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Mas novos estudos agora sugerem que estratégia pode funcionar Rastreio de câncer de pulmão é ideia controversa

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Mas novos estudos agora sugerem que estratégia pode funcionar Rastreio de câncer de pulmão é ideia controversa

A doença começa como algo trivial, como uma tosse que não desaparece. Mas com frequência o câncer do pulmão não tem sintomas até ser tarde mais. É o caso de Graham Thomas, que em 2014 descobriu que por trás de uma pneumonia havia um câncer no estágio 4. O estágio 4 no jargão médico significa um tumor que se espalhou para outras partes do corpo. Não há um estágio 5.

 

Graham hoje faz parte de uma campanha da Roy Castle Lung Cancer Foundation que visa a chamar atenção para o conhecimento da doença na Grã-Bretanha. Ele começou a fumar aos 14 anos e diz que as pessoas acham que seu câncer é sua culpa, que é o tipo de câncer que menos merece simpatia. Mas ele afirma que talvez não seja, porque é o que mais mata.

 

Uma razão pela qual o câncer de pulmão é tão fatal é que, na hora do diagnóstico, três quartos das pessoas afetadas por ele já estão no estágio 4. Na Europa, a taxa de sobrevivência após o diagnóstico é de 13%, com pouca variação entre os países.

 

Localizar tumores na fase inicial permitiria que eles fossem tratados antes que se propaguem, melhorando os resultados e reduzindo os gastos médicos. Mas muitos lugares que convidam as pessoas a participarem de programas para detecção da doença se concentram mais em cânceres de mama, intestino, próstata e do colo do útero e resistem à ideia do de pulmão.

 

Além da questão do falso positivo (quando o exame dá positivo para câncer, mas na verdade o paciente não está doente), mesmo quando o exame está correto e detecta câncer, esse tumor com frequência é um que não encurtará a vida do paciente, porque ele morreria de outras causas. Mas a todos os homens que passam pelo exame é oferecido tratamento e muitos o fazem, com riscos de efeitos colaterais.

 

A primeira evidência de que o exame para diagnosticar um câncer no pulmão pode ser benéfico, apesar das várias preocupações, veio do estudo americano National Lung Screening Trial (NLST), realizado entre 2002 e 2009. O estudo listou 53 mil pessoas entre 55 e 74 anos que fumaram um maço de cigarros ou mais por dia durante um ano. Em vez de realizar os exames normais de raio X foram feitas tomografias computadorizadas em baixas doses. Os participantes foram examinados anualmente durante três anos.

 

No final do experimento, os que realizaram a tomografia computadorizada tinham 20% menos probabilidade de ter morrido por causa de um câncer do pulmão do que os que foram submetidos ao exame de raio. O equivalente a três menos mortes para cada grupo de mil pessoas examinadas, tendo mostrado ainda um declínio de 7% na mortalidade por todas as causas.

 

O NLST decidiu estabelecer a tomografia computadorizada como o caminho a seguir. Hilary Robbins, da Agência Internacional para Pesquisa do Câncer, que pertence à Organização Mundial da Saúde (OMS), observa que os exames ainda geram preocupações com os falsos positivos. Mas com aperfeiçoamentos do protocolo usado, que hoje ignora anomalias menores, os números dos falsos positivos caíram à metade.

 

Evidências como esta têm convencido algumas pessoas (mas nem todas) de que o exame para detecção de câncer do pulmão é valioso em algumas circunstâncias. E em uma parte do mundo essa convicção está sendo traduzida em ação. Hoje há planos na Inglaterra de se oferecer nos próximos quatro ano um checkup de pulmão em uma clínica local para mais de meio milhão de pessoas que foram fumantes.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Veja també: https://panoramafarmaceutico.com.br/2019/04/25/tuberculose-volta-a-crescer-no-brasil-e-exige-atencao/

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