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Regulamentação da telemedicina derruba ações de empresas de saúde

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A tecnologia está mudando a forma como as pessoas cuidam da própria saúde. Por meio de aplicativos, é possível inserir resultados de testes e receber respostas imediatas de um robô, que pode recomendar a ida a um pronto socorro ou até disparar um alerta para alguém de confiança. A princípio, parece que essas inovações são voltadas apenas para os endinheirados, mas não necessariamente. Cerca de 90% dos jovens sem-teto em Boston, nos Estados Unidos, acessam regularmente seus perfis no Facebook e 40% possuem celulares (que realmente funcionam). Com isso, a prevenção e a cura de doenças podem estar cada vez mais ao alcance dos dedos.

Foi graças ao avanço tecnológico que o Conselho Federal de Medicina (CFM) aprovou, no dia 5 de fevereiro, a regulamentação da telemedicina no Brasil, que permite que médicos brasileiros realizem consultas online, telecirurgias e telediagnósticos de pacientes que vivem em lugares remotos do país. “É mais um canal eficiente para levar informação e cuidar da saúde das pessoas”, afirma Joseph Kvedar, professor da Universidade de Harvard e autor dos livros “Internet das coisas saudáveis” e “Nova era mobile: como a tecnologia irá ampliar a saúde e otimizar a vida das pessoas”, em entrevista exclusiva à EXAME, antes de desembarcar no Brasil para participar de uma palestra promovida pela startup de tecnologia Medpass, na quarta-feira, 20, em São Paulo.

No entanto, ainda existem pontos da resolução que precisam ser definidos, como a especialidade do profissional que deve acompanhar os pacientes durante as consultas remotas. Foi por isso que o CFM abriu uma consulta pública para colher sugestões nos próximos dois meses de médicos e entidades da categoria.

Enquanto não se chegam às respostas definitivas, os investidores deram suas primeiras impressões. Azedas, em sua maioria. Desde que a resolução foi aprovada, apenas duas das oito companhias do setor de saúde se valorizaram na bolsa. Até segunda-feira, 18, a distribuidora de produtos farmacêuticos Profarma subiu 3,07%, enquanto a operadora de planos de saúde Hapvidateve alta de 1,49%. Na ponta contrária, aparecem a indústria farmacêutica Biomm (-4,21%), as redes de farmácias Brasil Pharma (-1,96%) e Raia Drogasil (-6,10%), os laboratórios Fleury (-6,95%) e Hermes Pardini (-7,63%), além da operadora de planos odontológicos Odontoprev (-1,76%).

Apesar do desempenho das ações nesse período, há um oceano azul a ser desbravado. Isso porque, segundo Kvedar, cada vez mais a tecnologia poderá ajudar as pessoas em aspectos gerais. É o caso do uso de chatbots em tratamentos contra a depressão. A conversa com robôs pode fazer com que os pacientes se sintam menos isolados.

“Se o século 20 ficou marcado pelo aumento da expectativa de vida, o século 21 entrará para a história pela melhora da qualidade de vida”, diz Kvedar. “O desenvolvimento tecnológico deve mudar o papel de vários atores no setor de saúde; a indústria farmacêutica, por exemplo, deve ter seu faturamento menos atrelado à venda de medicamentos e mais relacionado à prestação de serviços no longo prazo. Os robôs e sensores também deverão ser mais usados para definir diagnósticos, permitindo aos médicos exercerem uma medicina mais humana.”

Fonte: Exame

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