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Queiroga abre vacinação em massa contra a Covid em Botucatu (SP)

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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, abriu na manhã deste domingo (16), o processo de vacinação em massa contra a Covid-19 da população adulta da cidade de Botucatu, a 237 km da capital paulista.

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A ação integra um estudo que visa avaliar a efetividade da vacina de Oxford/Astrazeneca quando aplicada em um grande número de pessoas de uma vez só.

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Queiroga disse que o momento exige união da população local para o experimento funcionar. Em coletiva aos jornalistas, o ministro foi questionado se os exemplos dados pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não remam contra essa união pedida por ele no enfrentamento da pandemia de Covid-19.

Neste sábado (15), Bolsonaro apareceu andando a cavalo e sem máscara no rosto numa manifestação de ruralistas na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

Mas Queiroga desconversou. “Eu não tenho a pretensão de julgar ninguém. O presidente deu autonomia para eu montar a minha equipe, é um grande patriota e sempre nos apoia muito”, afirmou.

O experimento realizado em Botucatu tem semelhanças com o que ocorreu em Serrana (SP), onde a população foi vacinada para avaliar a vacina Coronavac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.

A estimativa é que cerca de 80 mil pessoas, entre 18 e 60 anos, recebam o imunizante em Botucatu e sejam avaliadas por um período de oito meses.

Segundo a prefeitura de Botucatu, pessoas acima de 60 anos não foram incluídas no estudo porque já estão sendo atendidas com a vacina pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI). Já os com idade abaixo de 18 anos não serão vacinados porque, até o momento, não houve pesquisas sobre a aplicação do imunizante da Oxford/Astrazeneca neste público.

As gestantes também não serão inoculadas por causa de orientação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que não recomenda a aplicação do imunizante no grupo.

O estudo, de fase 4, é uma parceria do Ministério da Saúde, daUniversidade Estadual Paulista (Unesp-campus Botucatu), da Prefeitura de Botucatu, da Universidade de Oxford e da Fundação Bill e Melinda Gates.

Além de verificar a capacidade de a vacina reduzir casos, internações e óbitos por Covid-19, o projeto pretende também avaliar sua eficácia contra as novas variantes do coronavírus em circulação no Estado.

Nas primeiras horas do dia, os postos de saúde de Botucatu já registravam um fluxo intenso de pessoas que buscavam a primeira dose da vacina. Nas redes sociais da prefeitura, a dúvida dos moradores era sobre as regras do processo de vacinação.

Os postos de saúde de Botucatu abriram pontualmente às 8h, e os primeiros vacinados foram os residentes do município entre 51 e 60 anos.

Só serão vacinados as pessoas que residem e votam na cidade. Além de um cadastro on-line, os moradores terão de levar documentos que comprovam que mantêm residência fixa na cidade, para evitar fraudes no processo.

SEQUENCIAMENTO DE VARIANTES

O pulo do gato no estudo de Botucatu está no sequenciamento das variantes do coronavírus que desencadeiam as infecções. Segundo os coordenadores da pesquisa, todas as amostras dos vírus passarão por análise.

Levantamento feito pela própria universidade aponta a variante P.1 como dominante na região de Botucatu.

A vacina da Oxford/Astrazeneca é uma das três vacinas atualmente em uso no país, e recebeu a aprovação para uso emergencial pela Anvisa em janeiro. Sua eficácia, divulgada a partir de estudos clínicos conduzidos no Brasil, Reino Unido e África do Sul, foi de 70%.

Mas essa taxa, calculada após a avaliação de dezenas de milhares de pessoas que recebem a vacina em comparação às que receberam um composto inócuo (placebo), é diferente da efetividade da mesma quando usada na população como um todo.

Isso ocorre porque os perfis de idade, exposição e históricos dos participantes de um estudo nem sempre correspondem ao observado na população.

Por se tratar de um município de pequeno porte do interior do Estado, mas com uma capacidade laboratorial forte devido à presença da Unesp, Botucatu é o palco perfeito para esse estudo.

Desde abril, a universidade paulista tem centralizado todos os exames RT-PCR feitos na cidade e dos pacientes de outros municípios atendidos que buscam atendimento no Hospital das Clínicas de Botucatu. A possibilidade de gerar uma resposta rápida para os casos identificados é um dos pontos-chave do estudo.

Além disso, a cidade conta com uma rede de saúde eficiente, pronta para agir rapidamente e aplicar as doses em toda a população elegível e que quiser participar do estudo.O amplo apoio político do prefeito, Mário Pardini (PSDB), também foi um fator determinante para conseguir a aprovação do projeto.

O desenho da pesquisa será do tipo caso-controle com teste negativo. Funciona assim: se, antes da vacinação, Botucatu tinha um “número x casos” de Covid-19, após a vacinação em massa terá “y”. A diferença entre esses dois números será usada para calcular a efetividade da vacina. Além disso, será feita a comparação com um município que não recebeu a vacinação em massa (caso-controle).

O estudo clínico de fase 4 também irá permitir comparar como a vacinação em massa em um município se comporta em relação aos outros municípios da região.

A vacinação em massa foi aprovada em 27 de abril pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep).

Fonte: A Gazeta Online ES

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