HC da Unicamp confirma 1º caso de hepatite medicamentosa relacionada ao uso do ‘kit Covid’

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O Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp, em Campinas (SP), confirmou nesta terça-feira (23) o primeiro caso de paciente diagnosticado com hepatite tóxico-medicamentosa relacionada ao uso do “kit Covid” – conjunto de remédios como azitromicina, hidroxicloroquina e ivermectina, que não têm eficácia comprovada contra o coronavírus.

Segundo a professora e médica da unidade de transplante hepático do HC, Ilka Bonin, o paciente é morador de Indaiatuba (SP), tem aproximadamente 50 anos, é atleta e não possui histórico de outras doenças.

Diagnosticado com a Covid-19 há cerca de três meses, o paciente teria apresentado pele e olhos amarelados um mês após utilizar ivermectina, hidroxicloroquina e azitromicina, além de zinco e vitamina D, sob prescrição médica.

“Ele chegou com uma síndrome de doença hepática pós-Covid, mas quando analisamos, vimos que não se enquadrava muito bem na síndrome. Tinha alterações específicas e analisamos a biópsia. Era, na verdade, uma hepatite medicamentosa que causou a destruição dos dutos biliares, e o paciente tinha usado somente, nos últimos quatro meses, remédios do ‘kit Covid'”, relata.

“Ele chegou com uma síndrome de doença hepática pós-Covid, mas quando analisamos, vimos que não se enquadrava muito bem na síndrome. Tinha alterações específicas e analisamos a biópsia. Era, na verdade, uma hepatite medicamentosa que causou a destruição dos dutos biliares, e o paciente tinha usado somente, nos últimos quatro meses, remédios do ‘kit Covid'”, relata.

De acordo com Bonin, o homem segue internado e deve ser inserido na lista para transplante de fígado na sexta-feira (26) após a realização de novos exames. “As lesões foram bem importantes. No começo a gente ia até indicar o transplante de urgência, mas ele foi melhorando conforme foi sendo tratado e avaliado”, afirma a médica.

Contraindicações

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chegou a defender o uso da cloroquina para o tratamento da Covid-19. O remédio integra o chamado “kit Covid”, ou “tratamento precoce”, que já se mostrou inclusive ineficaz ou até mais prejudicial do que benéfico quando administrado nos quadros leves, moderados e graves de Covid-19.

Atualmente, esse mix farmacológico não é reconhecido e é contraindicado por entidades como a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos e da Europa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).

Alerta

Segundo Ilka, o paciente foi tratado inicialmente na capital paulista, onde existiam outras duas pessoas com quadros clínicos semelhantes. Os demais pacientes, porém, morreram antes de entrar na lista para um transplante.

“Até semana passada, a gente só tinha esse caso. Da semana passada para cá, nós já soubemos de mais quatro [em outras cidades]. Talvez comecem a aparecer [mais casos]”, analisa.

Ainda de acordo com a profissional de saúde, o uso indiscriminado e sem acompanhamento médico de remédios que carecem de comprovação científica contra a Covid-19 é motivo de preocupação, já que os componentes podem se tornar tóxicos para os pacientes após um longo tempo de uso.

“Estamos perdendo 80% dos pacientes internados na UTI [Unidade de Terapia Intensiva], quando o usual é de 20 a 50%, dependendo da faixa etária. Será que nossa mortalidade não está associada ao uso de remédios que têm sua hora de serem usados? Essa é a pergunta que temos feito”, afirma.

“Estamos perdendo 80% dos pacientes internados na UTI [Unidade de Terapia Intensiva], quando o usual é de 20 a 50%, dependendo da faixa etária. Será que nossa mortalidade não está associada ao uso de remédios que têm sua hora de serem usados? Essa é a pergunta que temos feito”, afirma.

Fonte: G1.Globo

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/03/23/apos-uso-de-kit-covid-pacientes-vao-para-fila-de-transplante-de-figado/

Veja sete vezes em que Bolsonaro desestimulou o uso de vacinas contra Covid-19

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Antes de dizer que 2021 seria o ano da vacinação no Brasil, como fez em pronunciamento de rádio e TV na última terça-feira, o presidente Jair Bolsonaro brigou contra a obrigatoriedade da vacina, disse que não iria comprar imunizantes desenvolvidos na China, declarou que não seria imunizado e que não havia pressa. Confira abaixo sete vezes em que ele desestimulou o uso dos imunizantes para combater a Covid-19 no país.

Leia mais: No auge da crise sanitária, Bolsonaro distorce e omite informações e diz que vacinas estão garantidas

30/07 – ‘Não é daquele outro país’

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Inicialmente, Bolsonaro começou a ironizar a CoronaVac de forma velada, exaltando o acordo feito pelo governo com a Universidade de Oxford. Em julho, durante uma transmissão ao vivo, ressaltou que o imunizante comprado não era “daquele outro país”:

– Se fala muito da vacina da Covid-19. Nós entramos naquele consórcio lá de Oxford. Pelo que tudo indica, vai dar certo e 100 milhões de unidades chegarão para nós. Não é daquele outro país não, tá ok, pessoal? É de Oxford aí – disse o presidente.

21/10 – ‘A da China não compraremos’

Depois de dizer que não compraria a vacina produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica Sinovac, ele afirmou que se opôs ao acordo porque o governo não poderia comprar uma vacina antes do registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) porque a população brasileira não seria “cobaia de ninguém”. Um dia depois, alegou que não compraria nenhuma vacina com origem na China, porque o país teria um “descrédito muito grande”.

– A da China nós não compraremos, é decisão minha. Eu não acredito que ela transmita segurança suficiente para a população – disse. – A China, lamentavelmente, já existe um descrédito muito grande por parte da população, até porque, como muitos dizem, esse vírus teria nascido por lá.

29/10 – ‘Procura outro para pagar’

No fim do mês, dirigiu-se a Doria durante uma transmissão e disse a ele para procurar “outro para pagar a tua vacina“.

– Ninguém vai tomar a sua vacina na marra não, tá ok? Procura outro. E eu, que sou governo, o dinheiro não é meu, é do povo, não vai comprar a vacina também não, tá ok? Procura outro para pagar a tua vacina aí.

17/12 – ‘A pressa da vacina não se justifica’

Em vídeo publicado nas redes sociais, o presidente afirmou que a pandemia estava acabando e que não havia perssa para vacina.

– A pandemia realmente está chegando ao fim, os números têm mostrado isso, estamos com pequena ascensão agora, chama-se pequeno repique, que pode acontecer, mas a pressa da vacina não se justifica porque você mexe com a vida das pessoas – afirmou em vídeo publicado nas suas redes sociais.

Tragédia: Nenhuma causa de morte no Brasil supera a marca de 3.000 óbitos por dia da Covid-19

17/12 – ‘Não vou tomar a vacina

No mesmo dia, ele também defendeu que não se vacinará porque já foi contaminado pela doença. Especialistas, no entanto, recomendam a vacinação dos que já foram contaminados porque nem todos os infectados ficam imunizados.

– Eu não vou tomar a vacina. Alguns falam que eu tô dando um péssimo exemplo. Ou é imbecil (palmas) ou o idiota que tá dizendo que eu dou péssimo exemplo, eu já tive o vírus. Eu já tenho anticorpos. Pra que tomar vacina de novo?

18/12 – ‘Se você virar um jacaré, é problema de você, pô!’

Criticado por não fechar acordo com a Pfizer ainda em 2020 para a compra de 70 milhões de doses, Bolsonaro alegou que no contrato constava o aviso de que a fabricante não se responsabiliza por qualquer efeito colateral:

– Se você virar um chi… virar um jacaré, é problema de você, pô. Não vou falar outro bicho, porque vão pensar que eu vou falar besteira aqui, né? Se você virar super homem, se nascer barba em alguma mulher aí ou algum homem começar a falar fino, eles não têm nada a ver com isso. Ou, o que é pior, mexer no sistema imunológico das pessoas – afirmou.

04/03 – ‘Só se for na casa da tua mãe’

No começo do março, ele afirmou que não havia doses para comprar no mundo. Duas semanas depois, o Governo Federal fechou acordos para 100 milhões de doses da Pfizer e outras 38 milhões da Johnson.

– Tem idiota que a gente vê nas redes sociais, na imprensa, [dizendo] ‘vai comprar vacina‘. Só se for na casa da tua mãe. Não tem [vacina] para vender no mundo – afirmou.

Fonte: Extra online

Veja as mentiras de Bolsonaro durante pronunciamento

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Pressionado pelo recorde de mortes e pela escassez de leitos de UTI, de medicamentos para intubação e de vacinas contra Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse em pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV na noite desta terça-feira (23) que 2021 será “o ano da vacinação dos brasileiros”.

“Estamos fazendo e vamos fazer de 2021 o ano da vacinação dos brasileiros. Somos incansáveis na luta contra o coronavírus”, afirmou Bolsonaro, que distorceu ações do governo durante o combate da pandemia e mentiu sobre a sua atuação.

O pronunciamento foi veiculado no dia em que, em apenas 24 horas, 3.158 mortes por Covid-19 foram registradas no país.Apesar do lento ritmo de vacinação, o presidente prometeu ainda imunizar toda a população até o final de 2021. “Ao final do ano, teremos alcançado mais de 500 milhões de doses para vacinar toda a população. Muito em breve, retomaremos nossa vida normal”, afirmou.

Bolsonaro repetiu o discurso de que, desde o começo da pandemia, há um ano, tem dito que os desafios são dois, o vírus e o desemprego.

Ele afirmou que “em nenhum momento, o governo deixou de tomar medidas importantes tanto para combater o coronavírus como para combater o caos na economia, que poderia gerar desemprego e fome”.

O governo lançou uma série de medidas econômicas, mas Bolsonaro, durante os últimos 12 meses, minimizou a pandemia, provocou aglomerações, falou contra o uso de máscaras, brecou negociações de imunizantes e, por diversas vezes, manifestou-se contra as vacinas.

No pronunciamento, o presidente afirmou ainda que o Brasil é o quinto país que mais vacina no mundo e que mais de 32 milhões de doses foram distribuídas a todos os estados “graças às ações que tomamos logo no início da pandemia”.

Se considerarmos a taxa de vacinação por habitantes, o país está na 58ª posição, segundo dados do projeto Our World in Data, ligado à Universidade de Oxford.Bolsonaro ignorou ter acelerado as negociações para compra de imunizantes depois que o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), começou a articular a compra da chinesa Coronavac.

“Sempre afirmei que adotaríamos qualquer vacina, desde que aprovada pela Anvisa. E assim foi feito”, afirmou Bolsonaro, omitindo que até mesmo sua principal aposta, a vacina Oxford/AstraZeneca, foi contratada antes da aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O presidente disse no pronunciamento que “em julho de 2020, assinamos um acordo com a Universidade de Oxford para a produção, na Fiocruz, de 100 milhões de doses da vacina AstraZeneca e liberamos, em agosto, R$ 1,9 bilhão”.

A autorização para o uso emergencial só foi concedida pela Anvisa em 17 de janeiro, junto com a da Coronavac.

No pronunciamento, Bolsonaro cita a adesão ao consórcio Covax Facility, mas não menciona que, por opção do governo, foram adquiridas doses para apenas 10% da população por meio da iniciativa.

