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Por dentro do mercado lucrativo de doação de óvulos humanos

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Por dentro do mercado lucrativo de doação de óvulos humanos

“Ganhe um mínimo de 40 mil dólares para nos ajudar a completar nossa família!” A frase vem de um post de Facebook em 2016, uma publicação patrocinada na rede social que almejava recrutar garotas jovens, entre 21 e 29 anos, a doarem seus óvulos (idealmente, elas deveriam ser “japonesas e bem educadas”, dizia a postagem).

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Anúncios esquisitos na web são item comum na vida de um internauta (como esquecer aquela do asiático que todos os treinadores odiavam?). Mas, neste caso, o post é uma janela para uma indústria real – e em crescimento nos EUA. Um campo de atuação que vem ganhando mais atenção desde que o primeiro nascimento vindo de um óvulo doado foi registrado em 1984.

Agências de doação de óvulos (ou ovodoação) chegam a pagar US$ 50 mil para mulheres interessadas, reporta a Wired. Alguns anúncios, como o citado acima, apelam para jovens garotas que precisam de dinheiro para pagar suas dívidas.

A ovodoação, claro, pode ser boa coisa: dar a chance a casais que não poderiam ter filhos de outra maneira, ou esperança para mulheres que enfrentam insuficiência ovariana primária. Mas para aquelas que participam destas doações, o processo pode ser complexo e geralmente pouco transpartente – questões que não são exclusivas aos EUA. Ele envolve exames, entrevistas e regras variadas . A chance de sucesso também depende de um tratamento para promover a produção de óvulos adicionais (a cada ciclo, o normal é a produção de um único óvulo) que pode ser exaustivo para a doadora.

Clínica de vertilização in vitro na Espanha: países europeus, assim como o Brasil, proíbem o pagamento pela ovodoação (Foto: Getty Images)

Todas as cifras acima, no entanto, escondem um detalhe: a palavra “doação”. O ato de pagar por óvulos terceiros foi se tornar uma prática- ao menos nos EUA – apenas em 1994. Antes, o gesto era unicamente solidário, e com um objetivo particular: ajudar mulheres que tenham sofrido de insuficiência ovariana primária, distúrbio raro que leva à perda da função normal dos ovários antes dos 40 anos.

Avanços na pesquisa sobre reprodução assistida no decorrer do anos, por outro lado, mostraram vantagens da ovodoação para mulheres de 40 a 50 anos que buscam engravidar. A descoberta foi importante para o aumento em dez vezes do ciclo de doação no país durante os anos 90.

A prática de se pagar por óvulos é proibida no Brasil. Segundo a lei 2.168/2017, com Resolução do Conselho Federal de Medicina, a doação de óvulos não pode ter caráter lucrativo ou comercial no país. A determinação brasileira é similar em muitos dos países da Europa e Canadá.

O que torna os EUA um lugar atrativo para este tipo de negócio é justamente a lei mais branda sobre o tema. Agências como A Perfetch Match descrevem o dinheiro recebido pelas doadoras como compensação e não pagamento, conforme aponta a Wired, o que livra de regulamentação mais proibitiva – é ilegal vender tecido humano no país. Mesmo assim, a Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva costumava limitar estas compensações a no máximo US$ 5 mil caso não haja uma justificativa para o montante – uma regra sem poder de lei, e que deixou de existir à partir de 2016.

E como essas agência funcionam? No caso do A Perfect Match, que trabalha com um conjunto de clínicas pelo país, os valores cedidos a doadoras variam de 8 mil a 10 mil dólares, dependendo de quantas vezes já doou. Outros fatores – genética, nível escolar, estética – também afetam o valor.

Demandas que tem se tornado mais específicas: “Eu já recebi uma ligação dizendo procurar uma mulher de 1,80m, loira de olhos azuis, bela como uma modelo e que tenha estudado em alguma universidade da Ivy League”, lembra Valerie McMorris, da agência Donor Services of NY, para a Wired.

Fonte: GQ Brasil

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2019/04/22/agencia-dos-eua-aprova-tratar-hiv-com-um-comprimido/

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