Governo ignorou R$ 37 milhões em emendas parlamentares para combater Covid-19 em 2020

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O governo federal deixou de utilizar, repassar ou devolver mais de R$ 37 milhões em emendas parlamentares que haviam sido remanejadas para reforçar o combate à Covid-19. Ignorados pelo Ministério da Saúde, os recursos acabaram bloqueados e não poderão mais ser gastos.

O dinheiro seria utilizado, por exemplo, para a compra de equipamentos hospitalares e para ajudar estados e municípios a custear ações ligadas à pandemia. Segundo os deputados, os recursos ficaram parados por desorganização do governo federal. Questionado, o Ministério da Saúde não se manifestou (leia ao final desta reportagem).

Em dezembro, o ministério informou em rede social que cada leito de UTI destinado à Covid-19 custa R$ 1,6 mil por dia – o dobro de uma UTI tradicional. Com o valor ignorado em 2020, seria possível custear 23.144 diárias de UTIs especializadas.

O emprego efetivo desses recursos em 2020 poderia, inclusive, abrir uma folga no orçamento da Saúde para despesas que surgiram em 2021 – como o aumento na compra de oxigênio hospitalar e a compra de novos lotes de vacina.

Em julho do ano passado, o presidente Jair Bolsonaro editou uma medida provisória que remanejou recursos de emendas orçamentárias dos deputados para reforçar o combate à Covid-19.

Na exposição de motivos enviada ao Congresso, o governo dizia que a MP era necessária devido ao “quadro apresentado de rápida propagação da doença, e a velocidade de resposta do poder público é condição necessária para garantir a proteção e recuperação da saúde da população brasileira, restringindo ao máximo a circulação do vírus e o número de doentes e de óbitos.”

Os parlamentares, então, autorizaram que recursos que seriam destinados a obras de quadras esportivas e parques em seus redutos eleitorais, por exemplo, fossem redirecionados para medidas destinadas a combater a Covid-19.

Em novembro, no entanto, o prazo da medida provisória expirou sem que o texto fosse aprovado em definitivo pelo Congresso Nacional. Com isso, os créditos gerados pela MP e ainda não autorizados pelo Ministério da Saúde foram bloqueados pelo governo. Ou seja: nem foram usados no combate à Covid, nem devolvidos à destinação inicial.

‘Desorganização’

Levantamento feito por técnicos do Congresso a pedido da TV Globo aponta que 43 parlamentares foram atingidos pelo bloqueio. Os valores perdidos somam R$ 37.031.528,86.

Em 11 desses casos, a diferença entre o valor destinado e o valor efetivamente liberado superou R$ 1 milhão. Nem o então presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), escapou: o governo bloqueou R$ 500 mil em emendas do deputado.

Para 18 deputados, a abdicação das emendas foi completamente em vão e nem um único real foi investido.

O deputado Felipe Carreras (PSB-PE), por exemplo, autorizou o remanejamento de R$ 5,43 milhões das emendas a que teria direito.

Os recursos, antes previstos para quadras, parques e castração de animais, deveriam ser entregues à prefeitura do Recife e ao governo de Pernambuco para ações contra a pandemia. Ao fim de 2020, nenhum centavo saiu dos cofres da União.

“O maior penalizado foi o estado de Pernambuco. Eu alertei, mandei ofício para o ministro [da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo] Ramos, estive no Palácio do Planalto. Porque me disseram que foi um erro, que iriam corrigir, mas não foi dada uma solução. Errar todo mundo erra, mas tem que ser corrigido”, disse o deputado.

A deputada Tabata Amaral (PDT-SP) também atingida pelo bloqueio. Ela autorizou o redirecionamento de R$ 8,57 milhões das suas emendas, mas R$ 3,7 milhões não foram usados nem devolvidos.

Os recursos deveriam ter sido usados para a compra de equipamentos como aparelhos de raio-x e camas para hospitais municipais da periferia de São Paulo. O dinheiro não foi movimentado.

“Enviamos um ofício ao ministro [da Saúde, Eduardo Pazuello] cobrando uma solução, mas não tivemos reposta. Quando essa janela das emendas se abriu, a informação que tivemos foi de que o processo seria muito mais célere, mas não foi o que aconteceu. Esse dinheiro foi perdido e é um recurso que faz muita falta”, diz a deputada.

Tabata Amaral e outros deputados prejudicados apresentaram um projeto no fim do ano para tentar sanar o problema, mas o texto não foi votado. Agora, a parlamentar diz esperar que o governo dê uma solução – e não descarta recorrer à Justiça.

“O governo se desorganizou, mas tampouco tentou procurar uma solução. Você imagina o tanto de vidas que poderiam ter sido melhor atendidas, salvas, se isso tivesse sido tratado com a seriedade”, conclui.