Documentos mostram que cada país poderia optar por doses para 20% da população ou mais.O presidente também afirmou que intercedeu pessoalmente junto a Pfizer para antecipar o calendário de entrega de 100 milhões de doses.

Ele, porém, não menciona que, como o jornal Folha de S.Paulo mostrou, o governo brasileiro rejeitou no ano passado proposta da farmacêutica que previa 70 milhões de doses de vacinas até dezembro deste ano. Do total, 3 milhões estavam previstos até fevereiro, o equivalente a cerca de 20% das doses distribuídas no país até o início de março.

O pronunciamento foi gravado na tarde desta terça. É o primeiro sob a orientação do almirante Flávio Rocha como titular da Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social).

Apenas em março, Bolsonaro cancelou três pronunciamentos que faria na cadeia de rádio e televisão. Nesses episódios, ele foi convencido a recuar diante da intenção de usar a cadeia nacional para criticar medidas de restrição de deslocamento adotadas por governadores e prefeitos.

Desde o início do ano passado, quando o coronavírus começava a se espalhar pelo mundo, Bolsonaro tem dado declarações nas quais busca minimizar os impactos da pandemia da Covid-19, que já deixou 298.843 mortos no Brasil.

Ele já usou as palavras histeria e fantasia para classificar a reação da população e da imprensa à pandemia. Tem criticado as medidas de isolamento social no país e disse que os problemas precisam ser enfrentados pela população.

“Nós temos que enfrentar os nossos problemas, chega de frescura e de mimimi. Vão ficar chorando até quando? Temos de enfrentar os problemas. Respeitar, obviamente, os mais idosos, aqueles que têm doenças, comorbidades, mas onde vai parar o Brasil se nós pararmos?”, questionou no começo de março.

No início deste ano, quando os números apontavam para novo avanço da Covid-19 no país, Bolsonaro afirmou que o Brasil estava vivendo “um finalzinho de pandemia”.

No início do mês, o governo lançou o que ficou informalmente conhecido como “Plano Vacina”, uma tentativa de guinada no discurso contrário à vacinação que Bolsonaro, filhos e ministros vinham sustentando.

A iniciativa inclui uma campanha nacional de vacinação, que deve ser veiculada ainda neste mês, com intuito de estimular a população a se informar sobre a imunização de sua faixa etária. O material deve explorar a imagem do Zé Gotinha.

Aos 66 anos, Bolsonaro também decidiu se vacinar quando chegar o momento de imunização de sua faixa etária. Ele deve ser vacinado pelo recém-empossado ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, com uma dose da Oxford/AstraZeneca.

O presidente entendeu que era preciso flexibilizar seu discurso radical diante da queda de popularidade e da fuga de apoio nas redes sociais, sua principal bússola.

Soma-se a isso a volta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à arena política. Em seu primeiro discurso, o petista atacou a condução de Bolsonaro no enfrentamento da pandemia.

Pesquisa Datafolha apontou que 54% dos brasileiros veem a atuação de Jair Bolsonaro como ruim ou péssima, um recorde de rejeição.Além de adotar uma retórica pró-vacina, Bolsonaro cedeu à pressão para sacar o general Eduardo Pazuello do Ministério da Saúde para dar o cargo a um médico, o cardiologista Marcelo Queiroga, empossado nesta terça.

O Palácio do Planalto espera que a mudança de ministro marque uma nova fase da gestão, embora o próprio Bolsonaro lance uma dose de ceticismo sobre qualquer mudança mais profunda já que mantém as críticas a medidas de distanciamento social e a promoção de um ineficaz tratamento precoce.

Bolsonaro também foi surpreendido com uma fissura no apoio que ainda tem no empresariado. No domingo (21), mais de 500 economistas, banqueiros e empresários do país assinaram e divulgaram uma carta aberta em que pedem medidas mais eficazes para o combate à pandemia do novo coronavírus.

A tudo isso soma-se a crescente insatisfação do centrão, que atualmente representa a principal sustentação de Bolsonaro no Congresso.

O mal-estar que começou com nomes indicados pelo bloco sendo preteridos na escolha do novo ministro da Saúde se agravou com a falta de ação do governo e o crescente número de mortos pela Covid-19.

“Qualquer pessoa responsável no Brasil não deve compactuar com a forma e a conduta que o presidente Bolsonaro tratou essa maior crise sanitária da história do Brasil. Infelizmente, o presidente foi irresponsável na condução da pandemia no Brasil”, disse o deputado Sílvio Costa Filho (Republicanos-PE) em entrevista à Rádio Jornal, do Recife.

Nesta quarta-feira (24), Bolsonaro receberá no Palácio da Alvorada os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux.Também participam do encontro o Procurador-Geral da República, Augusto Aras, ministros do governo e alguns governadores que representarão cada uma das cinco regiões do país.

A ideia é discutir medidas de combate à pandemia do coronavírus?. No Legislativo e no Judiciário, porém, o gesto é visto com ceticismo.

A intenção do presidente é usar o encontro para anunciar medidas de saúde que envolvam todo o poder público, como a criação de um gabinete de emergência. Esta é mais uma tentativa de reverter o derretimento de sua própria imagem.??

Mas tanto integrantes do Congresso como do STF veem com ceticismo esta nova roupagem, já que Bolsonaro insiste em acenar para sua base radical e a atacar governadores e prefeitos que adotam medidas restritivas para tentar frear a disseminação do vírus.

