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LUSH: marca abandona redes sociais e diz que só volta com reforma ética das big techs

Lush, uma marca popular em produtos de beleza naturais feitos à mão, como bombas de banho e sabonetes, está lavando as mãos das redes sociais até que as Big Tech concordem em ser menos prejudiciais para os usuários. A decisão segue relatórios preocupantes que citam o denunciante Francis Haugen sobre os serviços do Facebook terem um impacto negativo na autoestima dos adolescentes, sua suposta priorização dos interesses comerciais sobre a segurança do usuário e muito mais.

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O varejista do Reino Unido desativou suas contas do Facebook, Instagram, TikTok e Snapchat, deixando apenas suas presenças no Twitter e no YouTube como backups enquanto busca ‘construir melhores canais de comunicação em outros lugares’, compartilha a marca em um comunicado à imprensa. No entanto, a empresa está enfatizando que os usuários de mídia social não precisam interagir com as contas restantes. O êxodo de mídia social terá lugar em todos os 48 países que Lush opera, e terminará quando as empresas on-line começarem a criar um ‘ambiente mais seguro para os seus usuários’ e a aplicação de novas leis que respeitem os interesses desses usuários no mundo inteiro.

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‘Não pediríamos aos nossos clientes que nos encontrassem em um beco escuro e perigoso – mas algumas plataformas de mídia social estão começando a parecer lugares que ninguém deveria ser encorajado a ir. Alguma coisa tem que mudar’, expressa a marca. ‘Esperamos que as plataformas introduzam fortes diretrizes de melhores práticas e esperamos que a regulamentação internacional seja transformada em lei’.

A decisão de sair

Lush reconhece que ficar longe das mídias sociais será uma luta, tendo tentado algo semelhante em 2019 para protestar contra o Facebook e o Instagram como intermediários intrusivos para alcançarem os consumidores. ‘Como tantos adolescentes experimentaram antes de nós, Lush tentou sair da mídia social, mas nosso FOMO [sigla em inglês que quer dizer fear of missing out, em português medo de perder] é vasto, e nossa compulsão de usar as várias plataformas significa que nos encontramos de volta lá, apesar das nossas melhores intenções ‘, admite a empresa.

Apesar de suas inclinações, a Lush diz que não quer mais esperar que as mudanças aconteçam. ‘Agora é o momento certo para encontrar maneiras melhores de se conectar sem colocar nossos clientes em perigo’, diz o comunicado.

Diretor digital da Lush Jack Constantine, que também desenvolve produtos para a marca de cosméticos, detalha que para onde as mídias sociais se dirigem contradiz as práticas da empresa para uma vida saudável e bem-estar. ‘Como um inventor de bombas de banho, dedico todos os meus esforços para criar produtos que ajudem as pessoas a se desligar, relaxar e prestar atenção ao seu bem-estar’, diz Constantine. ‘As plataformas de mídia social se tornaram a antítese desse objetivo, com algoritmos projetados para manter as pessoas rolando a tela e impedindo que desliguem e relaxem.’

Ecoando essa declaração, o cofundador e inventor de produtos da Lush, Mark Constantine, compartilha: ‘Passei toda a minha vida evitando colocar ingredientes prejudiciais em meus produtos ? [e] não estou disposto a expor meus clientes a esse dano, então é hora para tirá-lo da mistura. ‘

Lush no Brasil

Quatro anos após ter reiniciado suas atividades no Brasil, a Lush está fechou suas portas no Brasil em 2018. Em comunicado, a empresa informou que apesar nas vendas, a alta carga tributária e a prolongada recessão econômica, somados à instabilidade política, tornaram impossível à Lush continuar investindo e lucrar no País. A fábrica e as cinco lojas encerraram suas atividades em 20 de junho de 2018 e a loja virtual em 31 de agosto de 2018.

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