O que diz o governo

Procurados pela TV Globo, o Ministério da Economia e a Secretaria de Governo da Presidência informaram que o assunto era responsabilidade do Ministério da Saúde.

O G1 questionou a pasta do ministro Eduardo Pazuello sobre o que teria impedido o uso dos recursos, sobre o impacto do não investimento e sobre eventuais saídas em estudo pelo governo. O Ministério da Saúde não deu resposta.

A existência do bloqueio foi confirmada pela própria Saúde, em janeiro, em resposta a um requerimento de informação feito pelo Congresso. Segundo o documento, as emendas “estão impedidas legalmente de serem utilizadas e o Ministério da Saúde, portanto, não poderá promover medida compensatória para tanto.”

Fonte: G1

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Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2020/09/04/governo-adquire-20-mil-testes-sorologicos-mais-baratos-para-covid-19/

Sozinho no Brasil, médico cubano que atuava na linha de frente morre de Covid-19

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O médico cubano Lázaro Merquiades Benites Rodrigues, de 55 anos, morreu por complicações da Covid-19 em Itanhaém, no litoral de São Paulo, após menos de uma semana internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O plantonista, que vivia sozinho no Brasil, atuava em unidades de saúde e hospitais de cinco cidades da Baixada Santista e do Vale do Ribeira, na linha de frente do combate à doença.

“A gente ficou surpreso, nunca imaginou que iria acontecer desse jeito”, disse o médico Yaikel Sifonte Lopez, de 38 anos, ao G1 nesta quinta-feira (4). Amigo de Lázaro desde 2015, quando ambos atuavam pelo programa Mais Médicos, ele conta que prestou os primeiros atendimentos ao colega e o levou para fazer o teste de Covid-19.

Segundo Lopez, o plantonista fazia acompanhamento e apresentou piora nos exames em questão de dias. Ele ficou internado na enfermaria e depois foi encaminhado para a UTI do Hospital Regional Jorge Rossmann, em Itanhaém, na última quinta-feira (28). Após a internação, o médico precisou ser entubado e faleceu nesta terça-feira (2).

“Acho que ele [Lázaro] nunca pensou que evoluiria tão mal. A preocupação era que a esposa voltasse para o Brasil, era desesperado por isso”, diz o amigo, que acompanhou o médico nas últimas semanas.

“Acho que ele [Lázaro] nunca pensou que evoluiria tão mal. A preocupação era que a esposa voltasse para o Brasil, era desesperado por isso”, diz o amigo, que acompanhou o médico nas últimas semanas.

De acordo com o amigo, a esposa de Lázaro morava no Brasil, onde também atuou como médica. Pouco antes da pandemia, o casal saiu de férias e viajou para Cuba, visitando familiares. Em março, apenas o médico retornou ao Brasil, já que a esposa apresentava diversas comorbidades que a enquadravam no grupo de risco.

Além da esposa, o médico tinha um filho de 29 anos, que mora nos Estados Unidos. Sem nenhum parente no país, o corpo de Lázaro será cremado, e a família precisará esperar cerca de 15 dias para receber as cinzas do profissional. Pelo fato de o médico não ter nenhum familiar próximo, a situação foi mais burocrática e demorada.

“O filho fez uma declaração, um documento oficial que foi aprovado na Embaixada de Cuba no Brasil, e a gente conseguiu dar andamento na cremação. Em um período de dez a 15 dias, entrarão em contato comigo para pegar as cinzas, que serão levadas a Cuba”, explica. O amigo reitera que o profissional era preocupado com a saúde, mantinha uma vida ativa e tinha apenas hipertensão.

Trabalho na região

Lázaro, que veio para o Brasil pelo Mais Médicos, passou a atuar fora do programa, de maneira legalizada, inscrito no Conselho Regional de Medicina. Ele atuava como médico plantonista em Peruíbe, Mongaguá, Itanhaém, Miracatu e Juquiá.

A coordenadora da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Peruíbe explica que o profissional começou a atuar na cidade em 2018, em um posto de atendimento à família, antes de começar a trabalhar na UPA.

“Estava na linha de frente, atendendo pacientes com Covid-19 e fazendo as remoções, sempre paramentado, com todos os cuidados. Foi muito rápido, entre a internação e o falecimento”, relembra.

“Estava na linha de frente, atendendo pacientes com Covid-19 e fazendo as remoções, sempre paramentado, com todos os cuidados. Foi muito rápido, entre a internação e o falecimento”, relembra.

A Prefeitura de Peruíbe emitiu uma nota de pesar relatando o caso do médico, que era querido por moradores da cidade. “Que tristeza. Perdemos um excelente profissional”, diz uma internauta na publicação. “Muito triste, excelente profissional, salvou a vida da minha mãe”, relembra outra pessoa nas redes sociais, lamentando sua morte.