Fonte: Diário do Pará

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/03/24/veja-sete-vezes-em-que-bolsonaro-desestimulou-o-uso-de-vacinas-contra-covid-19/

Brasil terá 10 milhões de doses a menos

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O Ministério da Saúde apresentou, nesta terça-feira (23/3), cronograma de vacinas contra Covid-19 com redução de quase 10 milhões de doses para o mês de abril. A estimativa anterior era de que seriam entregues 57,1 milhões de vacinas, caindo para 47,3 milhões. Segundo o Ministério da Saúde, a responsabilidade da redução não é da pasta, pois o cronograma depende de uma série de fatores.

‘O cronograma é montado com base no quantitativo previsto e enviado à pasta pelos laboratórios e pode sofrer alterações de acordo com o fluxo de produção das vacinas pelos fabricantes. Cabe ao Ministério da Saúde fazer a distribuição aos estados e Distrito Federal’, explicou o Ministério da Saúde. Reiterou, ainda que, para concretizar o envio dos imunizantes, a pasta depende da entrega efetiva das vacinas pelos laboratórios fabricantes. ‘Até o momento, mais de 29 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 já foram enviadas para todo o Brasil’, completou.

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A nova previsão estima entrega de 21,1 milhões de vacinas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), fabricadas em parceria com a AstraZeneca/Oxford, até 30 de abril. No cronograma anterior apresentado pelo ministério essa quantidade era de 30 milhões de doses. A vacina da Precisa, parceria com a Bharat Biotech na produção da vacina indiana Covaxin, terá 8 milhões de doses distribuídas, porém a farmacêutica ainda não obteve o aval da Anvisa para o uso emergencial da vacina.

A vacina Moderna, dos Estados Unidos, está sendo negociada e a compra está prevista para o segundo semestre de 2021. Será feita a aquisição de 13 milhões de doses do imunizante.

ASTRAZENECA

Rejeitada por alguns países europeus e defendida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a vacina desenvolvida pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford tem eficácia de 100% na prevenção de casos graves, segundo resultados preliminares de um estudo clínico realizado nos Estados Unidos, no Chile e no Peru. A pesquisa traz dados de 32.449 voluntários que participaram dos ensaios clínicos nessas três localidades e foi divulgada ontem pela farmacêutica britânica, cujo imunizante vem sendo alvo de preocupações a respeito da segurança.

Fonte: Diário de Pernambuco

Falta de dados gera desconfiança sobre eficácia de suposto remédio contra Covid apoiado por bolsonaristas

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Remédio contra Covid – Um grupo de médicos e pesquisadores ligados à rede de hospitais e serviços de saúde Samel, de Manaus, apresentou no dia 11 de março os resultados supostamente promissores de um estudo com o uso do medicamento proxalutamida em pacientes hospitalizados com a Covid-19.

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No evento, transmitido pela internet, os pesquisadores afirmaram que o remédio foi responsável por uma redução dramática de 92% nas mortes causadas pela doença, além de diminuição de tempo de internação em cerca de três vezes.

Segundo os pesquisadores, o estudo contou com 600 participantes divididos em dois grupos -um recebeu a proxalutamida e outro um placebo para que os efeitos fossem comparados. O estudo também foi randomizado (escolha aleatória de quem participaria de cada grupo) e duplo-cego (nem participantes nem pesquisadores sabiam quem estava em qual grupo). Os métodos são os mais usados em pesquisa clínica para minimizar o viés nos resultados.

Os dados não foram publicados em nenhuma revista científica até o momento, mas o dermatologista Carlos Wambier, professor na Universidade Brown (Estados Unidos), que esteve envolvido na pesquisa, afirma que os cientistas planejam submeter o artigo com o estudo ao New England Journal of Medicine, um dos periódicos mais relevantes da área da saúde.

O remédio, um bloqueador de hormônios masculinos (antiandrógeno) ainda em desenvolvimento pela farmacêutica chinesa Kintor, surge no Brasil envolto em polêmica no momento mais crítico da pandemia do coronavírus Sars-CoV-2 no país.

Além da falta da publicação em uma revista científica, o que permitiria que os dados fossem revisados e confirmados por outros cientistas da área, gerou desconfiança o apoio dado ao remédio por bolsonaristas e defensores do chamado “tratamento precoce” contra a Covid-19, que inclui remédios sem eficácia comprovada para tratar a doença -caso da cloroquina e da ivermectina.

Um dos participantes da apresentação dos resultados foi o infectologista Ricardo Zimerman, médico que defende publicamente o uso do “tratamento precoce”, kit de remédios que recebe amplo apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Nas redes sociais, o médico é crítico do isolamento social e tratou as vacinas com desconfiança -embora em uma foto publicada no dia 11 de fevereiro o médico afirma que recebeu a Coronavac, o que desagradou a alguns de seus seguidores.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), filho do presidente, demonstrou entusiasmo com a nova droga e propagou seus resultados pelas redes sociais.

De acordo com o canal de notícias CNN Brasil, Bolsonaro já teria conversado com o presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antônio Barra Torres, sobre uma autorização para uso emergencial do medicamento no país.

Ainda em testes, a proxalutamida não tem liberação de uso em nenhum lugar do mundo até o momento. A droga foi inicialmente criada para tratamento de câncer de próstata e mama.

Para a biomédica Mellanie Fontes-Dutra, coordenadora da Rede Análise Covid-19, organização de cientistas que coleta, analisa e divulga dados sobre a doença, faltam muitas informações a serem apresentadas do estudo de Manaus.

“Ainda não sabemos o perfil dos participantes, nem como as análises estatísticas foram feitas. Por enquanto, é muito difícil tecer qualquer conclusão”, diz.

Ainda em abril de 2020, Wambier publicou um artigo com outros pesquisadores -entre eles Andy Goren, presidente da empresa de biotecnologia para produtos capilares Applied Biology, que também participou do estudo feito em Manaus com a proxalutamida,- no qual investigaram a relação entre os androgénos e a Covid-19.

