ao Ministério da Saúde e à Fiocruz.
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Os impactos dos fechamentos na Farmácia Popular
Os números são resultantes do fechamento, em 2017, de 400 farmácias públicas administradas pelo governo federal. As unidades fechadas na gestão de Michel Temer atendiam em torno de 6 milhões de pessoas anualmente. Na ocasião, o Ministério da Saúde havia alegado que 80% dos gastos com a rede própria correspondiam a encargos administrativos, e não a medicamentos. Porém, 1 milhão de consumidores também deixaram de ter acesso a atendimento nos estabelecimentos privados. No total, o índice de beneficiados despencou de 28,8 milhões para 21,6 milhões.
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A previsão orçamentária para o Farmácia Popular em 2019, inclusive, é a menor em seis anos – cerca de R$ 2,6 bilhões, contra R$ 3,5 bilhões registrados em 2015. Para completar, a Coordenação Geral de Assistência Farmacêutica, responsável pela gestão do programa, está sem um líder desde setembro.
Suspeitas de fraude e investigações do Tribunal de Contas da União colaboraram para esse desmonte, após o descredenciamento de 3.500 farmácias privadas cujos convênios foram considerados suspeitos. O órgão identificou discrepâncias entre os repasses à rede particular e o valor gasto com os mesmos medicamentos no Sistema Único de Saúde (SUS). A eliminação desse ágio é uma das explicações do Ministério para o corte. Enquanto isso, a conta é paga pela população.
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico