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O impacto dos remédios para a libido na vida sexual da mulher

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Mas, afinal de contas, por que a medicina não consegue produzir um “viagra feminino”? Convém ressaltar, logo de saída, que existe ainda um imenso tabu quando se trata de incentivar sinteticamente o desejo da mulher — tabu que, entre os homens, foi permanente motivo de piada. Ainda que fosse vencida essa barreira comportamental — e é bom lembrar que macho algum foi às ruas, em manifestações, para celebrar o Viagra, como fizeram elas há cinco décadas, no amanhecer da pílula —, mesmo assim haveria outro obstáculo, por ora intransponível: a química do corpo humano. A aprovação de um novo medicamento para reacender a libido alimenta o interminável mas necessário debate: qual o papel das drogas em algo tão complexo e indizível quanto o desejo feminino?

Ele depende, tudo somado, de reações bioquímicas, mas também do humor, do stress cotidiano, da confiança no parceiro. O desinteresse pelo sexo é fruto também de engrenagens sobejamente mais complexas, como o uso de anticoncepcionais (que têm a redução da libido como efeito colateral), os distúrbios do sono e a menopausa. É uma imensa sinfonia, que às vezes desafina.

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PROTESTO – O espanto masculino diante das manifestações dos anos 60

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O Vyleesi foi aprovado para o tratamento de mulheres em uma situação específica: na pré-menopausa com transtorno do desejo sexual hipoativo, condição que afeta 10% da população feminina. A substância atua em receptores cerebrais que desempenham papéis relevantes em atividades biológicas, como a ingestão de alimentos, a pigmentação da pele e a regulação da dor. Os resultados da ação foram sutis: 25% das mulheres que participaram dos estudos relataram aumento considerável no desejo sexual, enquanto no grupo placebo o índice foi de 17%. Em seu anúncio, a FDA admitiu que o mecanismo exato pelo qual o Vyleesi melhora o desejo sexual e ameniza o sofrimento é desconhecido. E mesmo assim, apesar da nuvem de desconhecimento, a entidade deu o sim. Com o Viagra, não houve zona de sombra alguma: funciona, clara e simplesmente, segundo a lógica da mecânica básica do desejo do homem — aumentando o fluxo sanguíneo para o pênis e dispensando qualquer ação cerebral. Diz a psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do Programa de Estudos em Sexualidade, da Universidade de São Paulo: “A resposta sexual da mulher é muito mais complexa e diferente da do homem. Ainda há muito que ser desvendado, e os medicamentos representam mais um pequeno avanço nesse universo”. É, enfim, somente uma peça de um fascinante quebra-cabeça. E não existe remédio que facilite o encaixe.

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2019/06/24/novo-viagra-feminino-e-aprovado-nos-eua-mas-seu-uso-e-controverso/

Fonte: Veja Onlin

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