O artigo, publicado na revista Dermathologic Therapy, foi seguido por outro trabalho publicado em maio de 2020 no periódico Drug Development Research, em que os cientistas defendem que a sensibilidade aos andrógenos seria uma determinante para o desenvolvimento da Covid-19 mais grave, o que também poderia explicar porque homens sofrem mais com a doença do que mulheres.

O fato de haver mais mortes de homens do que de mulheres pela doença ainda não foi explicado pela ciência. Alguns cientistas teorizam que fatores sociais poderiam ajudar a entender o fenômeno, uma vez que homens podem estar mais expostos aos riscos e seguirem menos as medidas de proteção contra o vírus.

Em linhas gerais, o coronavírus Sars-CoV-2 infecta as células humanas ao se conectar com a enzima ECA2, presente em células de mucosas que revestem órgãos do aparelho respiratório entre outros, mas, para isso, o vírus conta com uma ajudinha da serina protease transmembranar 2 (TMPRSS2), que pode ser bloqueada por antiandrógenos como a proxalutamida.

“O TMPRSS2 é um chaveiro. O vírus vem e quer entrar na casa (célula), mas a chave não funciona. O chaveiro prepara a chave do vírus [revestimento em forma de espinhos ao redor do patógeno], para que ela se encaixe perfeitamente na fechadura da porta, que é o receptor ECA2”, explicou Wambier por email à Folha.

“Sabemos como bloquear a TMPRSS2 e também como bloquear a produção de TMPRSS2”, diz o médico.

Com os textos devidamente publicados, os pesquisadores mostraram a plausibilidade biológica para o uso do medicamento contra a Covid-19. Falta o estudo clínico publicado em revista científica, revisado por pares.

Segundo Wambier, há outros medicamentos com o potencial de ter o mesmo efeito. “Há outros antiandrógenos potentes usados na urologia oncológica disponíveis comercialmente no Brasil, tais como a apalutamida e a enzalutamida, ou mais antigos, como a bicalutamida, porém ainda não foram testados para Covid-19”, diz o pesquisador.

“Estamos motivando investigadores brasileiros, americanos e espanhóis a testarem outros fármacos similares”, afirma.

Fonte: Diário de Cuiabá

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Anvisa destaca pendências para pedido de uso emergencial da Sputnik V

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Sputnik V – Em reunião realizada nesta terça-feira com representantes da União Química e do Instituto Gamaleya, da Rússia, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) discutiu os pontos pendentes para que o pedido de uso emergencial da vacina Sputnik V seja avaliado no futuro.

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A agência informou, por meio de nota, que entre os pontos de destaque estão a falta de dados sobre aspectos de caracterização, produção e controle de qualidade do imunizante, além da linha de produção da vacina na Rússia que precisa ser identificada no processo. ‘O acesso ao banco de dados dos estudos clínicos faz parte da avaliação da Anvisa para possibilitar melhor entendimento sobre como os dados clínicos foram gerados e analisados’, diz a nota.

Ainda segundo o comunicado, os representantes da União Química afirmaram que os dados serão providenciados antes que o laboratório solicite o uso emergencial da vacina.

No último dia 12, o Ministério da Saúde assinou o contrato para receber 10 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 que serão importadas da Rússia pela União Química. No entanto, para que seja aplicada na população, o imunizante precisa da liberação de uso emergencial ou do registro definitivo concedido pela Anvisa.

Fonte: Correio do Povo

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Fabricantes de medicamentos estão no limite da produção, alerta diretora da Anvisa

A capacidade da indústria nacional para a fabricação de medicamentos necessários para a intubação nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) está no limite e remédios para outras áreas podem faltar. Isso porque há fabricantes que voltaram sua produção totalmente para o ‘kit intubação’, o que representa o desabastecimento de outros fármacos. O alerta foi dado ontem pela diretora da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Meiruze Sousa Freitas, durante audiência na Comissão Externa da Câmara dos Deputados que acompanha as ações de combate à covid-19.

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‘As empresas estão no limite de produção (da capacidade produtiva). Algumas aumentaram (a produção) em quatro ou sete vezes e têm empresas que dedicaram toda a sua produção aos medicamentos de intubação orotraqueal. Isso também é um problema, porque há risco de desabastecimento de outros medicamentos‘, disse Meiruze.

Durante o depoimento, ela se emocionou ao relatar a ausência de anestésicos para intubar pacientes – motivo pelo qual a reunião foi convocada, pois, desde a semana passada, estados vêm avisando ao Ministério da Saúde que o aumento no número de internações nas UTIs voltadas para o atendimento à covid-19 causaram a redução nos estoques de medicamentos que compõem o kit intubação.

‘Me emociono nesse processo. É dramático, é horrível saber que pessoas, nesse momento, nos hospitais, estão sem acesso à assistência básica. Porque ter acesso à analgesia é assistência básica. Peço desculpas pela emoção’, reagiu.

Requisições

Por causa da iminência do desabastecimento, na semana passada, o Ministério da Saúde anunciou a requisição administrativa de remédios que estavam em estoque nas indústrias. Segundo Meiruze, para auxiliar nesse processo, a Anvisa também baixou medidas para aumentar o estoque disponível dos insumos para a intubação de infectados com o novo coronavírus – como a redução, de 15 dias para uma semana, do período de quarentena nos galpões das fábricas antes de os remédios serem liberados para uso.

Diante do quadro relatado por Meiruze, o vice-presidente da Câmara dos Deputados, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), criticou a omissão do ministério na coordenação do abastecimento de remédios para intubação de pacientes. A falta desses medicamentos, agravada por reajustes nos preços, tem provocado, segundo representantes de hospitais privados – que também participaram da audiência -, a diminuição da oferta de leitos para o tratamento da covid-19.

