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Reajuste na gasolina não chega a consumidor final e combustível continua caro

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Com anúncio de que o preço da gasolina sofreria redução de até R$ 0,10 nas refinarias a partir de hoje (15), o Campo Grande News percorreu postos de combustíveis na Capital e verificou que o desconto não é praticado em alguns locais, que ainda têm lote antigo do produto, com o preço sem o reajuste.

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A redução também é incerta nos próximos dias, por conta de diferentes variáveis que influenciam no valor até chegar no consumidor final. A própria Petrobras afirma que tais mudanças não impactam imediatamente, nem necessariamente os preços nas bombas, por conta de impostos e margens de distribuidores e revendedores.

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O posto Taurus, na Rua 26 de Agosto com a Avenida Calógeras, foi o mais barato encontrado pela equipe nesta manhã, com o litro da gasolina saindo por R$ 6,33.

Em seguida, o Alloy da Avenida Fernando Corrêa da Costa com a Rua 14 de Julho pratica preço de R$ 6,34 por litro. Um funcionário, que preferiu não se identificar, afirma que a distribuidora terá uma redução de sete ou oito centavos, mas que só será sentida a partir de amanhã. “A gente só vai conseguir reduzir a partir de amanhã, com a nova carga. Ainda temos a carga antiga e precisamos vender”.

Posto Petrobras, na Calógeras com a Fernando Corrêa da Costa, vende o combustível a R$ 6,39, mesmo preço praticado por outro posto na Calógeras com Rua da Liberdade, de bandeira Shell. Em um Locatelli, na Avenida Salgado Filho com a Rua Rui Barbosa, o litro é vendido a R$ 6,49.

Também na Rui Barbosa, mas com a Rua Helio Castro Maia, um posto Petrobras vende a R$ 6,48 e posto APM com a Rua Bariri comercializa a R$ 6,49.

Em posto Ipiranga na Avenida Eduardo Elias Zahran, pratica-se preço de R$ 6,39. Ao Campo Grande News, a gerente, que preferiu não se identificar, diz que a diferença poderá ser de aproximadamente nove centavos, mas que os impostos – cobrados pelo Estado e pela União – podem tirar o impacto do desconto final.

“Não sei o valor exato. Só saberemos quanto foi repassado quando chegar o novo carregamento. Com isso, em cima do que foi reduzido, eles vão ver o que será gasto. Está realmente difícil, porque na mesma proporção que cai, sobe. Na semana passada, subiu, e nesta semana, cai”.

Ela diz também que há dificuldade em reduzir o valor, mas que isso pode acontecer com base na concorrência. “Não tem como baixar, já que o posto está cheio no preço antigo. Se o concorrente baixar, vou ser obrigada a reduzir também para não perder venda”.

Aumento

O encanador Paulo Marcos de Oliveira, de 36 anos, usa motocicleta do trabalho para se locomover, mas também tem automóvel próprio. Segundo ele, se o preço não reduzir, vai considerar andar de bicicleta. “O problema é que o brasileiro está acostumado com isso e quando vê, você tem que abastecer. O ideal seria que todo mundo parasse, fizesse uma greve de abastecimento – iria quebrar e forçar a reduzirem”, opina.

Antigamente, R$ 5 dava três litros e hoje, é quase R$ 20 para dar essa quantidade”, diz o encanador.

Levantamento feito pela reportagem, com base em dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), indica que a média atual do preço da gasolina, nos meses de dezembro, em Mato Grosso do Sul, é a maior desde 2004.

Vale ressaltar que, ao longo dos anos, o salário mínimo brasileiro sofreu alterações, que devem ser consideradas para esta análise. Contudo, somente no ano de 2021, com o piso salarial em R$ 1,1 mil, o crescimento foi expressivo. Em meados de janeiro, o valor era de aproximadamente R$ 4 por litro e se aproxima de R$ 7 no final do ano.

O assessor Dalton Fernando, de 25 anos, abasteceu cerca de R$ 70 nesta manhã e relata que a diferença de poucos centavos pode ajudar, caso ela seja praticada de fato. “Não é muito, mas dá uma diferença”. A última média anunciada pela ANP no Estado, é de R$ 6,52 por litro da gasolina.

O taxista Ademir Aparecido Pereira, de 62 anos, está há 40 anos na profissão e calcula que só no mês de novembro, gastou cerca de R$ 1,2 mil com combustível. “É pelo menos a metade do que ganho, fora o que tenho que gastar com desgaste do carro. Peça, pneu, mão de obra”.

Redução – A Petrobras anunciou que o preço médio de venda da gasolina para as distribuidoras passaria de R$ 3,19 para R$ 3,09 por litro, a partir de hoje. Na prática, a redução é equivalente a 3,13% ou R$ 0,10. A estatal diz que o ajuste reflete, em parte, a tendência mundial dos preços e a taxa de câmbio.

Durante o governo Temer, o Brasil passou a basear a precificação do combustível a partir da moeda americana, gerando disparidade no valor, conforme o índice cambial se altera. Desde 2016, as refinarias também são baseadas em política de preços que considera flutuações do preço do barril de petróleo no mercado internacional.

A Petrobras não chegou a informar se haverá reajuste nos demais combustíveis. Antes disso, os valores já tinham aumentado em 7,04% a gasolina e em 9,15% o diesel. Segundo a própria empresa, tais mudanças não impactam imediatamente, nem necessariamente os preços nas bombas, pois o valor final depende também de impostos e margens de distribuidores e revendedores.

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no acumulado em um ano, a inflação da gasolina passou de 50%. No etanol, a alta chega a quase 70% e no diesel, 49,56%.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) havia anunciado redução no começo de dezembro – no entanto, a Petrobras informou que não havia nenhuma decisão tomada sobre novos reajustes nos preços de combustíveis e não antecipava decisões.

Fonte: Campo Grande News

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