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Pessoas com Covid-19 devem monitorar respiração e saturação, diz estudo

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Covid – A falta de ar é uma das principais manifestações clínicas que podem indicar quadros graves de Covid-19. Mas, apesar de frequente, nem todos os pacientes com baixo nível de oxigênio no sangue experimentam dificuldades para respirar – é a chamada “hipóxia silenciosa”. A condição intrigante causada pelo novo coronavírus é caracterizada pela ausência de sinais de asfixia, ainda que o indivíduo se encontre em estado de hipoxemia (queda de O2 no sangue).

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Por isso, um estudo publicado no periódico Influenza and Other Respiratory Viruses nesta segunda-feira (24) sugere que a lista de sintomas que orientam a busca por atendimento médico em casos de Covid-19 deve incluir duas novas condições: baixo nível de oxigênio no sangue (hipoxemia) e respiração curta (taquipneia). Se monitorados em casa, esses indícios poderiam ser mais eficazes em prever a evolução da doença.

Liderada por pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Washington (UW Medicine), nos Estados Unidos, a pesquisa chegou a essa conclusão após analisar os desfechos clínicos de 1.095 pacientes internados com Covid-19 nos hospitais da UW Medicine, em Seatlle, e no Centro Médico Universitário Rush, em Chicago. Majoritariamente formado por homens (62%), o grupo tinha idade média de 58 anos, com alta frequência de comorbidades.

Ao final da avaliação, os cientistas perceberam que, embora a maioria dos pacientes apresentasse baixo nível de oxigênio no sangue (média de saturação de 91%) ou respiração curta (frequência média de 23 respirações por minuto), apenas 10% relataram falta de ar e 25% tiveram tosse. Foram esses dois fatores silenciosos que, no entanto, se mostraram os principais responsáveis pelas 197 mortes ocorridas durante o período. “Nós e outros [pesquisadores] demonstramos que a hipoxemia é frequentemente assintomática, o que pode resultar em um atraso no tratamento que salva vidas”, alerta o documento.

Em comparação às pessoas que chegaram ao hospital com nível de saturação normal, os pacientes hipoxêmicos tiveram risco de mortalidade de 1,8 a quatro vezes maior. O mesmo foi observado ao considerar o ritmo respiratório do grupo: a probabilidade de morrer foi de 1,9 a 3,2 vezes maior entre aqueles que tinham sido hospitalizados com respiração curta. De acordo com os pesquisadores, ainda, o aumento do risco de mortalidade associado a hipoxemia e taquipneia estava presente independentemente de comorbidades – embora estudos anteriores sugiram uma maior probabilidade de asfixia imperceptível entre obesos.

Diante desses resultados, o estudo propõe ao Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC) e à Organização Mundial da Saúde (OMS) que considerem expandir suas diretrizes a fim de incluir a hipoxemia e a taquipneia à lista de fatores que justificam a busca por atendimento médico em casos da doença – atualmente, a dificuldade para respirar e a dor persistente no peito são os sintomas que regem essas orientações mundo afora.

“Se os pacientes seguirem a orientação atual, considerando que podem não ter falta de ar até que o oxigênio no sangue esteja bastante baixo, estaremos perdendo a chance de intervir precocemente com um tratamento que salva vidas [uso de oxigênio suplementar combinado com glicocorticoides redutores de inflamação, segundo o estudo]”, avalia, em comunicado, Nona Sotoodehnia, coautora da investigação.

Os pesquisadores sugerem que todas as pessoas que testarem positivo para o novo coronavírus – particularmente indivíduos com maior risco de resultados adversos devido a idade avançada ou obesidade – comprem ou peçam emprestado a alguém um oxímetro de pulso a fim de monitorar o comportamento desses sinais vitais.

Sotoodehnia compartilha, ainda, um método alternativo para se ter uma noção do próprio ritmo respiratório: pedir a um amigo ou parente para ser monitorado por um minuto enquanto não estiver prestando atenção à respiração. “Se você atingir 23 respirações por minuto, deve entrar em contato com seu médico”, afirma a médica da UW Medicine.

De acordo com o estudo, a recomendação pelo monitoramento doméstico desses sinais deve ser reforçada pelos médicos que estão atendendo de forma virtual – plataforma frequentemente procurada por pessoas que estão no estágio inicial dos sintomas da Covid-19. “Essas descobertas se aplicam à experiência vivida pela maioria dos pacientes com Covid-19: estar em casa, sentir-se ansioso, se perguntando como saber se sua doença irá progredir e se perguntando quando faz sentido ir ao hospital”, avalia Neal Chatterjee, coautor da análise.

Fonte: Revista Galileu

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/plano-gratuito-da-clinicarx-viabiliza-servicos-clinicos-em-pequenas-farmacias/

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