A Câmara deve remeter à pasta requerimento em que solicita a criação de uma central de demandas e de compras de medicamentos. ‘Nós temos uma corrida pela compra. Isso faz com que você tenha estados superabastecidos e estados sem nada, porque não há um controle nacional de demanda. O Ministério da Saúde precisa imediatamente tomar essa providência’, cobrou Ramos.Nenhum representante do governo federal compareceu à audiência.

Cartas pedem coordenação

Com o agravamento da pandemia da covid-19 no Brasil, diversas entidades têm se manifestado para orientar a população e pedir uma definitiva união entre governo federal, estados e municípios no combate ao vírus. Em cartas abertas divulgadas ontem, a Associação Médica Brasileira (AMB) pediu o banimento de remédios que vinham sendo indicados por Jair Bolsonaro e o Ministério da Saúde num suposto tratamento precoce contra a doença – como a cloroquina, a ivermectina e a azitromicina -, enquanto a Confederação Nacional de Municípios (CNM) e o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) exigiram do presidente da República a coordenação nacional da luta contra a pandemia.

Por meio de uma carta, a CNM exortou Bolsonaro a assumir ‘de uma vez por todas o papel constitucional de coordenação nacional no enfrentamento da covid-19 no país, promovendo o alinhamento entre as esferas de governo e de poder’. ‘É hora de colocar a evidência científica como norte e despolitizar a pandemia, superando divergências e priorizando a defesa da vida para estancar as milhares de mortes’, cobrou.

A preocupação é a mesma da AMB, que divulgou uma relação de medidas para o enfrentamento da doença. A associação cita a vacinação célere como ‘medida ideal’ para controlar a transmissão, mas aponta o isolamento social, o uso correto de máscaras, a ventilação adequada de ambientes e outras medidas como fundamentais. E condena a prescrição de remédios sem eficácia no tratamento da covid-19. ‘Medicações como hidroxicloroquina/cloroquina, ivermectina, nitazoxanida, azitromicina e colchicina, entre outras drogas, não possuem eficácia científica comprovada de benefício no tratamento, portanto, a utilização deve ser banida’, exigiu o documento.

A AMB ainda alertou para que pessoas com suspeita ou com a confirmação da covid-19 não se automediquem ou usem corticoides, como a dexametasona e a prednisona. ‘Utilizados fora do período correto, podem piorar a evolução da doença’, afirmou.

Sobre o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que tomou posse ontem, a AMB salientou que ‘os brasileiros almejam que vossa gestão ecoe e se guie exclusivamente pela voz da ciência’. E cobrou que ele seja ‘um exemplo de independência’ na implantação de políticas e medidas consistentes e necessárias.

Da mesma forma, o Conass cumprimentou Queiroga e pediu ações ‘sinérgicas’. ‘Mais do que nunca, a população necessita de uma coordenação nacional para o enfrentamento da covid-19, com ações precisas, amparadas na ciência, que garantam a prevenção de novos contágios’, salientou o texto. (MEC)

Fonte: Correio Braziliense Online

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Veja como laboratórios de vacina animal se uniram para ajudar na luta contra a Covid-19

Laboratórios que fabricam a vacina contra a febre aftosa se ofereceram para ajudar a produzir a vacina contra o novo coronavírus no Brasil. Em carta enviada ao presidente da Comissão Temporária da Covid-19, senador Wellington Fagundes, o sindicato nacional da indústria de produtos para saúde animal, o Sindan, informa que o setor possui três plantas que podem ser adaptadas para fabricação de vacinas destinadas a humanos.

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O vice-presidente executivo do sindan, Emílio Salani, conversou com o Canal Rural e explicou que já mantém conversas com o Instituto Butantã, fabricante da Coronavac no brasil, desde janeiro sobre este tema a pedido do ministério da agricultura. O objetivo do sindicato é que estes laboratórios fabriquem a matéria-prima da vacina: o IFA – Ingrediente Farmacêutico Ativo. Confira a entrevista:

Canal Rural – De onde partiu essa iniciativa do Sindan se colocar à disposição para contribuir na produção de vacinas contra Covid-19?

Emílio Salani – Bom, nós inicialmente recebemos um input do Mapa, o Ministério da Agricultura, para que conversássemos com o Butantã analisando a possibilidade de produzir Coronavac, vacina inativada, nas plantas que produzem vacina de aftosa.

Canal Rural – Esse contato aconteceu quando?

Emílio Salani – Há três meses, mais ou menos, e nós rapidamente nos reunimos com toda equipe do Butantã, toda equipe do Sindan. O Sindan representando as indústrias [ de produtos de saúde animal], nós trocamos alguns e-mails com algumas dúvidas que a indústria tinha e o Butantã aportou algumas respostas que foram suficientes para que a gente analisasse que, se houver interesse de ambas as partes, dá pra se aventar a oportunidade de produzir vacina contra coronavírus, inativada, nas plantas biosseguras que produzem produto para saúde animal.

Canal Rural – Essas três plantas que fazem vacina para aftosa são consideradas seguras para fabricação de vacina animal. Como fica essa transição para fazer a vacina de humanos?

Emílio Salani – Nós sempre colocamos a todos os interlocutores que o fundamental é que a pessoa que se interessar em usar essas plantas tem que ser um uso spot: uso por período pré-determinado, porque elas são destinadas a produzir vacina contra febre aftosa, então ela sempre produz ao redor de 400, 450 milhões de doses de aftosa para o Brasil e países da América do Sul todos os anos.

