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Mutação do coronavírus que infectou visons na Dinamarca é mais agressiva? Entenda

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O governo da Dinamarca anunciou esta semana que o país vai abater cerca de 17 milhões de visons após humanos serem infectados por uma mutação do novo coronavírus, identificada nestes animais. Autoridades de saúde encontraram cepas do vírus em humanos e visons que apontaram diminuição da sensibilidade contra anticorpos, o que poderia reduzir a eficácia de futuras vacinas. Especialistas ouvidos pelo Estadão alertam para o risco de que animais domésticos transmitiam a doença novamente para as pessoas, gerando novas cepas do vírus.

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Conforme especialistas, ter uma nova versão do Sars-CoV-2 em circulação não necessariamente significa uma doença pior ou mais branda. Mas pode ser um risco se essa diferença for suficiente para o corpo pensar que é outro vírus, ainda que parecido.

Quais são os riscos da transmissão de um vírus de animal para humano?

Os vírus sofrem mutações o tempo todo. Na população humana, houve variações do coronavírus na Europa – uma nova versão identificada originalmente na Espanha tem sido a mais comum entre os infectados na 2ª onda no continente – e no Brasil. “Seja em humanos ou animais, quando o vírus entra num hospedeiro de espécie diferente, as chances de mutações são mais intensas. Contudo, quando o vírus passa para um hospedeiro com o qual não está acostumado, pode tanto ser eliminado quanto sofrer ‘pressões seletivas’, que podem gerar mutações que ‘não seriam selecionadas’ numa mesma espécie, criando um novo vírus. O grande perigo é esse pois acelera a passagem de hospedeiro e a taxa de mutação do vírus”, diz o virologista da Universidade Federal de Minas (UFMG), Flávio Guimarães da Fonseca.

Segundo Eduardo Flores, virologista e médico-veterinário da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), sempre que o vírus passa para um novo hospedeiro, há mutações e o risco de que estas resultem em transmissibilidade maior para humanos. Ele afirma que provavelmente, ao longo dos próximos meses, outras espécies de animais domésticos serão infectadas, mas isso não significa que a mutação será perigosa para humanos.

Virologista da Universidade Federal do Rio (UFRJ), Rômulo Neris, aponta que transmissões do tipo animal-humano são comuns na história mas que geralmente esses eventos são de vírus vindos de animais selvagens. “ O risco é aumentado se houver evidências e potencial de que essa transmissão aconteça entre animais domésticos, de criação”, diz.

Quais têm sido os riscos observados em relação a animais domésticos?

Os registros de infecção por coronavírus em cães e gatos foram muito pontuais. Uma pesquisa apontou que esses animais se infectam e são basicamente assintomáticos. Ainda não se consolidaram, porém, evidências de retransmissão para humanos. “Ainda faltam estudos, mas no caso das doninhas (da mesma família dos visons) gera preocupação no cenário mundial principalmente em lugares onde se tem criações vastas desse animal”, completa Neris.

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“Quando um vírus sofre mutações, essa informação fica incorporada no genoma dele e ao passar de um animal doméstico para humanos duas coisas podem acontecer. A primeira é perder sua adaptabilidade e não conseguir se replicar no corpo humano”, explica Fonseca, da UFMG. “A segunda é não afetar a capacidade de adaptação, fazendo com que o vírus fique mais virulento, ou seja, cause mais danos ao hospedeiro”, acrescenta ele.

Faz sentido monitorar a infecção de grandes criações, como na Dinamarca?

Sim, toda espécie de animal infectada por coronavírus deve ser monitorada. “Uma vez que esteja confirmado, de fato, que esses animais têm facilidade em transmitir para os humanos novamente o coronavírus, precisa criar uma estratégia de monitoramento ativo dessas populações para controlar a circulação do vírus.”, reforça o virologista da UFRJ.

A Holanda, que também identificou o coronavírus em visons, também ordenou o abate desses animais. “É excesso de cautela, mas justificado pelo dano que essa doença está causando na espécie humana”, opina Eduardo Flores.

O risco é maior para quem trabalha com essas criações?

Sim, as pessoas que são expostas a esses animais – como veterinários, granjeiros e cuidadores – têm mais risco.

O abate dos animais é realmente a estratégia mais “segura” para os humanos?

Sim, pois ainda não é possível dizer se os visons foram hospedeiros acidentais. “Não sabe, por exemplo, como os animais se comportam, se são capazes de ter doença causada por esse vírus, se há chance de transmitir ou não, mas é importante dizer que infelizmente nesse cenário, com a alta dos casos na Europa, o surgimento de uma nova cepa coloca em risco os esforços feitos para conter a pandemia. Nesse contexto, abater é a estratégia mais segura”, comenta Neris.

A mutação do novo coronavírus também pode levar à morte?

Pode ser, mas isso depende de acompanhamento dos casos positivos. A mutação do Sars-Cov pode ser suficiente para o organismo pensar que é outro vírus, ainda que parecido. “Nesses casos, indivíduos poderiam desenvolver doenças mais de uma vez. E uma vacina contra umas das versões não nos tornaria imune da outra. Por isso a velocidade em controlar o número de casos e a população de doninhas”, desta Neris.

“A preocupação é essa, de que um coronavírus possa mudar tanto que quando for infectar alguém vacinado, a vacina não protegeria, mas é uma questão primária”, reforça Flores, virologista e médico-veterinário da UFSM.

Fonte: MSN

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