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Natulab antecipa metas e já almeja o top 5 em dois anos

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* Leandro Luize, enviado especial a Santo Antônio de Jesus (BA)

Quem visita a fábrica da Natulab em Santo Antônio de Jesus (BA), município a 187 quilômetros de Salvador, rapidamente conhece trajetórias de superação como a de Cristiano Alves. Ele começou como auxiliar de produção e hoje ocupa o posto de gerente industrial. Histórias como essa contribuem para uma das ascensões mais rápidas da história da indústria farmacêutica nacional.

Com 33 meses de crescimento acima da média do mercado, a Natulab alcançou o top 10 do setor dois anos antes do previsto e deve registrar R$ 1,55 bilhão de faturamento em 2019, resultado 30% melhor que o de 2018. E a companhia prepara-se para alçar voos ainda mais ambiciosos. “Estipulamos a meta de R$ 2 bilhões de receita em 2021 e também queremos estar entre as cinco maiores do segmento. O top 10 já é história”, crava o CEO Wilson Borges, que antecipa ainda os planos de abrir um centro de distribuição em São Paulo.

Neste ano, a empresa também assumiu o primeiro lugar na produção e venda de fitoterápicos e o quinto na categoria de medicamentos isentos de prescrição, de acordo com estudo da IQVIA. Em 2013, ocupava a quarta e a 15ª posições, respectivamente, Das cerca de 300 marcas no portfólio, 14 estão entre as líderes em seus respectivos segmentos, sendo que três figuram no top 100 – os analgésicos Maxalgina e Tylemax, e o suplemento Viter C.

Novos investimentos

Mas é no mais novo carro-chefe da indústria que recaem as principais expectativas. Em março, a Natulab conquistou os direitos de comercialização da marca Floratil no Brasil. Com vendas anuais na casa dos R$ 120 milhões, o regulador intestinal com base em probióticos é produzido pela francesa Biocodex e licenciado em 27 países da América e da Europa. “Esperamos ampliar nosso faturamento em até 25% só com esse produto, para o qual estamos destinando um investimento de R$ 30 milhões até 2020, incluindo campanhas publicitárias, além de ações junto à classe médica e ao varejo promovidas pelo time de trade marketing, que soma 40 profissionais”, comenta.

Essa aquisição faz parte da estratégia de ganhar participação nos mercados do Sul e do Sudeste, onde estão concentrados quase 70% dos pontos de venda das grandes redes de farmácias. As duas regiões representavam 40% do volume de negócios há três anos e hoje respondem por 52%, o que respalda a iniciativa de inaugurar um CD no maior estado do país, com espaço para movimentar 5 milhões de unidades. Na Bahia, sua área de armazenagem abriga 12 mil paletes – equivalente a 20 milhões de unidades –, mas deve chegar a 20 mil posições em 2021.

O complexo fabril de Santo Antônio de Jesus também sustenta o crescimento da Natulab. A capacidade é de 16,5 milhões de unidades por mês, mas deverá ser incrementada em 20% por meio de um aporte de R$ 30 milhões. A planta de suplementos alimentares, cuja operação teve início em julho com investimentos de R$ 12 milhões, produz 2 milhões de unidades e poderá atingir 7 milhões até o fim de 2020. “Mas temos a intenção de utilizá-la também para apoiar a fabricação de medicamentos”, destaca Borges. Da produção atual, pouco menos de 10% é de terceiros. A companhia, que mantém parcerias com Aspen e Hypera Pharma, negocia com mais duas fabricantes.

Uma indústria marcada por transformações

De origem familiar, a Natulab foi fundada em 2000 com apenas sete funcionários e obteve um expressivo crescimento regional, a ponto de atingir uma receita de R$ 170 milhões no início da década. Faltava, porém, subir ao patamar de uma indústria nacional. Foi então que, em 2013, a família Sampaio decidiu vender a empresa para a gestora Pátria, que hoje detém 70% do capital acionário. Os demais 30% pertencem a investidores. Teve início uma profunda transformação, pautada pela contratação de 35 diretores e gerentes de grandes farmacêuticas. Um deles foi o então diretor geral da Medley, Wilson Borges, com passagem por grupos como Pfizer, Roche, Wyeth e Zambon. O mix de produtos foi diminuído em mais de 50%, o que permitiu a redução de despesas operacionais e o foco em itens com maior fluxo de vendas.

E a escolha do nome para capitanear essa transformação não poderia ser mais certeira. Filho de um mestre de obras e apenas com o ensino médio, o jovem paulistano decidiu trilhar o caminho do futebol. Integrou as categorias de base do São Paulo e do Palmeiras. Neste último, iniciou a carreira profissional. Chegou a atuar no futebol grego e jogou até 1982, quando decidiu seguir um novo rumo após algumas contusões e dificuldades financeiras de equipes pelas quais passou.

Casado e com dois filhos, ele recomeçou a carreira com um emprego no Monte Líbano, onde conheceu um diretor da Pfizer, sócio e assíduo frequentador do clube. O ex-jogador virou propagandista de medicamentos e permaneceu 21 anos na companhia. Obteve a sonhada formação universitária e especializou-se em liderança no exterior, nas renomadas Harvard e London Business School. “Mas foi o futebol que mais me proporcionou ensinamentos sobre gestão de equipes”, assegura.

Movido por esse propósito, o executivo conduziu a criação da primeira universidade corporativa da indústria farmacêutica, em parceria com o Instituto de Desenvolvimento do Varejo Farmacêutico (IDVF) e a EADPLUS. Mais de 7 mil alunos passaram pelas salas de aula, entre farmacêuticos e nutricionistas. Os melhores têm direito a premiações como créditos em cartões pré-pagos e auxílio financeiro para a realização de cursos livres ou pós-graduações. A iniciativa foi determinante para a quarta colocação entre as empresas da Bahia no último ranking Great Place to Work. “Quero testemunhar mais histórias como a minha e a dos funcionários da Natulab, que são os verdadeiros motores do nosso crescimento”, finaliza.

A Natulab em números

  • R$ 1,55 bilhão de faturamento
  • 1º lugar na venda de fitoterápicos e 5º na comercialização de MIPs
  • 16,5 milhões de unidades: capacidade produtiva em Santo Antônio de Jesus (BA)
  • 23% de crescimento em unidades vendidas nos últimos 12 meses até setembro
  • 1,2 milhão de medicamentos sólidos produzidos por mês
  • 800 mil unidades de medicamentos líquidos produzidas por mês
  • 55 mil comprimidos por hora em três salas de compressão
  • 7 linhas contínuas de embalagem

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2019/04/25/natulab-conquista-11o-posicao-no-ranking-do-mercado-farmaceutico/

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