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Histoplasmose: saiba o que é a doença respiratória causada por fezes de morcego

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Histoplasmose – Quando a servidora Roberta Coimbra, de 35 anos, começou a sentir um forte cansaço, ela pensou logo em estresse. Era março e o isolamento imposto pela pandemia estava apenas começando. Depois veio a febre, a tosse, e aí bateu aquele medo: só podia ser Covid-19. Ela comprou um oxímetro e se isolou dentro de casa. Tomava antialérgico e analgésico para a dor de cabeça forte.

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Os dias passaram e o mal-estar de Roberta, não. Não era Covid, mas estava ela com pneumonia. Depois de tomar antibióticos, ainda passou por um clínico, falou com a alergista e um pneumologista. Até que, finalmente, um exame sorológico trouxe a resposta: a servidora estava com histoplasmose, doença provocada por fungos que afeta os órgãos internos.

Esses fungos estão presentes nas fezes dos morcegos, que contaminam o solo e ficam depositadas entre plantas e folhas. Quando secam, liberam partículas que são aspiradas pelas pessoas.

— Temos uma varanda aberta e os morcegos entravam ali. Colocamos rede. Pouco antes de ficar doente eu podei e limpei as plantas, mexi na terra, nunca imaginei que havia risco. Agora aviso para todo mundo para que faça essas coisas de máscara e lave a mão. Hoje estou bem, mas ainda não 100%. Não sinto a mesma disposição de antes e ainda tenho muitas dores de cabeça, acho que pelo tratamento.

Com a presença dos morcegos nas cidades, bairros com muitas árvores estão detectando aumento da doença, que antes era mais vista no interior ou em regiões com cavernas. Segundo o pneumologista Flavio Marra, bairros como Jardim Botânico, onde mora Roberta, Santa Teresa, São Conrado, Barra e Recreio têm detectado vários casos.

— A histoplasmose existe pode se desenvolver não só no interior, mas em áreas urbanas. Hoje nos deparamos com incidência significativa, inclusive por avanços nos diagnósticos — afirma Marra.

Nem todos que aspiram os esporos ficam doentes, de acordo com o pneumologista do Grupo Fleury, João Salge:

— Normalmente, quem tem imunidade adequada não desenvolve a doença. Caso exista condição e o fungo supere as defesas do organismo, pode causar a histoplasmose aguda, que é essa infecção dos pulmões parecida com pneumonia, a forma disseminada, que é muito excepcional, e a forma crônica cavitária, mais semelhante a uma tuberculose. Embora o mais comum é não ter sintomas mesmo tendo contato com o fungo.

Assim como aconteceu com a servidora Roberta Coimbra, muitos pacientes que sofreram com a histoplasmose este ano pensaram ter contraído a Covid-19. Isso porque alguns sintomas são parecidos, como febre, tosse, cansaço, dor de cabeça, dor toráxica e até, em alguns casos, falta de ar.

O pneumologista João Salge afirma que a confusão está sendo muito comum:

— Se houver uma infestação de pombos e morcegos em determinada região, pode haver surto de histoplasmose. No caso desse surto ser coincidente com epidemia de coronavírus passa a ser um fator de confusão, porque é outro germe causador de infecção respiratória.

Um complicador é que, segundo o pneumologista Flavio Marra, a histoplasmose não é uma doença de notificação compulsória. Assim, fica mais difícil ter estatísticas claras dos locais com mais casos.

Fonte: Yahoo Brasil 

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2020/10/21/governo-deve-entender-que-remedio-e-investimento-nao-despesa-diz-presidente-do-sindusfarma/

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