Fonte: G1

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Justiça determina prorrogação do auxílio emergencial no Amazonas

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O juiz Ricardo Augusto de Sales, da 3ª Vara Federal Cível do Amazonas, determinou nesta 4ª feira (3.fev.2021) que o governo federal retome o pagamento do auxílio emergencial no Estado. A prorrogação engloba duas novas parcelas mensais de R$ 300 para os beneficiários.

“As circunstâncias que impuseram a prorrogação do pagamento do auxílio emergencial em setembro de 2020, não apenas continuam presentes na realidade da população amazonense, mas se agravaram diante do colapso do sistema público e privado de saúde”, disse Sales.

O Amazonas passa por uma crise de saúde grave em decorrência da pandemia da covid-19. Tem o maior número de mortes por milhão de habitantes no Brasil. São 2.035. Além disso, sofre com a escassez de cilindros de oxigênio, usados no tratamento de casos graves da doença.

A Justiça Federal fixou um prazo de 15 dias para o Executivo federal retomar o repasse do benefício para quem já estava inscrito e apto a recebê-lo em 2020 –cerca de 57% dos domicílios. Se o Planalto descumprir a ordem, estará sujeito a multa diária de R$ 100 mil, podendo chegar até R$ 3 milhões até meados março.

A decisão atende ao pedido da DPU (Defensoria Pública da União), que destacou ainda as medidas de restrição adotadas em meio à pandemia para manter o pagamento por pelo menos mais 2 meses. O programa foi encerrado em 31 de dezembro.

À época, o Ministério da Economia alegou que não possuía recursos para manter os depósitos. O argumento foi rejeitado pelo magistrado da 3ª Vara, que criticou a União por gastos desnecessários ao longo do ano passado.

“Nesse sentido, há que se pontuar que a prática administrativa aparentemente contradiz o discurso da defesa apresentada pela União quanto à suposta ausência de recursos. Há fato público e notório de que houve o dispêndio de mais de um bilhão e oitocentos milhões de reais para a compra de itens como biscoitos (R$50.149.168,18) e sucos, refrigerantes e sorvetes (R$98.022.514,36)”, escreveu o juiz.

Ele foi além e calculou quantos benefícios do auxílio poderiam ser pagos com o montante de produtos de alimentação comprados pelo Executivo. “Atente-se que apenas com a aquisição desses itens não essenciais (biscoitos, sucos, refrigerantes e sorvetes) foram gastos R$148.171.682,54, valor suficiente para o pagamento de 493.905 (quatrocentos e noventa e três mil, novecentos e cinco) benefícios de auxílio emergenvial no valor individual de trezentos reais”, afirmou.

Fonte: MSN

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Começa agendamento para vacinação de idosos acamados, em Santa Rita, PB

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Começou em Santa Rita, na Grande João Pessoa, mais uma etapa da vacinação contra a Covid-19, contemplando agora os idosos com idade superior a 80 anos que estejam acamados, respirando com auxílio de suporte respiratório, com perda autônoma (como necessidade de ajuda para andar, sentar, alimentar-se), que sejam portadores de doenças crônicas e não-transmissíveis (insuficiência renal aguda, acidente vascular encefálico, insuficiência periférica) ou de obesidade, diabetes ou hipertensão arterial.

A secretaria de saúde do município divulgou um telefone para agendamento do serviço para este público (83 98627-0447). O canal funciona das 8h às 12h, e das 13h às 15h. A equipe de imunização irá atender no domicílio do usuário.

Já foram vacinados em Santa Rita os idosos institucionalizados em abrigos e as doses continuam sendo aplicadas nos trabalhadores da saúde. Estão recebendo a vacinação os profissionais do Hospital Metropolitano, SAMU, UPA, CER, Hospital Flávio Ribeiro, Vigilância Sanitária, SAD e unidades básicas de saúde.

Fonte: G1

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Movimento global lança desafio no Dia Mundial do Câncer

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O movimento global União Internacional para o Controle do Câncer (UICC) lança este ano o Desafio dos 21 dias, pelo Dia Mundial do Câncer, lembrado hoje (4).

O desafio faz parte de uma campanha lançada em 2019, com o título “Eu sou, eu vou: Juntos, todas as nossas ações são importantes”, e destaca que o “eu” não significa somente indivíduos, mas qualquer cidade, organização ou entidade que queira participar do esforço de conscientização e educação sobre a doença. A campanha estimula também iniciativas que diminuam os índices de câncer no mundo.

No Brasil, a campanha da UICC conta com o apoio da Fundação do Câncer, que está lançando também hoje sua campanha 21 ações para 2021.

