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Medicamentos estragam após geladeira ficar três dias desligada no IHB

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Após uma geladeira ficar desligada por três dias no Instituto Hospital de Base (IHB), no Distrito Federal, uma grande quantidade de medicamentos foi perdida. Conforme um funcionário que trabalha no setor onde o refrigerador está instalado informou ao Metrópoles, os remédios estragados eram usados em tratamentos contra câncer, reumatismo e doenças neurológicas.

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) confirmou ter encontrado o equipamento desligado na última segunda-feira (1º/10) e investiga se o ato foi acidental ou criminoso. A geladeira teria ficado sem funcionar desde a sexta anterior (28/9) e passou todo o fim de semana com os produtos fora da temperatura adequada.

Segundo a pasta, os fármacos desperdiçados não foram adquiridos pelo IHB. No local, havia medicamentos oriundos de doações e devoluções de pacientes que não utilizaram caixas, frascos e cartelas completamente. Por essas características e requisitos de conservação, diz a secretaria, esses remédios são habitualmente descartados.

Conforme informou o funcionário do instituto, que pediu para não ter o nome divulgado, o refrigerador foi desligado durante uma faxina. A SES-DF não confirmou se essa versão é verdadeira, mas garantiu que “o caso está sendo apurado e, após a conclusão, as devidas medidas serão tomadas”.

Equipamentos quebrados
A despeito do argumento utilizado para modernizar a gestão do maior hospital do Distrito Federal, os problemas enfrentados pelo IHB são praticamente os mesmos que a unidade tinha quando era administrada exclusivamente pela Secretaria de Saúde.

Em 24 de setembro, o Metrópoles noticiou que metade dos aparelhos gastroscópios – para realização de endoscopias – estava inoperante no instituto. Por causa do problema, pacientes fracassavam em suas tentativas de marcar o exame no principal estabelecimento de saúde do DF.

“Vou ter de fazer em clínica particular, porque meu caso demanda urgência”, lamentou um paciente de 42 anos que preferiu não se identificar por medo de represália – há quatro, ele sofre de problemas renais.

O homem foi ao IHB para marcação de quatro exames: tomografias computadorizadas da pelve e do abdome sem contraste, ecografia da região cervical e endoscopia. Segundo a assessoria de comunicação do instituto, a unidade dispõe de quatro aparelhos, mas dois deles estavam em “manutenção programada junto ao fabricante, com retorno previsto para até três semanas”.

Falta de insumos
Além da ausência de equipamentos, os estoques do hospital carecem de materiais básicos, como curativos. A solução encontrada pela equipe médica foi solicitar a compra dos insumos a familiares de pacientes internados.

No mesmo dia do flagrante dos aparelhos gastroscópios, a reportagem ouviu as queixas de uma mulher que acompanhava a tia, de 53 anos, vítima de um acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico. A paciente estava no IHB há mais de 60 dias, acamada.

“Por causa disso, sofreu escaras – lesão causada por contato prolongado entre pele, musculatura e ossos com superfícies como colchão – na região sacral. Nos deram no hospital uma receita pedindo a compra da cobertura de curativo”, conta a sobrinha, que também não quis se identificar.

A ferida estava aberta e, para evitar a entrada de vírus, bactérias e uma consequente infecção, a família se mobilizou para comprar os curativos. Os parentes da mulher também se queixaram de problemas no laboratório do IHB.

Segundo eles, a paciente precisou passar por exames de sangue desde a internação, em julho. Entretanto, a unidade de saúde não os providenciou. Os familiares, então, recorreram a um laboratório privado e, para isso, desembolsaram R$ 660.

Questionado desde a origem
O Hospital de Base ganhou status de instituto no dia 18 de agosto de 2017, quando foi registrado em cartório, após uma dura tramitação na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). Além da dificuldade em convencer os deputados, o governo também foi questionado na Justiça, quando sentença determinou alteração no estatuto do IHB, passando de instituto para serviço social autônomo.

Fonte: Metrópoles

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