Dado a capacidade em termos de volume de produzir dessas empresas e a segurança, nós sempre analisamos a possibilidade de que o interessado que tiver as condições de acessar a tecnologia do laboratório que produziu o IFA [Ingrediente Farmacêutico Ativo], poderá também fazer acordos de confidencialidade, transferir essa tecnologia e implementá-la nessas plantas biosseguras. A grande vantagem é que essas plantas biosseguras são à prova de escape.

Então, quando a gente fala que vai iniciar um trabalho de ciclo completo, com o vírus vivo, com a cepa semente, até que a gente possa finalizar num IFA, a gente não coloca de maneira nenhuma o nosso país em risco porque essas plantas têm um controle absoluto até de entrada de ar e de saída de ar, quiçá de pessoas. São laboratórios com pressão negativa, tratamento de efluentes, portas ativas, salas de entrada, são plantas categorizadas pelo Ministério da Agricultura como NB3+, então elas são bem próximas do estado da arte em termos de biossegurança.

Canal Rural – Seria o nível NB4 para vacina humana, certo?

Emílio Salani – Sim. Existe o nível NB4 que é pra vacina humana, que é que a gente trabalha sempre com a possibilidade de fazer uma conexão do ar que os funcionários respiram com o externo e alguns outros detalhes. Mas, dentro da categoria de saúde animal, nós estamos praticamente com o máximo de nível de segurança estabelecido, inclusive para a OIE [Organização Internacional de Saúda Animal], onde ela é chamada de NB4- OIE.

Canal Rural – Nesse processo de contribuição com o Butantã, vocês ficariam apenas com a fabricação do IFA. Como isso contribui para acelerar o processo da vacinação contra Covid?

Emílio Salani – Um dos grandes gargalos é que o nosso país compete com outros países na busca de produtos terminados ou de IFAs para serem terminados no Brasil. O entendimento nosso é que, caso haja interesse de alguma dessas entidades em estudar a possibilidade de usar nossas plantas, nós quebraremos esses gargalos. Pularíamos esse gargalos, porque todo o processo produtivo desde o início do cultivo do vírus, até o envase final vai ser feito dentro do nosso país.

Canal Rural – Qual é o nível de experiência destas três plantas de inativar o vírus e fazer a fabricação desse IFA?

Emílio Salani – Considerando essas plantas que existe possibilidade de produzir IFAs de corona, a partir da semente, essas plantas fabricam anualmente de 400 a 450 milhões de doses de vacina contra febre aftosa, que é utilizada no território brasileiro e em países da América do Sul que ainda demandam esse monógeno. Para a gente fazer um juízo de valores, nos últimos cinco anos, elas produziram mais de 2 bilhões de doses de vacina contra febre aftosa. Lembrando que além de produzir, esses laboratórios distribuem as vacinas por um período curto que é abril e maio e outubro e novembro todos os anos.

Canal Rural – E o sistema logístico da vacina contra febre aftosa se assemelha ao da Coronavac, por exemplo?

Emílio Salani – Sem sombra de dúvidas. Esses 400 milhões de doses que nós disponibilizamos em todo território brasileiro é transportado por meio de uma central que faz a colocação de um selo holográfico garantindo a qualidade e segurança de toda vacina, 100% dessa vacina tem duplo controle. Ela é controlada pelo laboratório produtor e pelo governo. O Ministério da Agricultura, através do seu laboratório de referência no Rio Grande do Sul, armazena toda essa vacina, de 2 ºC a 8 ºC, em Vinhedo e transportam, com controle de temperatura, até as revendas e cooperativas que comercializam a vacina contra febre aftosa. Lembrando que essa vacina não pode ser descarregada em nenhum ente comercial sem a presença e fiscalização de um fiscal agropecuário.

Canal Rural – Essa questão da transferência de tecnologia para que as plantas operem na fabricação do IFA dentro do país, ela é possível? Existe autorização da Sinovac pelo que vocês conversaram com o Instituto Butantã?

Emílio Salani – Nós não temos acesso aos contratos que eles realizaram. Mas, pelo menos o que nós entendemos de algumas entidades no Brasil que já estão trabalhando com IFAs, fazendo a terminação no Brasil, é que dentro de um prazo muito curto eles estarão fazendo a transferência de tecnologia desses laboratórios para o laboratórios brasileiros e aí, digamos enfim, dominando a técnica do pé à ponta, desde a semente até o produto acabado. Por isso que nós tomamos como base o início. Não adianta não dizermos que vamos envasar IFA, porque hoje já se faz isso e nós concorreríamos com os gargalos que vemos aí. No final do dia, essa entidade, seja ela Fiocruz ou Butantã ou quem se interessar em debater isso, tem três coisas que são básicas: que Anvisa e Mapa estejam acompanhando o passo-a-passo. Porque é obrigatório a autorização do ministério e dessa agência. É importante que nós estamos oferecendo uma estrutura que já está instalada no Brasil, então seria por um período de tempo e essa produção tem que ser gerenciada e coordenada pelo responsável por essa transferência de tecnologia. Aí nós entendemos, até onde a gente enxerga, que dará segurança a todos: a quem traz a tecnologia, a quem cede a tecnologia e as agências reguladoras e o Ministério da Agricultura.

Canal Rura – Depois desta transferência de tecnologia, vocês acreditam que é possível fazer a entrega de lotes do IFA, das vacinas contra o corona, em quanto tempo?

Emílio Salani – A vacina tem um ciclo de produção relativamente curto. A gente entende que de posse da semente de trabalho, do roteiro de fabricação, da sistemática de fabricação, do plano de fabricação, da metodologia de fabricação da vacina, e algumas adaptações que os laboratórios necessitarão, nosso entendimento é que ao redor de 90 dias nós teremos condição de ter os primeiros IFAs produzidos e entregues ao detentor dessa transferência de tecnologia.