Em entrevista à Agência Brasil, o médico Luiz Augusto Maltoni, diretor executivo da Fundação do Câncer, disse que o foco da campanha da fundação este ano é incentivar as medidas de prevenção, para que se adotem hábitos de vida saudável. “A gente sabe que isso corresponde a uma proporção muito grande de situações que podem diminuir entre 30% e até 50% os casos novos de câncer anualmente, se todo mundo fizer”, afirmou Maltoni.

Parâmetros

A meta para este ano é estimular as pessoas a adotarem esses novos hábitos de vida. “Cada vez mais pensar em uma alimentação saudável, não fumar, quem fuma deixar o hábito, evitar o excesso de bebida alcoólica, agregar atividade física regular. Com isso, você também estará contribuindo para outros fatores de risco que são o sobrepeso e a obesidade”.

O tema da campanha 21 ações para 2021 é “Eu sou resiliente e vou inovar”, observando que apesar das dificuldades com a pandemia de covid-19, é possível e necessária a busca pela saúde. O diretor da fundação lembrou que além da estimativa de surgimento de 625 mil casos novos de câncer em 2021, no Brasil a população enfrenta uma pandemia de dimensão global.

A cada mês, a Fundação do Câncer vai divulgar nas mídias sociais e em seu site vídeos, entrevistas, lives e eventos. Haverá também divulgação de histórias de pacientes que conseguiram vencer doenças como o câncer, a partir da mudança de hábitos de vida.

Inca

O Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), vinculado ao Ministério da Saúde, também aderiu à campanha global. A instituição vai divulgar em sua página na internet os 21 desafios, um a cada dia, com o objetivo de melhorar a saúde dos brasileiros, apoiar alguém com câncer e entender melhor a doença.

A partir de hoje (4), durante 21 dias, será colocado um desafio por dia na página do Inca. Serão dadas dicas para cada desafio, diariamente, pela equipe do instituto. “Se todo mundo experimentar uma coisa diferente, nem que seja por um dia, quem sabe se anima a mudar o comportamento para sempre em sua vida. Essa é a ideia da campanha”, informou a chefe da Coordenação de Prevenção e Vigilância do Inca, Liz Almeida.

Exames de rotina

Até novembro do ano passado, a vida seguia normal para a jornalista Keila Mendes. Apesar de enfrentar um ano de pandemia, com dois filhos em isolamento com ela tendo aulas online, a nova rotina já estava estabelecida e ela continuava a tocar a vida. Mas, aos 41 anos, descobriu um câncer de mama em estágio avançado. Ela conta que, ainda assim, o que a ajudou foi não ter se descuidado dos exames de rotina.

“Em setembro, apesar de ser um ano de pandemia, eu já tinha agendado a minha consulta de rotina com o meu mastologista/ginecologista. Fiz todos os exames e o meu médico não percebeu todas as alterações, apesar de já ter apresentado nos exames uma pequena alteração na mama direita”.

Mas Keila começou a ficar incomodada com o volume que estava sentindo. “Comecei a tocar. E aí resolvi ir em outra mastologista, dois meses depois. Ela pediu novamente uma ultrassonografia, no local indicado por ela, pois essa médica já tinha percebido que tinha uma coisa errada. Fiz a ultrassonografia com uma biópsia e dias depois saiu o resultado: dia 9 de novembro eu fui diagnosticada com câncer na mama direita”.

O exame detectou o carcinoma ductal invasor, grau 3. O grau significa a agressividade e velocidade com que o câncer cresce e a possibilidade de metástase. “Meu oncologista disse que talvez esse tumor não tenha nem seis meses em mim, ele é de rápido avanço mesmo. O câncer estava com o tamanho de 8 cm por 6,5 cm, já estava grande e tinha chegado à axila, tudo bem que lá estava no grau 1, não tem metástase, mas já estava na axila”.

Cada paciente recebe um tipo de protocolo de tratamento. No caso de Keila, ela faz primeiro as quimioterapias para reduzir o tumor. “Meu protocolo são quatro quimioterapias vermelhas, que são drogas mais fortes, e outras 12 brancas, que são drogas mais fracas. Como o tumor deu positivo para hormônio, terei que fazer um bloqueio hormonal por dez anos [após o tratamento inicial], mas aí já é com comprimido”, detalha.

Até o momento, ela fez as quatro vermelhas e quatro brancas. “O tumor já está no tamanho de 1cm por 1 cm. No final de março, termino as “quimio” brancas e farei uma cirurgia, provavelmente terei que retirar apenas o quadrante da mama direita e será feito um estudo da axila, para só depois definir se vou precisar esvaziá-la”.

Com tantos procedimentos, a jornalista tem se cuidado bem para manter também a saúde mental. “Tratar o câncer é um procedimento bastante invasivo, que mexe demais com o emocional, sabe? Conto com o auxílio de um psicólogo e até um psiquiatra que me indicou um remédio para ter uma sobriedade, porque envolve muitos exames, muitas consultas, o processo é muito desgastante, não só de descobrir uma doença tão séria como essa, mas por todo o procedimento que necessita ser feito”.

