Fique por dentro dos principais FATOS e TENDÊNCIAS que movimentam o setor

Remédios prometidos por Crivella não chegaram às clínicas

Acompanhe as principais notícias do dia no nosso canal do Whatsapp

 

Depois de ser hostilizado duas vezes em agendas públicas, o prefeito Marcelo Crivella visitou no último dia 1º o Centro de Distribuição de Medicamentos da Secretaria municipal de Saúde. Lá, gravou um vídeo. Com duas caixas de remédios nas mãos, anunciou a compra de R$ 100 milhões em medicamentos. Cinco dias depois, divulgou fotos de remédios sendo transportados e anunciou que hospitais e clínicas da família estavam recebendo “carga recorde de medicamentos e insumos para normalizar o estoque das unidades”, com 18 caminhões “completamente carregados”. No entanto, cerca de 200 medicações seguem em falta nas unidades.

— Não foram entregues medicações que estavam em falta nas clínicas da família, como remédio para pressão e antibióticos. Temos boa parte dessa medicação zerada e um estoque muito crítico nas clínicas — afirma Moisés Nunes, presidente da Associação dos Médicos de Família e Comunidade do Estado do Rio (Amfac-RJ).

Em vídeo publicado na sua página do Facebook, Crivela afirma: “Quero tranquilizar o povo do Rio de Janeiro porque já temos remédios e estamos distribuindo para todas as redes, onde estava faltando. Para diabetes, para pressão alta, dipirona para quem precisa, enfim, todos os remédios necessários para que as pessoas continuem seus tratamentos com todo cuidado necessário, que a prefeitura zela por ter”.

Moisés Nunes afirma que as unidades da atenção básica, em greve há 48 dias, seguem desabastecidas:

— Temos um sentimento de indignação muito grande quando vemos o prefeito ir à imprensa e dizer que está tudo resolvido. É mentira. Não está resolvido e ele sabe disso. Não estamos aqui para brincar. Não estamos disputando verdades. É uma disputa pela vida das pessoas. Os governantes das três esferas, federal, estadual e municipal, têm plena responsabilidade sobre a vida das pessoas que estamos perdendo, daquelas que estamos criando mutilações pela falta de cuidado.

Entidades médicas decretam calamidade pública técnica na saúde do estado

O depoimento do médico foi dado, nesta terça-feira, durante uma entrevista coletiva em que o Conselho Regional de Medicina (Cremerj), ao lado de outras entidades que representam profissionais de saúde, decretou estado de calamidade pública técnica no Estado do Rio.

— O estado vive a sua maior crise na área da saúde, que atinge unidades federais, estaduais e municipais. Não estamos vendo nenhuma proposta para resolução desse quadro — lamentou o presidente do Cremerj, Nelson Nahon.

Segundo ele, ações na Justiça não estão resolvendo, nem fiscalizações ou mobilizações dos conselhos regionais de profissionais de saúde.

— Os conselhos regionais reunidos no Cremerj decretam estado de calamidade pública técnica no Rio de Janeiro. Isso quer dizer que os responsáveis pela desassistência da população e pelas mortes evitáveis são os governantes, não somos nós, profissionais. Nós não somos culpados disso. O ministro da Saúde, o governador Pezão e os prefeitos são os responsáveis pelas mortes — atacou Nelson Nahon.

A Secretaria municipal de Saúde (SMS) respondeu que trabalha para manter as unidades municipais de saúde funcionando plenamente, apesar das dificuldades orçamentárias. Afirmou que, no último mês, “foram realizadas várias ações para resolver as necessidades das unidades, como a liberação de R$ 130 milhões para compra de medicamentos e insumos”. A secretaria alegou que o reabastecimento das unidades com os insumos, já em andamento, segue os trâmites da administração pública e depende dos estoques e prazos dos fornecedores. Sem responder sobre os remédios que o prefeito afirma terem sido distribuídos na semana passada, a SMS informou apenas que “os itens comprados são, prioritariamente, os que estavam em falta”.

Fonte: Extra

Notícias mais lidas

Notícias Relacionadas

plugins premium WordPress