Canal Rural – Fazer essa cessão de uso desses laboratórios, focados em aftosa, para produzir essas vacinas humanas pode trazer prejuízo para fabricação dos imunizantes contra aftosa?

Emílio Salani – De maneira nenhuma, porque o ciclo de produção e controle de uma vacina contra aftosa varia ao redor de 8 a 9 meses. Então, pra fazermos juízos de abastecimento, a vacina de maio já está na nossa central de distribuição. A vacina de novembro de 2021 está na mão do governo para controle. Nós estamos, agora, produzindo as vacinas de maio de 2022. Então faríamos apenas uma parada pra tentar produzir quantidade de IFAs significativos de forma a levar alento para a população brasileira.

Canal Rural – Como estão essas conversas com o governo para ter a liberação das plantas sobre a fabricação de vacina contra a Covid-19?

Emílio Salani – Eu acredito que desde o final-de-semana a gente tem trabalhado com a equipe do senador Wellington Fagundes. Participaram os diretores do Sindan, o presidente e vice-presidente que, coincidentemente, são presidentes das empresas que fabricam as vacinas contra febre aftosa, e nós entendemos que essa ideia do Senado de colocar na mesma mesa a indústria veterinária, Anvisa, Mapa e também o detentor da transferência de tecnologia acelera e muito processo. E outra, se não for viável já será possível ver em um curto espaço de tempo. Vemos com bons olhos essa atitude do Senado e, inclusive, eu me coloquei à disposição do Ministério da Agricultura hoje de manhã para que tirassem qualquer dúvida que eles tivessem.

A entrada do Senado nesta discussão vai depurar se é viável essa colaboração. Temos que saber rapidamente para que as autoridades sigam uma estratégia. O que não pode acontecer é, na situação em que estamos, não debater esse assunto.

Fonte: Canal Rural

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Anvisa pode aprovar vacina russa nos próximos dias, diz presidente de farmacêutica

Anvisa – A empresa farmacêutica brasileira que planeja produzir a vacina russa contra a Covid-19, a Sputnik V, anunciou nesta terça-feira que espera superar os obstáculos regulatórios “em dois ou três” dias para obter a autorização para fabricar e vender o imunizante no Brasil.

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Após videoconferência de 5 horas com executivos da União Química e membros do Instituto Gamaleya de Moscou, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmou que ainda faltam informações para aprovar a vacina.

“A Anvisa ainda exige alguns esclarecimentos de Moscou do teste de Fase 3. Esperamos satisfazer em dois ou três dias”, disse o presidente e proprietário da empresa, Fernando Marques, à Reuters.

A União Química solicitou a autorização de uso emergencial há mais de dois meses e Marques reclamou que “interesses políticos” haviam atrasado o processo de aprovação para a vacina que está sendo utilizada na Rússia e em outros 40 países.

Marques disse que a empresa ainda espera iniciar a produção da vacina em abril em sua fábrica em Brasília, mas uma remessa oferecida por Moscou de 10 milhões de doses foi perdida.

Com o Brasil em necessidade urgente de vacinas para combater a pandemia descontrolada de Covid-19 que tornou o país o epicentro mundial da doença, uma outra fonte de doses tem sido buscada pelos governos estaduais, descontentes com o lento programa de vacinação federal.

Até agora, menos de 8% da população de 210 milhões recebeu a primeira dose da vacina, e menos de 3% tomou as duas doses, enquanto as mortes por Covid-19 dispararam para o nível mais alto de toda a pandemia nas últimas duas semanas, impulsionadas por uma contagiosa nova variante local.

Anvisa disse em nota que a reunião lidou com questões “críticas” que ainda não foram respondidas pelos desenvolvedores da Sputnik V, incluindo os resultados completos dos estudos de estágio avançado na Rússia e o acesso ao banco de dados de estudos sobre o imunizante.

A agência também quer detalhes referentes ao controle de qualidade da produção na Rússia, embora tenha certificado a linha de produção baseada em um relatório turco elaborado para outro produto.

Fonte: BOL

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Anvisa, gestores e empresas discutem crise no abastecimento

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Representantes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Ministério da Saúde, do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conasss), do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), da indústria farmacêutica e de entidades representativas de hospitais privados se reuniram hoje (23) para discutir o abastecimento de insumos médicos usados no atendimento de pacientes com covid-19. As informações são da Agência Brasil.

Segundo informe oficial feito pela Anvisa após a reunião, foi definida a criação de um comitê nacional para acompanhar a situação, coordenado pelo Ministério da Saúde.

O representante do Ministério da Saúde apresentou as ações adotadas pela pasta, e disse que pode, inclusive, fazer requisição administrativa juntamente às empresas que comercializam estes produtos. Este recurso pode ser empregado para que o Ministério tenha acesso a parte do estoque de firmas que ofertam esses itens no mercado.

Neste ano, estados tiveram dificuldade de garantir oxigênio necessário. O problema afetou especialmente a cidade de Manaus em janeiro deste ano, mas se estendeu para outras cidades e unidades da federação. Até o estado mais rico do país, São Paulo, está discutindo formas de evitar o desabastecimento.

Além disso, há preocupação com os medicamentos utilizados no procedimento denominado intubação, quando o paciente passa a ter um suporte ventilatório para auxiliar diante da dificuldade de respirar.

Novos medicamentos

Em nota à Agência Brasil, o Ministério da Saúde informou que começa a entregar hoje 1,4 milhão de unidades de medicamentos usados na intubação para estados e municípios. A expectativa é que os medicamentos estejam em estabelecimentos de saúde em até três dias.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico


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