Ela conta ainda que além do lado emocional, tem cuidado bem do físico. “Estou com nutricionista especialista em oncologista, fazendo atividade física três vezes por semana, que é de extrema importância, já que as drogas também atingem órgãos saudáveis, como o coração, então é importante manter uma rotina de exercícios e cuidar da mente, porque a cura começa pela mente. A minha [cura] já começou e é dessa forma que prefiro encarar esta minha realidade”.

Para ela, o suporte emocional é essencial. “Foi importante nesse diagnóstico tão repentino, porque meus exames estavam todos em dia, foi importante primeiro a minha atenção ao tocar a mama, mesmo que meu médico tenha dito que estava tudo ok, por isso acho importante que as pessoas não descuidem da saúde, mesmo sendo um ano de pandemia”.

Além das precauções para a prevenção contra o novo coronavírus, Keila agora dobra a atenção. “Por ser paciente oncológico, tomo todos os cuidados aonde vou, é super bem estudado isso antes. Mas, apesar desse cuidado todo, as pessoas não podem se descuidar da saúde, mesmo sendo pandemia, precisa sim fazer os exames regulares, precisa se tocar e se conhecer e também seguir o seu instinto”.

Para ajudar outras pessoas, a jornalista usa o seu perfil no Instagram (@keila.mendes_) a fim de chamar a tenção sobre o tema e sua experiência com a doença. “Tenho feito lives no meu Instagram, não para pacientes oncológicos, mas para divulgar a minha história a pessoas que estão saudáveis. Se você parar para pensar, três meses atrás eu estava bem, minha vida normal e eu achava que a minha saúde estava toda ok, e de uma hora para outra tudo muda. Que esse 4 de fevereiro sirva para alertar a todos da nossa vulnerabilidade, da necessidade que temos de nos olhar como prioridade e de olhar para o outro com empatia. Dias difíceis virão, mas a certeza é de que depois virão dias de muita saúde”.

Os 21 desafios estabelecidos na campanha da UICC são: Coloque cor no seu prato, Cheque sua caderneta de vacinação, Pratique meditação em movimento, Não esqueça o protetor solar, Faça um brinde saudável, Se conheça!, Durma bem, Treine como campeões, Abra seus ouvidos, Elogie alguém, Ria em voz alta, Aposte na salada, de olho na sua saúde, Dedique-se às amizades, Faça algo diferente, Quem canta seus males espanta, Mexa-se, Relaxe, Coloque fibra em sua vida, Não faça nada e Agradeça.

Fonte: IstoÉ

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Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/evento/dia-mundial-do-cancer/

Telecovid: saiba quem pode agendar vacinação em casa no DF e o que fazer

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A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) disponibiliza o serviço “TeleCovid” para o agendamento de vacinação contra o novo coronavírus para pacientes com dificuldades de locomoção. A central foi ativada na terça-feira (2) e já pode ser acionada.

O atendimento começou a funcionar em 14 de março do ano passado e, inicialmente, era usado para tirar dúvidas e oferecer orientações sobre a doença. Com o início da campanha de vacinação, ele foi reativado com uma outra função: o agendamento de imunização para públicos que não podem sair de casa.

“O Telecovid agora funciona única e exclusivamente para o agendamento de vacinação […]. Não haverá esclarecimentos ou informações de qualquer tipo”, afirma o subsecretário de Atenção Integral à Saúde, Alexandre Garcia.

“O Telecovid agora funciona única e exclusivamente para o agendamento de vacinação […]. Não haverá esclarecimentos ou informações de qualquer tipo”, afirma o subsecretário de Atenção Integral à Saúde, Alexandre Garcia.

Segundo a SES-DF, podem ter acesso ao serviço:

A pasta afirma que idosos com mais de 80 anos que já são atendidos pelo Núcleo de Atenção Domiciliar ou que estão em home care contratado pelo GDF não precisam ligar para o Telecovid, porque já são cadastrados no sistema.

Para solicitar o serviço, é necessário entrar em contato por algum dos seguintes números:

Segundo a Secretaria de Saúde, para os próximos dias, está prevista a implantação do agendamento da vacinação também por meios eletrônicos.

A SES-DF afirma que as equipes de vacinação em domicílio terão o reforço de servidores voluntários, treinados para atuar na campanha. Segundo a pasta, já são 550 voluntários inscritos e que participarão de treinamento rápido para começar a trabalhar.

Problemas

Segundo a Secretaria de Saúde, no primeiro dia de atendimento, mais de 50% das solicitações não se referiam à imunização. Por isso, a pasta reforça que apenas familiares de pacientes nas condições descritas devem entrar em contato.

