Moradores do assentamento São João II, em Porto Nacional, reclamam que falta quase tudo no posto de saúde. Local só tem médico uma ver por semana e dentista não aparece há muito tempo.
Os moradores do assentamento São João II, em Porto Nacional, reclamam que falta quase tudo no posto de saúde. Segundo os usuários, a unidade tem médico só uma vez por mês e é apenas um profissional para atender mais de cem famílias. O dentista não aparece no local há muito tempo.
Nessa terça-feira (27), apenas um enfermeiro e um clínico geral chegaram para trabalhar. O dentista não apareceu mais uma vez. A Maria Eduarda tem dois anos e está precisando de atendimento urgente.
“Ela caiu, quebrou o dentinho, rachou de cima a baixo a raiz e caiu uma banda [sic]. Eu trouxe no médico, mas não tinha dentista porque ela não consegue escovar e nem comer. Aí eu trouxe para ver o que poderia ser feito, mas não consegui ainda”, afirmou a funcionária pública Maria de Fátima dos Santos.
Também tem faltado vacina no posto de saúde. A Márcia Burgues Cunha levou o filho Carlos Henrique para vacinar mais uma vez, mas saiu sem a dose novamente.
“É muito difícil porque é um direito que a gente tem, eu acho. Aí chega aquela data [de atendimento] e não vem médico, não vem ninguém, fica difícil. É complicado, a gente fica sem saída”, afirmou a auxiliar de serviços gerais Márcia Burgues.
Moradores esperando atendimento em posto de saúde — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
O posto de saúde também mostra uma estrutura abandonada. Os poucos bancos que têm no local estão com o estofado solto. A aposentada Ivaci de Assis Cunha fraturou a bacia e precisou esperar atendimento em uma cadeira de madeira. ‘É o jeito esperar aqui. É desse jeito, conforto não tem não”, lamentou.
Nos fundos da unidade tem pedaços de telhas que acumulam água e causam risco de acidente. Além disso, o mato alto cobre grande parte do terreno e esconde outro perigo: um poço aberto.
O vendedor Edinoreste Ferreira mostrou a fiação exposta que sai da unidade e vai até o poço. “Tem muita criança aqui. Os pais trazem as crianças para serem atendidas, o poço está com bastante sujeira. Como eles querem fazer saúde sem colocar uma água adequada e tratada para o povo beber?”, reclamou.
Também faltam telhas e as madeiras que sustentam o teto do postinho estão sendo atacadas por cupins. Segundo os moradores, nesta terça-feira (26) tinha água porque choveu, mas quando não chove falta até água no posto de saúde.
“Nós não temos água nem para os enfermeiros, o pessoal que vem fazer atendimento, lavar as mãos para atender as pessoas”, afirmou a cabeleireira Reilany Patricio de Oliveira.
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Mato alto esconde poço aberto nos fundos de posto de saúde — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Fonte: G1