Governo federal negocia com Butantan compra da CoronaVac
O Instituto Butantan enviou nessa 4ª feira (16.dez.2020) uma proposta ao governo federal para o fornecimento de doses da CoronaVac –vacina contra a covid-19 desenvolvida pela farmacêutica Sinovac. De acordo com o instituto, as doses seriam fornecidas a partir de janeiro.
O Butantan afirmou que, enquanto aguarda “a efetiva incorporação [da CoronaVac] ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) (…) seguirá importando e produzindo a vacina” em São Paulo.
O imunizante da Sinovac é um dos listados no Plano Nacional de Operacionalização contra a covid-19, apresentado nessa 4ª feira (16.dez.2020) pelo governo federal. Eis a íntegra (10 MB).
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O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), participou nessa 4ª feira (16.dez) de reunião com o Ministério da Saúde. Na saída, afirmou que o governo assinará o contrato de compra da CoronaVac nesta semana.
“[O ministro da Saúde] Pazuello nos garantiu que recebeu o contrato ontem [3ª feira] e disse que o governo assina o contrato ainda nessa semana para aquisição de 45 milhões de doses. Elas serão entregues até março pelo Instituto Butantan”, disse.
No fim de outubro, o Ministério da Saúde chegou a anunciar que compraria 46 milhões de doses da vacina. O protocolo de intenções que estabelece as condições da compra foi assinado pelo ministro Eduardo Pazuello. Um dia depois, no entanto, o presidente Jair Bolsonaro decidiu cancelar o acordo.
Wellington Dias (PT), governador do Piauí, declarou que uma cópia do contrato foi apresentada na reunião dessa 4ª (16.dez). Segundo ele, a Saúde também mostrou um cronograma que prevê o início da vacinação em torno de 21 de janeiro.
Ao apresentar o plano nacional, no entanto, o governo federal não estipulou o dia de início da vacinação.
A vacina da Sinovac é a principal aposta do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), adversário político de Bolsonaro. O cronograma divulgado pelo tucano prevê que a população paulista seja vacinada a partir de 25 de janeiro.
O imunizante ainda precisa de aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Segundo Doria, o estudo clínico conclusivo da vacina será apresentado à agência em 23 de dezembro.
A intenção, de acordo com o governador, é entregar o estudo completo e pedir o registro definitivo, e não mais o de uso emergencial. A expectativa do governo de São Paulo é obter o registro da vacina do Butantan até o final deste ano.
PLANO NACIONAL DE VACINAÇÃO
Na cerimônia de apresentação do Plano Nacional de Operacionalização contra a covid-19, o Ministério da Saúde afirmou que espera imunizar todos os brasileiros do grupo de maior risco para a covid-19 até o final do 1º semestre de 2021.
A vacinação da população em geral será concluída nos 12 meses seguintes. Não foram estipulados o dia de início da vacinação ou a vacina que será usada. Ao todo, são 4 etapas de imunização.
Eis os detalhes estipulados para cada etapa:
O documento prevê que os cidadãos assinem um termo de consentimento para receberem a vacina, medida defendida pelo presidente Jair Bolsonaro.
“Está prevista a exigência de que os pacientes, ao serem vacinados com vacinas aprovadas para uso emergencial, deverão preencher um termo de consentimento livre e esclarecido, o qual deve estar complementado com os dados específicos da vacina objeto de autorização de uso emergencial. Ressalta-se que a vacinação é gratuita”, lê-se no texto.
O documento lista 13 possíveis imunizantes que estão na 3ª e última fase de estudos e que podem ser aprovadas para aplicação em massa no Brasil.
Sinovac (China);
Instituto de Biologia de Wuhan (China);
Instituto de Produtos Biológicos de Pequim (China);
Novavax (EUA);
CanSino (China);
Janssen (Bélgica);
AstraZeneca/Oxford (Suécia e Reino Unido);
Instituto Gamaleya (Rússia);
Pfizer/BioNTech (EUA e Alemanha);
10.Moderna (EUA);
11.Anhui Zhifei Longcom Biopharmaceutical (China);
12.Bharat Biotech (Índia); e
13.Medicago Inc. (Canadá).
O governo federal tem acordo com a AstraZeneca/Oxford para o fornecimento de 100,4 milhões de doses e transferência de tecnologia para produção da vacina pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).
O Ministério da Saúde ainda assinou um memorando de entendimento para a compra de 70 milhões de doses da vacina anti-covid-19 da Pfizer/BioNTech.
Outras doses poderão ser adquiridas via consórcio internacional Covax, liderado pela OMS (Organização Mundial da Saúde). O Brasil poderá comprar até 42,5 milhões de doses através da aliança global.
Fonte: MSN