No entanto, mesmo quem está nas situações previstas, afirma encontrar dificuldades para marcar a vacinação. O administrador Ciro Max, de 53 anos, conta que ficou dois dias tentando agendar o serviço pelo Telecovid para a mãe, de 82 anos, que está em home care.

Ele afirma que chegou a fazer oito ligações em um dia. Só nesta quarta-feira (3), conseguiu fazer o cadastro.

“Me passaram para uma central, fiquei esperando uns dez minutos mais ou menos e consegui fazer o cadastro com endereço. Agora vão entrar em contato para marcar o dia de irem vacinar minha mãe”, contou Max.

“Me passaram para uma central, fiquei esperando uns dez minutos mais ou menos e consegui fazer o cadastro com endereço. Agora vão entrar em contato para marcar o dia de irem vacinar minha mãe”, contou Max.

Fonte: G1

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Avião com 5.400 litros de insumo para produção da CoronaVac chega a SP

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Chegou na noite dessa 4ª feira (3.fev.2021) ao Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), um avião proveniente da China com 5.400 litros de insumos para a produção da CoronaVac, vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.

O material deve deixar o aeroporto com destino a São Paulo às 10h desta 5ª feira (4.fev). De acordo com o Butantan, o IFA (Insumo Farmacêutico Ativo) recebido é suficiente para a produção de 8,6 milhões de doses.

O desembarque foi acompanhado pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), do secretário de Saúde do Estado, Jean Gorinchteyn, e do diretor do Butantan, Dimas Covas.

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Covas afirmou que o instituto aguarda o envio de novas remessas. “Vão chegar mais insumos na semana que vem, no dia 10, e até o final do mês esperamos mais 10.000 litros. Então não pararemos até entregar todo o quantitativo de 100 milhões de doses, que deve ser até agosto, começo de setembro”, falou.

Este é o 1º lote de insumos que o Butantan recebe neste ano. De acordo com Covas, as vacinas produzidas com essa matéria-prima começarão a ser entregues ao Ministério da Saúde no próximo dia 25.

Em janeiro, o Butantan entregou 8,7 milhões de vacinas à pasta. Foram 6 milhões de doses no dia 17, outras 900 mil no dia 22 e mais 1,8 milhão no dia 29.

“Nós torcemos e pedimos para que mais vacinas sejam disponibilizadas para atender mais brasileiros em todo Brasil. Quanto mais rápido vacinarmos, mais rápido sairemos da crise, mais rápido a economia retoma”, declarou João Doria nessa 4ª feira (3.fev).

PRODUÇÃO NACIONAL

O governo de São Paulo anunciou que em janeiro de 2022 o Instituto Butantan será capaz de produzir a CoronaVac em sua nova fábrica com matéria-prima totalmente nacional.

Em dezembro, será iniciada uma produção experimental da vacina. Mas Instituto Butantan vai conseguir produzir a vacina em larga escala a partir de janeiro de 2022.

As obras da nova fábrica do Butantan tiveram início em novembro do ano passado e a previsão é que sejam concluídas em setembro. Enquanto não fica pronta, o Butantan produz as doses com o insumo importado da China.

Para a construção da fábrica, o Instituto Butantan arrecadou R$ 162 milhões em doações de empresas privadas. O governo paulista espera arrecadar ainda mais R$ 20 milhões para a aquisição de equipamentos complementares.

Com a ampliação das instalações, o Instituto Butantan terá independência produtiva da CoronaVac e capacidade estimada de cerca de 100 milhões de doses fabricadas por ano.

Fonte: MSN

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Brasil terá menos doses de consórcio

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No mesmo dia em que tornou mais fácil a produção de vacinas no país, o governo federal fechou acordo para adquirir, no primeiro semestre, 10,7 milhões de doses de vacina contra a covid-19 por meio do consórcio internacional Covax Facility. Esse número, no entanto, é inferior às remessas que serão enviadas a outros países emergentes incluídos na negociação multilateral.

Com aproximadamente 212 milhões de habitantes — contingente semelhante ao da população brasileira — o Paquistão irá receber 60% mais doses do que o Brasil. O montante definido pelo Covax é de 17,2 milhões de unidades. No entanto, em relação à gravidade da doença, os números brasileiros são substancialmente mais alarmantes. Enquanto mais de 226 mil brasileiros perderam a vida pela covid-19, no Paquistão, de acordo com levantamento da Universidade Johns Hopkins, 11,8 mil pessoas morreram em decorrência da doença. É quase 20 vezes menos fatalidades do que o Brasil.

