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O mundo está a caminho de uma recessão? Entenda os riscos e as consequências para o Brasil

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A contração do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos pelo segundo trimestre seguido e indicadores econômicos na Europa evidenciam o cenário de desaceleração da economia mundial, aumentando os temores de uma nova recessão global apenas dois anos após a última – daquela vez, na esteira da pandemia da covid.

Cada vez mais economistas veem como iminente a chegada de uma recessão não só na maior economia do mundo, mas também em países europeus, além de riscos de retração inclusive em países como o Brasil.

O pano de fundo para o novo abalo na economia global é a disparada da inflação, que tem batido recorde de mais de quatro décadas no mundo.

A alta de preços acontece em meio à guerra na Ucrânia e gargalos nas cadeias de produção após o impacto da pandemia. E, buscando conter a inflação, o Federal Reserve (Fed) e outros bancos centrais ao redor do mundo têm elevado as taxas de juros – “esfriando” a economia, ou seja, colocando freios no crescimento.

Se a recessão global, por ora, ainda não é realidade, não há dúvidas a respeito de uma desaceleração rápida da atividade econômica global e da piora das expectativas.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) cortou no final do mês passado sua previsão de crescimento global para 2022 e 2023, alertando que a perspectiva piorou significativamente e que o mundo poderá em breve estar à beira de uma recessão global.

Importante destacar que, apesar da piora das projeções para a economia global, instituições como a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e o FMI continuam prevendo que o PIB global anual irá crescer em 2022 e 2023, ainda que com taxas mais fracas.

Nem os mais pessimistas veem, porém, o risco de uma recessão tão aguda como a registrada em 2020 ou um colapso como o ocorrido durante a crise financeira global de 2008 e 2009.

Ainda que os riscos domésticos superem de longe os externos, uma recessão global terá consequências também no Brasil, sobretudo para o canal de exportações. Isso porque se o mundo passar a consumir menos, comprará também menos produtos brasileiros como petróleo, minério de ferro e grãos.

A balança comercial brasileira já registrou uma queda no superávit em julho, que encolheu para US$ 5,4 bilhões, contra US$ 8,8 bilhões em junho. No acumulado em 7 meses, o recuo é de 10,4% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Uma recessão global tem potencial também de interromper o processo de recuperação do mercado de trabalho brasileiro, com reflexos negativos na taxa de desemprego. Apesar do recuo nos últimos meses, cerca de 10 milhão de brasileiros estão em busca de trabalho.

Curiosamente, uma recessão global traria um efeito positivo para o cenário macroeconômico brasileiro. Como boa parte das pressões inflacionárias é global, um desaquecimento da economia mundial tende a acomodar os preços das commodities, podendo ajudar a frear a inflação, que segue em dois dígitos no Brasil.

Mas o que define uma recessão e quais as consequências para a economia? O que explica a atual desaceleração global?

Recessão técnica

A definição de recessão técnica é o registro de dois trimestres consecutivos de declínio do PIB. Por esse critério, a economia dos EUA já estaria em recessão. Muitos economistas, porém, assim como o governo de Joe Biden, avaliam que a economia norte-americana não está em uma recessão clássica, porque ainda registra outros indicadores mais favoráveis, como de gastos das famílias e de criação de vagas de trabalho.

A inflação ao consumidor nos Estados Unidos saltou para 9,1% em julho, atingindo a maior taxa anual em 40 anos e meio – e, por outro lado, o mercado de trabalho continua aquecido, o que tem elevado as apostas de que o Fed terá que promover uma elevação mais rápida dos juros para esfriar a economia e frear a alta de preços.

Para os economistas, os EUA podem até não estar em recessão ainda, mas será difícil escaparem dela.

Abalo e riscos

Na Europa, o banco central britânico alertou na última semana que o Reino Unido enfrentará uma recessão e avaliou que a economia começará a encolher a partir do último trimestre de 2022, podendo se contrair até o fim de 2023.

Na China, a inflação não é um problema, mas a segunda maior economia do mundo também tem mostrado um esfriamento desde 2019. O PIB chinês registrou forte desaceleração no segundo trimestre, afetado por ‘lockdows’ em várias cidades do país por causa da covid. A performance do PIB neste ano, porém, está bem abaixo da meta do governo de cerca de 5,5% para este ano.

Fonte: O Sul

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