Com uma estimativa populacional de 206 milhões de habitantes, a Nigéria receberá 16 milhões de doses. Já Bangladesh, com 164,7 milhões de habitantes, terá acesso, neste primeiro momento, a 12,8 milhões de unidades. Quem também recebe mais quantidade de vacinas é a Indonésia: 13,7 milhões. Mas o país tem população superior ao Brasil, com 273,5 milhões de pessoas. A cota indonésia atende a praticamente a mesma proporção que a brasileira.

O Covax justifica a divisão das doses em questões como vulnerabilidade e gravidade da pandemia. Todos os países receberão, neste primeiro momento, pelo menos o suficiente para atender 3% da população. Ontem, o diretor-adjunto da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Jarbas Barbosa, disse não ter uma data específica para o fornecimento das doses a nenhum país. De acordo com ele, só é possível enviar os imunizantes quando houver acordo firmado em detalhes com os produtores das vacinas, ou após concluir todas as avaliações necessárias no âmbito da Organização Mundial da Saúde (OMS). “É uma logística bastante complexa”, disse, ao justificar a dificuldade em estabelecer datas com cada país.

Em nota, o Ministério da Saúde informou que deve receber as doses prometidas pelo Covax “nos próximos dias”, também sem data. “No acordo celebrado, a entrega será dividida em duas etapas, sendo a primeira com mínimo de 25% de doses”, pontuou.

O Covax Facility é uma cooperação internacional da OMS, e coordenado pela Aliança Gavi, com o objetivo de fomentar a produção de imunizantes contra a covid-19 e garantir o acesso igualitário à imunização, independentemente do nível de renda do país. O consórcio é formado por 191 países, com a participação do Brasil. (BL, MEC e ST)

Fonte: Correio Braziliense

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Pessoas que já tiveram Covid-19 podem precisar apenas de uma dose da vacina

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As pessoas que já foram infetadas com o novo coronavírus podem precisar apenas de uma dose da vacina contra o vírus, nomeadamente as desenvolvidas pela Pfizer/ BioNTech ou Moderna, de acordo com dois estudos preliminares que ainda não foram revistos por pares.

O primeiro artigo descobriu que as vacinas tinham uma resposta rápida de anticorpos após uma dose. Mostrou também que as pessoas que anteriormente contaminadas pelo Covid-19 apresentavam efeitos secundários após a primeira dose com mais frequência.

Os pesquisadores, de Nova Iorque e Paris, examinaram as respostas de anticorpos de 109 pessoas – 68 das quais nunca tinham tido Covid-19, enquanto as restantes 41 já tinham testado positivo.

Concluíram que duas semanas após uma única dose da vacina, as pessoas anteriormente infectadas tinham concentrações de anticorpos até 10 vezes superiores às observadas em pessoas não infetadas que tinham recebido as duas doses.

De acordo com os pesquisadores, dar às pessoas que tinham sido anteriormente infetadas com SARS-CoV-2 uma única dose da vacina não teria um impacto negativo nos seus anticorpos, além de libertar muitas doses urgentemente necessárias.

Um segundo estudo, que também ainda não foi revisto por pares, relatou resultados semelhantes. A pesquisa da Universidade de Maryland analisou as respostas de anticorpos após uma única dose de vacinas da Pfizer/ BioNTech ou da Moderna em 59 profissionais de saúde.

Concluiu que aqueles que tinham sido anteriormente infetados tiveram uma resposta clara de anticorpos, que atingiu o seu pico aos 10 e 14 dias após a vacinação. Em todos os momentos, os voluntários anteriormente infetados mostraram níveis de anticorpos estatisticamente significativamente mais elevados do que os que não tinham sido infetados.

Os autores de ambos os artigos sugerem, então, que as pessoas que tiveram uma infeção de SARS-CoV-2 confirmada por PCR podem precisar apenas de uma dose da vacina, visto que parece proporcionar uma proteção pelo menos tão boa como a de duas doses da vacina.

Fonte: IstoÉ Dinheiro 

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A aliados, Guedes já admite recriar o auxílio emergencial

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O ministro da Economia, Paulo Guedes, já admite, nos bastidores, a possibilidade de retomada do auxílio emergencial, que chegou ao fim em 31 de dezembro de 2020. Para criar o socorro aos mais vulneráveis à crise provocada pela covid-19, aponta como fundamentais a redução de incentivos fiscais e a aprovação de reformas. Como prometido na campanha, os novos presidentes da Câmara e do Senado anunciaram “alternativas” com o compromisso de manter o teto de gastos — emenda constitucional que limita o aumento de despesas pela inflação — e avançar com as reformas estruturais, mostrando alinhamento com a avaliação da equipe econômica, de que, se o recrudescimento da pandemia tornar a renovação do auxílio inevitável, é preciso que o benefício venha com contrapartidas fiscais.

A mensagem conjunta de Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), novos presidentes da Câmara e do Senado, respectivamente, diz que o Congresso Nacional vai trabalhar de forma “conjunta, harmônica e colaborativa” para ajudar os brasileiros durante a pandemia. Pacheco também já disse que vai conversar com a equipe econômica para tentar encontrar fonte de financiamento. A reunião, contudo, ainda não tem data marcada. Por isso, parlamentares interessados na renovação do auxílio apontaram alternativas para a medida.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), por exemplo, apresentou projeto de lei que propõe o pagamento do auxílio, no valor de R$ 600, por mais quatro meses. Ele calcula que o benefício pode ser bancado pela redução em 30% das renúncias fiscais da União e pela tributação de aplicações em Fundos de Investimento Fechados. “A partir deste mês, temos 68 milhões de brasileiros desamparados. Estamos com uma média de mais de mil mortes diárias há vários dias e teremos um agravamento das crises sanitária e econômica se não tiver nenhum tipo de socorro para eles”, justificou.

Especialistas concordam com a importância de amparar a população carente com algum projeto de distribuição de renda. No entanto, segundo a consultora econômica Zeina Latif, o projeto de Randolphe Rodrigues, sobre os fundos de investimento, “tem uma certa confusão”. “Não é um recurso que se pode gastar imediatamente. Nesses fundos, o que pode ser feito é apenas suprir a necessidade de emitir dívida pública, porque se abate da dívida. Não é fonte de financiamento para políticas públicas. Então, tem uma confusão aqui”, alertou. O auxílio emergencial, da forma como é concebido e como seria renovado, segundo ela, a princípio, poderia ser feito e seria com crédito extraordinário, ou seja, fora do teto dos gastos.

Caso a caso

“O que o senador fala em reduzir em 30% os benefícios tributários, infelizmente, depende de cálculo, é mais complexo. Não basta aprovar lá no Congresso, e reduzir horizontalmente 30%. Não é assim. É preciso ver caso a caso. E muitas vezes são medidas difíceis de avançar”, explicou. “A PEC Emergencial é que já deveria ter sido aprovada, para se conseguir reduzir o peso da folha de pagamento e aí fazer compensações”, destacou Zeina Latif.

Ana Carla Abrão, especialista em risco e políticas públicas da Oliver Wyman do Brasil, concorda que a necessidade do auxílio é real, tendo em vista o recrudescimento da pandemia e a situação trágica de boa parte da população do país, sem condições de gerar renda para o sustento em meio ao desemprego elevado no país. “O que vai ser necessário discutir é, primeiro, o tamanho do auxílio. Necessariamente, terá que ser menor e mais focalizado. Um dos grandes problemas na execução, originalmente, foi o fato dos que embolsaram e não precisavam, inclusive servidores públicos com estabilidade”, afirmou. Segundo ela, é preciso buscar “espaço fiscal para a medida”. “Escolhas que precisam ser feitas. Reduzir onde tem espaço, por exemplo, em incentivos fiscais, despesas com pessoal e na área da Defesa. São essas as prioridades hoje, ou atender a população que está morrendo de fome? É essa a pergunta que precisamos fazer. E, se respondermos de forma correta, encontraremos uma série de espaços no Orçamento para financiar o que de fato é prioritário no momento, que é socorrer essas pessoas”, acrescentou.

Ao contrário, o economista Gil Castello Branco, secretário-geral da Associação Contas aberta, apontou que “o Orçamento – ainda mais quando já está prestes a atingir o teto de gastos — é um cobertor curto”. Ele destacou que o total de subsídios previstos para 2021, considerando os gastos tributários e os benefícios financeiros e creditícios, é de R$ 363,8 bilhões. Nos gastos tributários, R$ 307,9 bilhões incluem as maiores despesas: Simples (R$ 74,3 bilhões), Imposto de Renda (IRPF, R$ 33,5 bilhões), agricultura e agroindústria (R$ 32,7 bilhões) e entidades sem fins lucrativos, imunes e isentas (R$ 29,3 bilhões). Além desses, há subsídios para Zona Franca de Manaus, medicamentos, produtos farmacêuticos e equipamentos médicos, benefícios ao trabalhador, Desenvolvimento Regional, entre outros. Dessa forma, matematicamente, uma redução nos gastos tributários de 30% geraria R$ 120 bilhões.

“A questão é onde politicamente será viável o corte. Quais setores concordarão com a redução dos subsídios?”, questionou Castello Branco. Ele ressaltou, também, que o custo mensal do auxílio emergencial no valor de R$ 300 era de, aproximadamente, R$ 25 bilhões nos últimos meses de 2020. Logo, um auxílio de R$ 600 custará R$ 50 bilhões por mês. “Tal como no ano passado, empresários, estados e municípios também desejam manter as concessões que foram feitas durante a calamidade. É um cobertor curto”, reforçou.

Fonte: Correio Braziliense Online 

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